A polícia investiga a denúncia de um caso de estupro que teria ocorrido durante a ocupação da Câmara Municipal de Belo Horizonte. Uma manifestante, de 21 anos, que dormia em uma barraca no local, diz que foi agredida por um rapaz. A delegada Elizabeth de Freitas, da Delegacias de Mulheres da capital mineira, confirmou que a jovem registrou boletim de ocorrência e afirmou que um inquérito vai ser aberto.
Em sua página no Facebook, a jovem agradece o apoio que está recebendo de amigos e familiares. “Reconheço o quão frívolo é esse tipo de demonstração de gratidão, mas que fique registrado aqui o calor de um milhão de abraços que sinto com todo o apoio e tentativa de conforto diante do abuso que sofri por autoria (Nome do suposto agressor), enquanto eu dormia, durante a ocupação da Câmara Municipal de Belo Horizonte”, disse.
A jovem também fez um desabafo sobre o caso. “Enquanto a mulher sofre uma tentativa de inibição da sua presença na luta de classes, uma tentativa de inibição da autonomia sobre seu corpo e suas relações, uma outra leva de seres entende que o corpo e suas relações, uma outra leva de seres entende que o libertarismo infelizmente ainda é campo de discrepância e, consequente, confronto de gênero”, disse. Também disse que “medidas jurídicas já foram tomadas” sobre o caso.
Ocupação
Os manifestantes deixaram a Câmara Muncipal de Belo Horizonte na manhã desta quinta-feira depois que o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) acatou o pedido do presidente da Casa, vereador Léo Burguês, concedendo liminar de reintegração de posse do prédio. A ocupação começou na última quinta-feira.
Os manifestantes chegaram ao local no primeiro dia dos vereadores após o recesso parlamentar do meio do ano. Anteciparam que iriam ao prédio dar “as boas-vindas” aos vereadores. Logo no ´primeiro dia, dois jovens iniciaram uma greve de fome. Um deles, uma mulher, acabou desistindo após dois dias. Mas a tensão tomou conta do plenário esta semana com manifestantes atirando coxinhas e moedas no plenário. Seguranças entraram em confronto com os ocupantes, que chegaram a montar barraca na galeria do plenário. Houve xingamentos, empurrões, chutes e socos.