Dois turistas de terno e gravata, com pastas dependuradas no ombro, atravessavam a Avenida do Contorno, depois da esquina com a Rua Grão Mogol, na Savassi, enquanto trocavam impressões sobre a cidade. O mais velho, de barba e sotaque do Sul brasileiro, não poupava críticas à capital mineira, com as quais o mais novo concordava e ria. “Veja quantos prédios baixos. A arquitetura não combina. Quantos mendigos na rua. Os ônibus aqui são um terror. Não dá para usar. É tudo sujo e cheio demais”, enumerava o homem, sem notar que enquanto andava seguido do companheiro se desviou da faixa de pedestres e foi parar no meio da Contorno. Só então os dois conheceram, no arriscado ponto, a cortesia de alguns dos motoristas da cidade, que os esperaram sair do meio da pista para só então seguir seus caminhos.