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Estado de Minas PAMPULHA

Quase 70% da lagoa está desassoreada, mas despejo de esgoto continua

Obras para despoluição do espelho d'água avançam. Entrave burocrático para o andamento da interceptação de esgotos prejudica revitalização do cartão-postal


postado em 26/08/2014 06:00 / atualizado em 26/08/2014 07:12

Dragas já tiraram 550 mil metros cúbicos de sedimentos, de um total de 800 mil metros que sufocavam o espelho d'água. Esta etapa do trabalho deve terminar no fim do ano(foto: Fotos: Alexandre Guszanche/EM/D.A Press)
Dragas já tiraram 550 mil metros cúbicos de sedimentos, de um total de 800 mil metros que sufocavam o espelho d'água. Esta etapa do trabalho deve terminar no fim do ano (foto: Fotos: Alexandre Guszanche/EM/D.A Press)

A primeira etapa de despoluição da lagoa da Pampulha, em BH, está perto de terminar. Desde outubro do ano passado, início do serviço de dragagem do espelho d’água, 68,75% estão desassoreados. Foram retirados 550 mil metros cúbicos de sedimentos, de um total de 800 mil. Máquinas estão espalhadas pela represa e, segundo a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), o trabalho termina no fim do ano. A partir de então, começa a recuperação da água, mas entraves judiciais podem adiar ainda mais esse sonho.

O desassoreamento será concluído com atraso de pelo menos seis meses, uma vez que a promessa de revitalizar um dos cartões-postais da capital estava prevista para a Copa do Mundo. Problemas nas dragas, identificados no início do ano, foram um dos motivos. Além disso, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) não conseguiu terminar a construção dos interceptores de esgoto nos córregos que deságuam na lagoa por causa de entraves no processo de desapropriação.

Orçado em quase R$ 109 milhões, o desassoreamento inclui  dragagem e desidratação, transporte e destinação dos sedimentos removidos. As outras duas etapas da revitalização são a recuperação da qualidade da água, orçada em R$ 30 milhões, e a complementação do sistema de esgotamento sanitário da Bacia da Pampulha, ao custo de R$ 102 milhões, aplicados em 37 obras em BH e Contagem, na região metropolitana.

A coleta e interceptação do esgoto gerado por cerca de 500 mil pessoas - metade delas em BH e a outra em Contagem -, é a principal ação do plano de despoluição da lagoa. Segundo a Copasa, serão construídas nove estações de esgoto nos bairros situados ao longo da bacia. Foram implantados cerca de 100 quilômetros de rede coletora e interceptadora, dos quais quatro ainda precisam de ligação com o sistema da companhia.

As obras estão paradas por causa de nove processos judiciais de desapropriação relativos a 17 áreas. A empresa informou que, apesar de as intervenções não estarem terminadas, melhoras já são percebidas. Houve incremento de mais de 22 milhões de litros de esgoto por dia na vazão da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE Onça), para onde é encaminhado o dejeto coletado e interceptado na Bacia da Pampulha.

Pesca ainda não é recomendada, mas, como está prometido, a partir do fim do ano a água estará mais sadia (foto: Fotos: Alexandre Guszanche/EM/D.A Press)
Pesca ainda não é recomendada, mas, como está prometido, a partir do fim do ano a água estará mais sadia (foto: Fotos: Alexandre Guszanche/EM/D.A Press)

Coleta

Também está em andamento o Projeto Técnico de Trabalho Social (PTTS) para conscientizar a população sobre a necessidade de interligar os imóveis à rede de esgoto e, com isso, evitar o lançamento de dejetos em ruas e cursos d’água. Mais de 6 mil imóveis de Contagem estão em ruas dotadas de rede de esgoto, mas ainda não foram interligados. Com a conclusão das obras, mais ruas passarão a contar com a coleta, possibilitando que outros 5 mil imóveis tenham acesso aos serviços. Esse tipo de ligação é de responsabilidade da Copasa até o muro das casas. Internamente, quem deve fazê-lo é o morador. As conexões estão sendo feitas pela empresa, no caso de famílias de baixa renda.

Moradores e frequentadores da Pampulha aguardam com ansiedade o término das obras. O comerciante Alberto Luiz Ferreira, de 64 anos, diz que só vai comemorar depois que tudo estiver pronto. “Houve muita promessa anteriormente e nada foi feito. Estou igual a São Tomé, preciso ver para crer. A retirada de sedimentos já foi feita em outras ocasiões, mas limpar a água que é bom, ainda não.”

A dona de casa Fabiana Cerqueira adora fazer caminhada na orla e diz que já sente a diferença: “O trabalho de dragagem deve estar dando certo. Em outros anos, a esta altura o cheiro era insuportável”. Ela espera ainda que os prazos sejam cumpridos. “Há sempre algum problema ou desculpa para atrasos. Se agora é a desapropriação, a cidade inteira não pode mais ficar prejudicada por causa de poucas pessoas.”


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