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Estado de Minas

Justiça nega liberdade a PM envolvido em série de assassinatos no Vale do Aço

Desembargadores foram unânimes ao decidir manter preso o soldado, que pode ter participação direta em pelo menos dois homicídios


postado em 21/08/2013 19:17 / atualizado em 21/08/2013 19:22

Um soldado da Polícia Militar, indiciado por envolvimento em uma série de assassinatos ocorridos na Região do Vale do Aço, teve negado pela Justiça o pedido de liberdade. Preso preventivamente, o militar Victor Emanuel Miranda de Andrade é acusado de mandar matar um comerciante que testemunhou contra ele por outro homicídio ocorrido em Ipatinga. A defesa alegou, entre outros fatores, que o policial é réu primário e tem “ilibado comportamento profissional”. Três desembargadores foram unânimes ao rechaçar a tese dos advogados e decidir mantê-lo preso.

De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o soldado foi preso acusado de ser o mandante do assassinato de Cleidson Mendes do Nascimento, de 26 anos, em setembro de 2011. Quatro anos antes, a vítima testemunhou contra o policial, que respondia processo pelo homicídio de um comerciante. A prisão do policial ocorreu depois que uma força tarefa foi montada para apurar uma série de crimes ocorridos na região cuja autoria não havia sido esclarecida.

Segundo o TJMG, o advogado Leon Bambirra Obregon Gonçalves, que defende o policial, pediu a desconstituição do decreto de prisão preventiva. O defensor afirmou que o fato de o acusado ser policial militar não é fundamento para que ele seja mantido preso. Ele alegou ainda que a prisão de seu cliente se deu por causa do depoimento de apenas uma testemunha e que não havia demonstração de que a liberdade dele representaria algum risco ao andamento do processo e à sociedade.

O relator do recurso, desembargador Jayme Silvestre Corrêa Camargo desqualificou a tese do advogado que defende o soldado. Segundo o magistrado, há elementos evidentes de que a prisão do policial é necessária para garantia da ordem pública. O desembargador destacou a “ reiterada prática delitiva” do acusado, que responde a três processos criminais distintos. Os desembargadores Edison Feital Leite e Eduardo Brum acompanharam o voto do relator.

Crimes esclarecidos

A força tarefa que culminou no indiciamento do soldado Victor Emanuel e outras 15 pessoas foi montada depois do assassinato de dois jornalistas que atuavam no Vale do Aço e denunciavam a participação de policiais em crimes misteriosos. O repórter Rodrigo Neto, de 38 anos, e o fotógrafo Walgney Carvalho, de 43, foram mortos, respectivamente, em Ipatinga e Coronel Fabriciano, entre março e abril deste ano. A série de crimes investigada teve início em 2007. Dos 16 indiciados, seis são policiais civis e três militares.

As apurações do grupo, composto por quatro delegados, três escrivães e 12 investigadores, já esclareceram 12 dos 18 homicídios investigados, incluindo a execução dos dois jornalistas.


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