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Estado de Minas

Indefinição sobre liberação da Pedro I obriga PBH a criar rotas alternativas

Mudanças em ruas do Bairro São João Batista devem aliviar transtornos na região


postado em 06/08/2014 06:00 / atualizado em 06/08/2014 06:58

Esquina das ruas Doutor Álvaro Camargos e Eugênio Volpini está sendo alargada para facilitar conversão de ônibus do BRT/Move(foto: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A. Press)
Esquina das ruas Doutor Álvaro Camargos e Eugênio Volpini está sendo alargada para facilitar conversão de ônibus do BRT/Move (foto: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A. Press)

Diante da indefinição de quanto tempo mais a Avenida Pedro I ainda deve ficar interditada – mesmo depois de mais de um mês do desabamento da alça sul do Viaduto Batalha dos Guararapes –, a BHTrans prepara novos desvios emergenciais no entorno da avenida. As mudanças no tráfego devem ser implantadas nos próximos dias e estão previstas para ruas do Bairro São João Batista, em Venda Nova. É mais uma tentativa de melhorar a circulação de carros e do transporte público, inclusive do BRT, que teve quatro estações desativadas na via. Em pronunciamento durante a inauguração do Comitê Metropolitano da Coligação Todos por Minas, o prefeito Marcio Lacerda deixou clara sua preferência pela demolição da alça norte, sob risco de desabamento, segundo a Cowan, empresa responsável pela obra. Lacerda pôs em xeque a possibilidade de recuperação do viaduto, obra que pode demorar um semestre e causar mais transtornos e insegurança.

“As obras de recuperação podem levar até seis meses e a população não pode conviver com esse medo. O trânsito também não pode conviver com o transtorno que existe hoje no local”, afirmou o prefeito. Mas Lacerda pretende bater o martelo apenas depois da divulgação da perícia técnica da polícia, que está em andamento. “Estamos preparando a demolição do viaduto e isso vai acontecer quando a polícia técnica liberar o local”, adiantou.

Uma fonte ligada a Lacerda confirmou que ele não quer esperar um semestre para liberar a avenida, mas precisa do aval para ter amparo legal de que nenhuma prova foi destruída. Ainda segundo a fonte, o prefeito ouviu muitos especialistas e peritos que dizem ser possível recuperar a alça norte. Mas, para isso, o prazo de seis meses seria o mínimo para elaboração de nova licitação, novo projeto e o próprio tempo da obra.

Há cerca de duas semanas, a Cowan apresentou laudo que atribui o desabamento a erros de cálculo do projeto executivo, feito pela Consol Engenheiros Consultores. O laudo afirma que o bloco que caiu foi projetado como rígido, o que fez a quantidade de aço calculada para sua composição ser inferior ao ideal. A construtora alega que o bloco deveria ter sido flexível, o que exigiria mais ferragens para evitar que a estrutura se flexionasse, torcesse ou rompesse sob o peso do pilar. Segundo a Cowan, o bloco confirma que o bloco foi concebido como rígido, mas, por enquanto, não tem condições de avaliar se essa foi uma escolha errada.

Alternativa

Enquanto a decisão não é tomada, a população que mora, trabalha ou passa pelo entorno da Pedro I sofre com trânsito congestionado e com riscos nas travessias. A BHTrans confirma que está analisando novos desvios, mas não adiantou quais. A reportagem do Estado de Minas apurou junto a funcionários de uma empresa contratada pela Cowan que as ruas Eugênio Volpini e Doutor Américo Gasparini serão usadas como alternativa para sair da Rua Doutor Álvaro Camargos e acessar a Avenida Pedro I, no sentido bairro. Na direção oposta, com destino ao Centro, a opção é sair da Pedro I, entrar na Rua Professor Aimoré Dutra até a Rua Doutor Álvaro Camargos e seguir pela Rua São Pedro do Avaí até a Pedro I.

Moradora do Bairro Santa Mônica, em Venda Nova, a diarista Rosilene Moreno, de 50 anos, diz evitar a região, onde só passa quando é realmente necessário. “O trânsito aqui era intenso, mas muito diferente de hoje. Está perigoso, por causa do grande volume de carros, ônibus normais, do BRT e caminhões. A gente tem que atravessar na marra, porque a sinalização está péssima”, reclama.

Funcionária de uma loja na Rua Doutor Álvaro Camargos, vendedora Rosália Macedo, de 48, reclama dos transtornos: “É muito barulho e confusão o dia inteiro. Vários batidas já ocorreram e o risco de atropelamento é grande”, afirma.

Para o motoboy André Magalhães, de 35, que passa pelas vias que receberam o tráfego da Pedro I, a situação é perigosa: “É um trânsito muito intenso que veio para vias que não comportam tantos carros. A prefeitura precisa adotar uma solução urgente.”

Por meio de nota, a BHTrans informou que os desvios prevêem a liberação de um trecho maior da Pedro I, para melhorar a fluidez e priorizar a segurança dos motoristas e pedestres. Atualmente, a interdição é da Pedro I entre o Viaduto João Samara e a Avenida Cristiano Guimarães – uma extensão de cerca de 10 quarteirões.

A BHTRANS informou ainda que, para garantir mais segurança à travessia de pedestres, as ruas que tiveram aumento do fluxo de veículos têm recebido reforço da presença de agentes que fazem o monitoramento e a sinalização com cones, com o objetivo de reduzir a velocidade dos veículos. Informou também que uma operação diária é realizada pelos agentes de trânsito com acompanhamento da entrada e saída dos alunos do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, na região.


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