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Estado de Minas

Ruas recapeadas sem sinalização confundem motoristas

Demora na implantação de nova sinalização horizontal em ruas repavimentadas confunde motoristas e gera risco de acidentes, porque prefeitura prioriza revitalização de vias que integram o roteiro do Mundial


postado em 02/06/2014 00:12 / atualizado em 02/06/2014 07:02

Guilherme Paranaiba

(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)

Às vésperas da Copa do Mundo, a Prefeitura de Belo Horizonte corre contra o tempo para restaurar a pavimentação das vias da cidade. Ruas com buracos e remendos estão sendo recapeadas, mas, em alguns pontos, a melhoria vem seguida de transtornos e risco de acidentes, por causa da demora na implantação da nova sinalização horizontal, que é priorizada apenas nos trajetos relacionados ao Mundial.

Sem a pintura nas ruas e avenidas recapeadas para demarcar faixas ou orientar quanto à preferência em cruzamentos nos demais endereços de BH, falta bom senso e sobra confusão e perigo, principalmente nos lugares onde havia rotatória. O problema se estende também às avenidas, que perdem a demarcação de faixas. Sem a divisão, os carros se misturam de forma desordenada, criam novos espaços e contribuem para aumentar o risco e o tumulto.

Um dos exemplos é o cruzamento das ruas Laranjal, Caratinga, Flórida e Pium-í, no Bairro Sion, Região Centro-Sul. Antes de a prefeitura refazer o pavimento da Pium-í, que liga as avenida Bandeirantes e Contorno, o entroncamento das quatro vias era disciplinado por uma rotatória. Mas, há cerca de um mês, o círculo com taxas refletivas foi retirado e nova sinalização ainda não foi feita. “Quem sabia da rotatória ainda tenta respeitar a circulação correta, mas motoristas entram direto nas ruas sem dar a devida preferência”, diz a empresária Tania Araújo, sócia de um bar e restaurante na Pium-í.

A circulação no local é intensa e o cruzamento faz parte de itinerário de ônibus, o que complica ainda mais a falta de rotatória. “Escutamos muitas freadas bruscas e buzinas. Há pouco tempo, um caminhão quase me acertou, pois subo a Laranjal e entro na Caratinga para guardar o carro na garagem”, conta Tania. A empresária afirma ainda que já solicitou demarcação da sinalização na prefeitura, mas nada foi feito.

(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
O problema se repete no cruzamento das ruas Manaus e Padre Marinho, no Bairro Santa Efigênia, Região Leste. O cruzamento também era regulado por uma rotatória, mas o recapeamento eliminou a sinalização horizontal. A vertical permanece, com placas dos quatro lados indicando aos motoristas que logo à frente existe uma rotatória. Mas basta ficar ali cinco minutos para perceber o risco de acidentes. Os carros passam direto ou entram à esquerda pelo meio do cruzamento. Ontem, um caminhão que estava na Padre Marinho e entrava à esquerda na Manaus precisou parar no meio da rua quando percebeu que outro carro vindo da Padre Marinho não frearia a tempo. Com as mãos fazendo círculos, o passageiro do caminhão gritou: “É rotatória”, antes de seguir o caminho passando rente ao outro carro.

O garçom Gabriel Gonçalves, de 20 anos, que trabalha em uma casa na esquina, conta que há alguns dias um motorista entrou à esquerda na Manaus sem contornar o círculo: “O motorista que vinha no sentido contrário e ia atravessar a Manaus teve de jogar o carro para a esquerda para evitar a batida e acabou subindo no canteiro central que divide as faixas na entrada da antiga rotatória”.

CONFUSÃO Depois de ser recapeada, a Avenida Silva Lobo ficou muito tempo sem a rotatória de acesso à Rua Oscar Trompowsky, no Bairro Grajaú, na Região Oeste, tumultuando bastante o movimento de entrada e saída das duas vias. Hoje, o círculo novo já está implantado, mas sem as taxas refletivas em volta da pintura. A BHTrans optou por preencher o espaço com tambores de plástico, usados como delimitadores móveis, indicando que a solução é temporária. “Ficamos 40 dias sem a rotatória e depois fizeram isso, uma confusão total. A toda hora vejo um motorista xingando o outro”, afirma o comerciante Braz Jorge Nere Lima, de 66.

A BHTrans admite que a prioridade na implantação da sinalização horizontal é dos trechos relacionados à Copa do Mundo. Em nota, a empresa diz que todas as vias receberão pintura no solo e que muitas vezes a recomposição do asfalto demanda a readequação da altura de sarjetas e bueiros, e, em alguns casos, é preciso fazer a troca de equipamentos. E que é necessário aguardar para que o asfalto esteja estabilizado antes de receber a pintura. Por fim, segundo a BHTrans, na programação do serviço de sinalização horizontal constam os três cruzamentos apontados pela reportagem, porém, sem prazo definido.


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