(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Remoção das capivaras na Lagoa da Pampulha depende de aval do Ibama

Início dos trabalhos de captura e manejo de roedores só pode ser iniciada após autorização do órgão federal. Autorização pode ser dada na semana que vem


postado em 23/07/2014 06:00 / atualizado em 23/07/2014 07:09

Cerca de 100 capivaras estão na orla da lagoa e plano inicial era encaminhar as sadias para locais apontados pela prefeitura e sacrificar as doentes (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press - 9/6/14)
Cerca de 100 capivaras estão na orla da lagoa e plano inicial era encaminhar as sadias para locais apontados pela prefeitura e sacrificar as doentes (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press - 9/6/14)

Está nas mãos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) o plano de manejo das capivaras que habitam a orla da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte. O órgão federal é responsável por dar o aval à captura dos animais antes que a empresa Equalis Ambiental, contratada pela Prefeitura de BH para fazer o serviço, comece os trabalhos. Em maio, os técnicos da empresa iniciaram os estudos prévios para compor o plano. Com base em observações dos biólogos, a Equalis chegou à conclusão de que a população dos roedores é de cerca de 100 animais, sendo que à época foram observados nove grupos distintos – quatro no Parque Ecológico Promotor Francisco José Lins do Rego e o restante espalhado pela lagoa.

Segundo o analista ambiental do Núcleo de Fauna Silvestre do Ibama, Junio Augusto Silva, a proposta foi recebida na semana passada e a análise completa deve ser concluída nos próximos dias. “Se estiver tudo certo, sem nenhuma pendência, a autorização pode ser emitida ainda na semana que vem. Do contrário, o município será oficiado caso seja necessário fornecer mais informações ou fazer alguma alteração”, diz Silva, lembrando que normalmente o órgão não extrapola um prazo de 30 dias para esse tipo de análise.


Ele explica ainda que antes do recebimento de algum plano de manejo, o Ibama encaminha ao solicitante um ofício modelo com as informações que normalmente devem ser encaminhadas para análise. Entre os itens estão o levantamento da população, com a quantidade de machos, fêmeas, adultos e jovens, o plano de cercamento e proteção, com detalhes das áreas usadas pelos animais, a proposta de controle da população, os métodos de controle dos parasitas que atacam as capivaras e também a forma com que os animais serão capturados.


Em maio, quando as observações dos hábitos desses roedores tiveram início, o diretor da Equalis Ambiental, Pablo Pezoa, adiantou que a empresa pretendia usar cevas com cana de açúcar e pequenos bretes para atrair as capivaras e depois encaminhá-las aos locais de coleta de material para exame e quarentena. A ideia é levar as sadias para locais definitivos apontados pela prefeitura e sacrificar as doentes com um procedimento que elimina a dor. A estratégia, nesse caso, prevê o uso de dardos com anestésicos e depois uma injeção letal. A reportagem tentou novamente contato com o diretor Pablo Pezoa, mas ele não foi encontrado para comentar o plano de manejo final encaminhado ao Ibama.

FEBRE MACULOSA

Já se passaram 12 meses desde que o vice-prefeito de Belo Horizonte e secretário municipal do Meio Ambiente, Délio Malheiros, anunciou a intenção da prefeitura em retirar as capivaras da orla da lagoa. Em julho do ano passado, Malheiros apontou a destruição dos jardins de Burle Marx como principal motivo, acompanhado da infestação dos animais. Apesar da discussão em torno do fato de possíveis casos de febre maculosa terem sido causados pelo carrapato-estrela, que se hospeda nas capivaras, o vice-prefeito sempre negou que os roedores tenham relação com a doença. Malheiros informou ainda que no fim de 2013 duas aeronaves arremeteram antes de pousar no Aeroporto da Pampulha, pois os pilotos visualizaram animais no leito do Córrego Pampulha, nas proximidades da pista, e acharam melhor checar que tudo estava bem antes de pousarem.


A empresa escolhida para fazer o trabalho foi contratada em março em regime de urgência sem passar pelos trâmites normais de licitação. A prefeitura recebeu orçamentos de várias empresas e escolheu aquele que melhor atendia aos interesses da administração municipal. O contrato foi assinado no valor de R$ 182 mil em 31 de março, com prazo de 180 dias para conclusão dos trabalhos a partir da data de publicação no Diário Oficial do Município (DOM), que aconteceu em 8 de abril. A reportagem solicitou à prefeitura o plano de manejo, mas o documento não foi fornecido.

 

 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)