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Estado de Minas

Capivaras da orla da Pampulha serão capturadas em até 45 dias

Animais passarão or exames; saudáveis serão remanejados e doentes serão sacrificados com injeção letal


postado em 10/05/2014 06:00 / atualizado em 10/05/2014 07:02

Biólogos iniciaram o monitoramento para capturar, examinar e remanejar as capivaras, que causam diversos problemas na região(foto: JAIR AMARAL/EM/D.A PRESS)
Biólogos iniciaram o monitoramento para capturar, examinar e remanejar as capivaras, que causam diversos problemas na região (foto: JAIR AMARAL/EM/D.A PRESS)

Uso de cevas de cana de açúcar para atrair as capivaras até pequenos cercados ou , se necessário, dardos com anestésico para imobilizá-las. Esse é o objetivo da empresa que iniciará, dentro de 30 a 45 dias, o plano de manejo para captura, exame e remanejamento dos roedores que estão na orla da Lagoa da Pampulha. Diferentemente do que havia avaliado a Prefeitura de Belo Horizonte de que cerca de 250 animais habitam a região, a empresa Equalis Ambiental, responsável pelos trabalhos, acredita que 100 roedores, no máximo, estejam na área. Técnicos estão levantando dados para subsidiar o plano, que será submetido à aprovação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

O vice-prefeito e secretário municipal de Meio Ambiente, Délio Malheiros, acompanhou técnicos da trabalhos da empresa nos arredores do Parque Ecológico Promotor Francisco José Lins do Rego, conhecido como Parque Ecológico da Pampulha, e garantiu que todo o serviço será executado dentro dos seis meses acordados entre as partes, que terminam em setembro.

Na primeira fase das intervenções, biólogos catalogam os animais a pé, de bicicleta e de carro, com o auxílio de binóculos. Foram identificados nove grupos distintos, sendo quatro deles na área do parque ecológico e os demais espalhados pela lagoa, segundo o diretor da Equalis, Pablo Pezoa. Além do levantamento populacional, o serviço procura também identificar faixa etária, sexo e tamanho, para compor o plano de manejo. “Depois de aprovado o documento é que começa a captura. Pretendemos usar um método passivo como a principal forma de atraí-las, que consiste no uso de cevas de cana de açúcar e bretes de captura com porta de entrada, mas a saída fechada”, afirma.

Um segundo método usa dardos com anestésicos para imobilizá-las. Essa não é a prioridade, mas também poderá ser usada caso as cevas não funcionem para todos. Uma das áreas onde os roedores ficarão aguardando o resultado dos exames clínicos já está construída em um espaço restrito do parque ecológico. O cercamento tem 500 metros quadrados e possui um pequeno lago, além de uma subdivisão para facilitar a ação dos técnicos. Se os exames apontarem que elas estão sadias, serão encaminhadas para os locais definidos pela prefeitura. Caso contrário, serão sacrificadas sem dor. A estratégia, nesse caso, prevê o uso dos dardos com anestésicos e depois a injeção letal.

Grupos ligados aos direitos dos animais defendem a permanência de uma população controlada na lagoa, mas Malheiros descartou. “Nenhuma capivara vai ficar na Pampulha por questões de segurança delas próprias e dos frequentadores. Não temos como cercar a lagoa. Deixá-las aqui significa conviver com a possibilidade de atropelamentos e outros acidentes”, afirma.

Uma empresa será contratada por licitação, após a conclusão dos trabalhos, para garantir a retirada dos próximos roedores que surgirem na região. Sobre a emissão da licença ambiental para o manejo via Ibama, o vice-prefeito disse estar tranquilo. “Já tivemos várias reuniões com o Ibama ,e tenho certeza que tão logo receba o relatório o órgão dará autorização imediata para a captura”, afirma.

MACULOSA Apesar da prefeitura sustentar que visitantes do parque não correm risco de contrair febre maculosa na região, mesmo depois de espalhar placas de alerta, nas ruas o medo da doença transmitida por carrapato que usa capivara como hospedeira, entre outros animais, fez os frequentadores da Lagoa da Pampulha mudarem os hábitos. Em setembro do ano passado, a enfermeira Darlene Machado, de 36 anos , foi com o marido e a filha de 3 anos ao parque ecológico para fazer fotos em família. “Eu e minha filha chegamos em casa cheias de carrapatos. Depois disso, não a trouxe mais”, conta. A enfermeira Priscila de Oliveira, de 29, tem o costume de caminhar na orla da lagoa uma vez por semana. “Depois de toda essa discussão, parei de trazer meu cachorro, com medo que ele pegue os carrapatos”, afirma.


COMO SERÁ O MANEJO
1ª FASE/AVALIAÇÃO
Levantamento de informações como número de animais, sexo, faixa etária, tamanho e localização para subsidiar o plano de manejo. Biólogos com binóculos, a pé, de bicicleta ou de carro, farão o trabalho.

2ª FASE/CAPTURA
Atração dos animais com cevas de cana de açúcar para pequenos bretes ou currais, de onde eles serão levados para quarentena e exames em cercamentos maiores.

3ª FASE/DESTINAÇÃO
Destinação final das capivaras sadias aos locais indicados pela prefeitura e sacrifício sem dor das doentes. Nesse caso, a estratégia passa pelo dardo anestésico e depois injeção letal.

ENQUANTO ISSO...
..ESGOTO COMEÇA A SER RETIRADO
A Lagoa da Pampulha estará livre, até 2015, de pelo menos 95% do esgoto que recebe hoje. A promessa é de técnicos da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) que participaram ontem de audiência na Comissão Especial de Estudos da Lagoa da Pampulha, na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Eles informaram que estão sendo construídos interceptores às margens dos córregos que alimentam a represa e que estas estruturas vão minimizar o despejo de esgoto irregular no lago. Anunciaram também que a construção de redes de coleta de esgoto em BH e Contagem está sendo feita.


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