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Estado de Minas

Conheça os caminhos e contrastes do trecho que receberá Rodoanel da Grande BH

EM percorre trajeto por onde passará via que promete desafogar trânsito da Grande BH. Locais são exemplo de contrastes da região


postado em 27/07/2014 00:12 / atualizado em 28/07/2014 08:16

Mateus Parreiras

Projeto inclui área de Santa Luzia com extração de areia (foto: Euler Junior/EM/D.A Press. Brasil)
Projeto inclui área de Santa Luzia com extração de areia (foto: Euler Junior/EM/D.A Press. Brasil)

É rara a passagem de veículos pela estrada rural do povoado do Fecho, em Santa Luzia. A pacata comunidade, a 10 quilômetros do Centro do município, abriga fazendas e um cemitério centenário, de muro de pedras assentado por escravos. A 40 quilômetros dali, o movimento também é pequeno no Bairro Colonial, em Contagem. Mas o cenário é diferente. Crianças empinam pipas e saltam valas de esgoto, que corre a céu aberto. Distantes, os dois lugares serão “aproximados” porque estão nos extremos do Rodoanel Metropolitano Norte, obra tida como fundamental para aliviar o trânsito na Grande BH e prevista para começar no ano que vem. As localidades também são exemplo das diferenças ao longo do trajeto. Com base no projeto oficial lançado no início do mês, a reportagem do Estado de Minas percorreu pontos nos quais serão construídos túneis, pontes e viadutos e encontrou situações que ilustram contrastes da Grande BH e mostram como o Rodoanel provocará mudanças por onde passar.


A previsão da Setop é de que a obra tenha dois acessos à BR-381 nas extremidades, sendo um deles em Betim, no trecho BH-São Paulo, e outro em Ravena (Caeté), segmento BH-São Paulo, passando por Contagem, Pedro Leopoldo, Ribeirão das Neves, Sabará, Santa Luzia, São José da Lapa e Vespasiano. O custo estimado para os 66,7 quilômetros previstos é de R$ 4 bilhões, dos quais R$ 800 milhões do governo do estado e R$ 3,2 bilhões por meio de parceria público privada (PPP). Deste valor, R$ 535 milhões serão usados em desapropriações. A via é importante porque pode reduzir à metade o tráfego no Anel Rodoviário de BH, que hoje recebe 140 mil veículos por dia.


Situações no trajeto do Rodoanel já chamavam atenção dos projetistas, como dragagens de areia no Rio das Velhas e em córregos, com indícios de trabalho clandestino. A reportagem do EM identificou maquinário de dragagem escondido no mato e contenções de barrancos feitas por garimpeiros para lavar a terra e extrair minerais e areia no Rio das Velhas e em ribeirões. Um lixão clandestino em Santa Luzia, perto do Bairro Chácaras Retiro do Recreio, também foi localizado. A reportagem também encontrou montes de entulho e lixo de extensos bota-foras nos bairros Colonial, Sapucais e Tropical, em Contagem, São João Batista, em Santa Luzia, e em áreas rurais dos oito municípios por onde o Rodoanel passará. Em quase todas as ruas e loteamentos há lançamento de esgoto a céu aberto.


Para o consultor Paulo Eduardo Borges, doutorando em análise ambiental pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o projeto do Rodoanel é “arrojado” e trará “benefícios”, mas também terá impactos. “É preciso uma preocupação ambiental, por exemplo, com a preservação de grutas e de outras formações da região de Pedro Leopoldo e Vespasiano, onde já há atuação de cimenteiras e outros empreendimentos”, afirma. Como há muitos bairros nos limites de municípios e até invasões no caminho do Rodoanel, Borges defende que as ações de desapropriação sejam seguidas de melhorias de infraestrutura urbana.


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