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Estado de Minas

Patrimônio cultural, casarão que abriga escola corre risco de desabar em Minas

O imóvel do século 19, onde funciona educandário há mais de 50 anos, tem paredes descascadas, rachaduras e uma área isolada. Projeto de reforma é orçado em R$ 842 mil e ainda não tem prazo para execução


postado em 16/01/2014 10:06 / atualizado em 16/01/2014 10:12

O sobrado de dois andares em Santa Bárbara está em condições precárias(foto: Everaldo Francisco da Cruz)
O sobrado de dois andares em Santa Bárbara está em condições precárias (foto: Everaldo Francisco da Cruz)

Moradores de Santa Bárbara, na Região Central de Minas Gerais, e ex-alunos da Escola Nossa Senhora do Sagrado Coração estão preocupados com a degradação do casarão onde funciona a instituição de ensino. O imóvel do século 19, tombado como patrimônio cultural da cidade, está com paredes descascadas, rachaduras, teto sob risco de desabamento e com uma área isolada há quase um ano devido à possibilidade de ruptura. A escola particular de estilo colonial atende 616 alunos do ensino infantil ao médio. A estrutura das 19 salas de aulas não está comprometida, por isso não há interrupção das aulas, mas o risco é grande para os estudantes. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) recomendou à prefeitura que sejam executadas obras de revitalização, mas a reforma ainda está na fase de projeto.


O sobrado tem dois andares, alvenaria de pau a pique e adobe, além de algumas partes de tijolos. Na fachada, as portas são protegidas por um gradil de ferro maciço no estilo colonial, com parapeito de madeira. O prédio, datado de 1864, era do coronel Pedro Moreira Teixeira e serviu de residência oficial para prefeitos. Em 1964, foi doado para a Sociedade Civil Irmãs Missionárias Capuchinhas, que transformou o espaço em educandário e administra até hoje o imóvel.

De acordo com a diretora, irmã Geovânia Maria Pereira, na parte interditada funcionava a diretoria, a sala dos professores, espaço de reuniões, mecanografia e depósito de material de artes. Com o deslocamento desses setores para outras áreas do terreno, as atividades ficam prejudicadas. É o caso da disciplina de ciência, cujo laboratório também abriga provisoriamente a sala dos docentes.

Segundo a diretora, a área isolada – cerca de 300 metros quadrados, cobertos por uma lona - tem paredes que podem romper com um simples esbarrão nas escoras, o que coloca em risco alunos que tentarem entrar na região interditada.. “Receio que, com as chuvas, a lona receba água e pese. A inclinação do sobrado para a rua da frente é cada vez maior”, relata a irmã Geovânia. Ela afirma que não tem recursos para recuperar o imóvel. Segundo a diretora, as últimas pequenas melhorias foram pagas com rifas e arrecadações em festas promovidas por pais e alunos.

Ex-aluna da instituição, a escritora Andréia Donadon Leal frequentou a escola entre 1985 e 1988. “A comunidade está correndo atrás da prefeitura, que não está junto para colocar o prédio em situação apresentável”, lamenta. Andréia fala do legado do educandário na sua vida profissional e pessoal. “Essa escola é muito importante para mim, porque sou artista plástica e escritora. Já representei o Brasil em 11 países e publiquei 10 livros. Aprendi as primeiras técnicas pictórias na aula de educação artística, aulas gratuitas com uma irmã. Eu era bolsista. A educação que tive nessa escola foi crucial para meu tornar o que sou hoje”, conta.


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