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Estado de Minas

Família de menino agredido aparece, mas polícia ainda não identificou agressor

Mãe do menino de 10 anos internado em coma, com afundamento de crânio, diz que não sabe quem o espancou. Ela demorou uma semana para denunciar sumiço do menor


postado em 25/04/2014 06:00 / atualizado em 25/04/2014 07:01

Policiais e peritos fizeram buscas no terreno onde o garoto foi encontrado atrás de pistas do espancador(foto: TV Alterosa/Reprodução)
Policiais e peritos fizeram buscas no terreno onde o garoto foi encontrado atrás de pistas do espancador (foto: TV Alterosa/Reprodução)

O aparecimento da família do menino W.R. de 10 anos encontrada com afundamento de crânio em um lote vago na Região do Barreiro, em Belo Horizonte, não foi suficiente para esclarecer o mistério que envolve a violência praticada contra a criança. Nessa quinta-feira, a mãe do garoto, a faxineira I.R. de 37, e um filho dela, de 19, estiveram no Hospital de Pronto Socorro João XXIII e reconheceram a criança. Ela está em coma e o estado de saúde é grave. O reencontro dos parentes com o menor ocorreu uma semana depois de ele ter sido localizado ferido, na quarta-feira da semana passada. Informações preliminares repassadas pela mãe aos policiais civis não foram suficientes para que se chegasse à identidade do agressor. Depois de ter feito diligências no entorno do local onde W. foi encontrado, a polícia busca imagens que possam ajudar na apuração do caso.

Acolhida pelo filho mais velho e com o olhos cheios de lágrimas, a mãe se explicou na porta do HPS sobre a demora em procurar a Delegacia de Desaparecidos, o que ocorreu somente anteontem. Segundo ela, a criança tem histórico de fugir de casa e passar dias fora. Já chegou a ficar sumido por mais de uma semana e em quatro ocasiões foi recolhido por representantes do Conselho Tutelar Municipal e levado para abrigos da capital.

“Ele é agitado, comunicativo e alegre. Gosta de sair para andar, bagunçar com colegas, pedir dinheiro na rua. Sempre fica nas imediações do supermercado Verdemar, na Avenida Nossa Senhora do Carmo (Sion), e também nas proximidades do Supermercado Extra e do BH Shopping, no Belvedere. Pegava ônibus e ia”, conta a mulher, que vive com W. e outro filho, de 13, na Vila Morro do Papagaio, Região Centro-Sul. A mãe nega que W. tenha envolvimento com drogas ou com atos ilícitos.

A faxineira disse que trabalha para sustentar a família e não pode acompanhar os filhos em horário integral. “Em parte do dia, ele fica na escola. Em outra, fica com meu irmão. Se eu não trabalhar e ainda fizer uns ‘bicos’, todo mundo passa fome”. Além do jovem de 19 anos e do adolescente de 13, a mulher tem uma filha de 22 anos. Os filhos mais velhos são de um primeiro relacionamento e vivem em outros endereços na mesma vila. Os dois mais novos são filhos de outro pai, com quem a faxineira não tem mais relação afetiva.

COCHILO

A mãe conta na terça-feira, dia 15, chegou do trabalho, deu almoço ao filho e cochilou. Quando acordou, a criança já tinha saído. “Andei por ali por perto, perguntando, procurando por ele. Desde então, tenho tentado encontrá-lo. Esses dias foram dolorosos.” A mulher diz que chegou a ouvir o noticiário informando sobre o encontro de um menino vítima de violência, mas afirmou que as características relatadas condiziam com as do filho. “Até então, pensei que não era ele que estava lá (no Barreiro). Por isso, não procurei a polícia.” Ela diz que foi à delegacia na terça-feira, mas não pôde registrar a ocorrência porque estava sem os documentos. No dia seguinte, quando retornou, foi orientada a ir ao pronto-socorro para checar se a criança internada era o filho. O reconhecimento, segundo a mulher, foi doloroso. “Só quem é mãe ou pai sabe o que estou passando.”

O delegado responsável pela investigação, Júlio Zica, da 2ª Delegacia do Barreiro, ouviu a faxineira ontem no HPS e diz não ter encontrado na mãe indício de anormalidade ou problema mental. Informou ainda que a criança não tem passagens de apreensão por ato infracional, como uso de droga ou furto. Para ajudar no esclarecimento do caso, o delegado disse que a análise da filmagens de câmeras de monitoramento não revelou nenhuma pista. “Ele pode ter pego um ônibus na Nossa Senhora do Carmo. Tudo está sendo averiguado.” Segundo o policial, a suspeita de crime sexual está descartada.

 


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