
Já no início dos anos 1990, uma outra grande manifestação ocupou totalmente o trecho que vai do início da Afonso Pena, na Praça da Rodoviária, até a Praça Sete: o Fora Collor, que culminou no impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1992. De lá para cá, além de manifestações de trabalhadores e até de campanhas contra a Aids, em que o Pirulito foi revestido com uma camisinha gigante, um confronto violento entre policiais e perueiros marcou a história da praça central da cidade. Em 2001, o protesto dos motoristas de transporte clandestino contra a decisão da prefeitura de erradicar o serviço na capital terminou com mais de 30 feridos e dezenas de presos.
Nos últimos anos, o Pirulito foi testemunha de passeatas estudantis por passe livre e de professores em greve, que fecharam vias do Centro e bloquearam o restante da cidade. Nos momentos de alegria, ela é lembrada e serve de palco para torcidas de Atlético e Cruzeiro comemorem os títulos no futebol.
O professor ressalta que a praça é um espaço múltiplo. “Ela é simbólica e não são só movimentos de esquerda e direita. Cada movimento tenta dar uma simbologia ao espaço. Grandes manifestações ocorreram ali, por coisas que mexiam com o Brasil”, diz. Outra questão diz respeito às dimensões dela. “A Praça Sete não é necessariamente um espaço de amplitude, mas o lugar dos protestos é lá porque ela tevbm algo a mais. É o local da centralidade, da cidade, da visibilidade, das pessoas passando. Não é uma questão espacial, mas simbólica”, destaca.
