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Estado de Minas

Economia de tempo nas três novas linhas pode chegar a 40%

Comparativo feito pelo EM considera viagens antes da implantação do BRT e as linhas que estrearam nessa segunda


postado em 11/03/2014 06:00 / atualizado em 11/03/2014 10:15

Obstáculos colocados para delimitar pista preferencial para ônibus acabaram atrapalhando a vida de outros motoristas (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Obstáculos colocados para delimitar pista preferencial para ônibus acabaram atrapalhando a vida de outros motoristas (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)

Passageiros das três linhas do BRT/Move que rodaram nessa segunda-feira no primeiro dia útil do novo sistema de transporte de massa da capital mineira economizaram até 37% de tempo de deslocamento, comparando-se o desempenho dos novos veículos com os convencionais de mesmo trajeto.  Com informações da BHTrans, a equipe do Estado de Minas reproduziu em 5 de fevereiro os percursos que seriam feitos pelo Move um mês depois, embarcando em coletivos comuns para saber qual seria o ganho real para os usuários.

Uma das linhas que entraram em operação é a 82 (Estação São Gabriel/Hospitais), que tem pontos na Avenida Afonso Pena, na Savassi e na região hospitalar, seguindo até a Estação São Gabriel, no bairro de mesmo nome da Região Nordeste de BH. Segundo a BHtrans, a linha que mais se assemelha ao percurso do sistema antigo é a 62 (Estação Venda Nova/Savassi, via Hospitais). Em fevereiro, em uma quarta-feira, a equipe do EM embarcou na Avenida Afonso Pena, altura do número 2.323, e a viagem até a Estação São Gabriel levou 34 minutos. Foram 10 minutos a mais do que o Move da Linha 82, que, em corredores exclusivos e vias adaptadas, ofereceu mais conforto aos usuários.

A espera no ponto da linha convencional, no entanto, foi de apenas seis minutos, contra nove do Move. O trajeto da linha 62 é mais apertado, descendo pela Rua Pernambuco até seu primeiro ponto na área hospitalar, na Avenida Alfredo Balena, em frente à Igreja do Sagrado Coração de Jesus. O segundo é na Praça Hugo Werneck. A maioria das pessoas que embarcaram nesse horários eram estudantes carregando mochilas e cadernos. Todos conseguiram sentar, mas quando o ônibus passou pelo Viaduto do Extra já não havia mais cadeiras vagas. Na Savassi, até mesmo o Move já estava cheio, sem lugar para passageiros assentados.

Na Floresta, Região Leste, o ônibus comum circula por vias estreitas e acaba fechando cruzamentos quando precisa parar no ponto, como ocorre na Rua Salinas, onde o veículo bloqueia a Rua Macedo e trava o tráfego no local. Na Rua Jacuí o deslocamento também se dá por um caminho apertado de mão dupla, com muitos cruzamentos, que significam paradas constantes, sendo também trajeto para muitas linhas de ônibus. Já a linha 82 do Move só apresentou dificuldades para convergir da Avenida Getúlio Vargas para a Rua Professor Moraes.

A chegada à Avenida Cristiano Machado levou 22 minutos pela linha 62. O avanço foi bem lento, devido ao tráfego intenso e aos muitos semáforos. Só depois de 30 minutos de viagem é que o ônibus chegou à altura do Minas Shopping. De lá até a Estação São Gabriel foram apenas mais quatro minutos. A auxiliar administrativo Edilene Santos, de 40 anos, ainda está desconfiada sobre a vantagem de trocar um sistema pelo outro. “Nem estava sabendo que uma linha dessas novas (do Move) faz o mesmo caminho que meu ônibus antigo. Mas não sei se vale a pena trocar, porque hoje desembarco fora da estação. Quem sabe em um dia muito cheio a gente troca”, disse.

DEMORA No ponto da Avenida Amazonas com Rua Padre Belchior, o que mais irrita os passageiros da Linha 1502 (Vista Alegre/Guarani) é a espera, que chega a 40 minutos em horário de pico, segundo eles. Ninguém por lá sabia que o Move trouxe mais duas opções para quem vai se deslocar até a Estação São Gabriel, por meio das linhas 83 (Estação São Gabriel/Centro) paradora e direta, que têm pontos na Avenida Paraná, a três quarteirões de distância do 1502. Os intervalos do Move são menores, entre 12 e 15 minutos. “Precisa mesmo que algo seja feito. A demora é muito grande e por causa disso o ponto vai ficando cheio, ninguém respeita a ordem de chegada para embarcar. Idosos e pais com crianças pequenas ficam esperando esvaziar”, afirma o carpinteiro Amilton Vieira, de 53 anos.

No dia 5, às 14h, os intervalos da linha giraram em torno de 14 minutos. A equipe de reportagem embarcou no coletivo com dificuldade, já que até três filas se formavam na porta. Foram 30 minutos até a Estação São Gabriel, sem lugar para se sentar e com muita gente tendo de acelerar o passo quando dava sinal de parada, porque se demorasse para vencer o corredor apertado o condutor fechava a porta e acelerava o ônibus. A linha 83 paradora chegou a fazer o percurso em 25 minutos, enquanto a direta, em apenas 19, 37% mais rápido, sendo que o embarque ocorre apenas nas estações, onde as filas são mais organizadas.

 

(foto: Soraia Piva)
(foto: Soraia Piva)
 


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