Mais um homem envolvido com o roubo de 45 armas da Central Integrada de Escoltas de Ribeirão das Neves, na Grande BH, foi preso na manhã desta segunda-feira pela Polícia Civil. O pedreiro Sandro Bispo dos Santos, de 35 anos, foi detido quando seguia para o trabalho. Ele é dono do terreno onde foi recuperado a maioria do armamento. Ainda faltam encontrar quatro pistolas .40 que foram levadas pelos criminosos. Outros quatro acusados pelo assalto, entre eles um agente penitenciário, já estão presos.
O pedreiro Sandro Bispo foi surpreendido por policiais da 5ªDelegacia Especializada de Furtos, Roubos, Antissequestro e Organizações Criminosas (Deroc) na manhã desta segunda-feira. Em posse de um mandado de prisão, os agentes foram até o Bairro Vale da Prata, em Ribeirão das Neves, e encontraram o alvo em uma rua da região. O homem seguia para o trabalho quando foi abordado.
O preso é vizinho do agente penitenciário Marcos Antônio Rodrigues Oliveira Nogueira, de 38, apontado como o mentor da ação, e do irmão dele, Arthur Rodrigues Nogueira, 23. No terreno onde ele mora foram encontradas seis submetralhadoras, 23 pistolas e munição. No fundo do lote onde moram Marcos e Arthur, a polícia achou 10 pistolas e mais munição.
Em conversa com os policiais, o pedreiro afirmou que é amigo de infância de Arthur e que não tinha conhecimento de que as armas estavam sendo guardadas no local. Segundo ele, os vizinhos tinham livre acesso a propriedade tendo até as chaves do imóvel. Sandro foi indiciado por posse ilegal de armas e encaminhado ao Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) Gameleira.
Outros dois homens, o porteiro Washington Luiz Soares, de 48,e Wanderley Metzker, 45, já estavam presos por causa do crime. O primeiro foi apontado pela polícia como sendo o intermediador do arsenal. Já Wanderley comprou uma das pistolas .40 por R$ 4,5 mil.
As investigações se concentram, agora, em busca das quatro pistolas .40 que ainda não foram recuperadas.
Relembre o caso
O roubo das armas foi descoberto durante a troca de turnos na central em 23 de março. Marcos levou para o plantão da Central de Escoltas uma salada de frutas, que preparou para os colegas logo depois do almoço. Ele deu a comida a todos, sem usar tranquilizantes. No jantar, Marcos repetiu a gentileza e preparou novamente a salada para os agentes do plantão. Segundo a polícia, tudo indica que Marcos dissolveu um medicamento tranquilizante (clonazepam), e colocou no lanche e nos copos com suco de limão que os colegas beberam.
Os oito agentes começaram a passar mal devido ao efeito do tranquilizante. Quando os colegas estavam sonolentos, Marcos ligou para o Arthur e falou a senha previamente combinada - “tudo bem com a mãe”. Essa era a frase chave para Arthur iniciar a participação no crime. Ele saiu de casa, no Bairro Veneza, com o Fiat Palio do irmão e foi até a Central. Mais cedo, durante a tarde, Arthur foi de moto ao estacionamento da Central para pegar o carro do irmão. Ele deixou a moto no pátio e levou o veículo, conforme o plano para o roubo mais tarde.
Enquanto a turma dormia, Arthur e Marcos recolheram as armas no depósito. Eles fizeram dez viagens até o veículo carregando as submetralhadoras e pistolas. Logo depois, Arthur seguiu com o arsenal para o Bairro Veneza, onde distribuiu tudo em dois endereços - 10 pistolas no terreno da família onde também moram a mãe e a esposa de Marcos e o restante na casa de Sandro.