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Estado de Minas

Moradores estão temerosos com obras do "piscinão" do Calafate

Decreto inicia processo de desapropriação e remoção de moradores para formação de represa que será a segunda maior de BH, perdendo apenas para a Lagoa da Pampulha


postado em 09/05/2014 06:00 / atualizado em 09/05/2014 07:09

Área abrigará bacia com capacidade para 600 milhões de litros, que deve evitar o transbordamento do Ribeirão Arrudas (foto: FOTOS JAIR AMARAL/EM/D.A Press )
Área abrigará bacia com capacidade para 600 milhões de litros, que deve evitar o transbordamento do Ribeirão Arrudas (foto: FOTOS JAIR AMARAL/EM/D.A Press )

Foi dado nessa quinta-feira o primeiro passo para a construção do “piscinão” do Bairro Calafate, na Região Noroeste de Belo Horizonte. A prefeitura publicou no Diário Oficial do Município (DOM) decreto dando início ao processo de desapropriação e de remoção de moradores de duas vilas. A área, que vai da Avenida Tereza Cristina até a Silva Lobo, ao lado da Via Expressa, é a mesma onde seria construída a nova rodoviária da capital. Agora, o terreno vai abrigar uma bacia de detenção de água de chuva, com capacidade para 600 milhões de litros, para evitar o transbordamento do Ribeirão Arrudas na região.

A área contém seis vezes o volume da Barragem Santa Lúcia, na Região Centro-Sul. A bacia só perderá em tamanho na capital para a Lagoa da Pampulha. Com a intervenção, a Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, que faz a ligação da Tereza Cristina com a Silva Lobo, vai desaparecer. Uma galeria subterrânea será construída na Tereza Cristina, ao lado do Arrudas, para receber a água que transborda do leito do ribeirão. O excedente irá direto para a bacia de detenção e será devolvida aos poucos para o Arrudas, por gravidade e um sistema de comportas.

Além do Calafate, o Arrudas terá bacia de detenção no Bairro das Indústrias, limite com Contagem. As duas estão orçadas em R$ 328 milhões. A expectativa era de que as duas obras começassem no ano que vem e terminassem no fim de 2016. Por meio de nota, a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) informou que, a partir do Decreto 15.556, a PBH está apta a começar o processo legal de avaliação de imóveis na região. E acrescentou que os cadastros técnicos de desapropriação e os estudos estão em fase de elaboração.

Aposentada Eunice Pereira Santos, de 44,(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press.)
Aposentada Eunice Pereira Santos, de 44, (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press.)
Os moradores das vilas da Amizade e Calafate estão temerosos com as intervenções. O presidente da Associação de Moradores da Vila Calafate, Elton dos Santos Moura, promete fechar a Via Expressa, a exemplo do que foi feito quando se cogitou a construção da rodoviária no local, em protesto. Segundo ele, mais de 600 famílias correm o risco de serem retiradas do local. “Vamos convocar audiência pública e conseguir um advogado para esse caso”, diz.

A aposentada Eunice Pereira Santos, de 44, conta que por várias vezes a comunidade se assustou com boatos, mas, com a publicação do decreto, sabe que a saída é para valer. “Agora, nos resta lutar por uma indenização justa”, diz. O marido dela, o também aposentado Leo Stief, de 65, questiona a obra. “No site da prefeitura, o projeto mostra um buraco com uma parede de 7 metros de altura. Numa apresentação na Sudecap, nos informaram que ficará cheio apenas quando chover. Em outros períodos, terá 50 centímetros de água. O que vier do Arrudas vai cair aqui.  Não acredito que seja ecologicamente correto”, diz. Ele informou que a prefeitura fez uma prévia de cadastramento e já sabe quais são os terrenos invadidos e quais pertencem ao município.

REVITALIZAÇÃO


A bacia do Calafate está ligada a um projeto ainda maior. Ela será inicialmente executada pela Sudecap e inclui a instalação de um parque previsto no Nova BH, projeto que pretende transformar a cara da capital a partir da ocupação e da renovação imobiliária nos eixos das avenidas Antônio Carlos/Pedro I e Andradas/Tereza Cristina/Via Expressa, por meio de uma operação urbana consorciada.
Segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Planejamento Urbano, o Nova BH deverá complementar o tratamento urbanístico na Tereza Cristina e nos bairros de entorno, entre outras intervenções. Esse projeto prevê uma reforma na paisagem, como a inclusão de vegetação e áreas permeáveis, com espaços de lazer e permanência, melhoria de travessias na ligação entre a futura estação de Metrô Nova Suíça e o bairro Padre Eustáquio e a criação de parques ao redor da bacia.


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