
Cinco manifestantes presos e três feridos. Este é o balanço oficial apresentado pela Polícia Militar sobre os protestos realizados em Belo Horizonte ao longo desta segunda-feira. Em coletiva, a corporação afirmou que os policiais militares não partiram para cima dos manifestantes, apenas reagiram à agressões de forma a conter a agressividade das pessoas que protestavam. Foi admitido o uso de balas de borracha durante a ação policial, embora houvesse recomendação para não utilizar o armamento. Todavia, a PM garante que todos os projéteis disparados foram direcionados a atingir os alvos da cintura para baixo.
Segundo a PM, os três feridos foram socorridos por policiais militares. A corporação desconhece se houve mais vítimas, conforme inúmeros relatos publicados nas redes sociais e imagens registradas por fotógrafos profissionais e amadores. Uma das vítimas foi identificada como Gustavo Guimarães Justino, de 18 anos, que caiu do Viaduto José de Alencar, sobre a Avenida Abrahão Caram, quando tentava escapar, junto a um grupo de manifestantes, das bombas de efeito moral arremessadas pelos militares.
Ainda segundo a PM, o efetivo policial está preparado para atuar nas próximas manifestações. O tenente-coronel Alberto Luiz, chefe da Comunicação da PMMG, disse que os policiais estão orientados e preparados a não agredir os manifestantes, mas garantir que os protestos transcorram de forma pacífica.
Manifestantes encurralados

Hilton relata que a situação era de desespero no local. No alto viaduto, um grupo estava cercado quando um dos manifestantes veio a cair. Segundo ele, foi muito difícil fugir do cerco feito pela PM, pois o acesso a todas as ruas laterais estava bloqueado. Ele conseguiu passar por um posto de combustíveis e chegar à Avenida Santa Rosa. “Quando voltamos para a Antônio Carlos, na altura do Pampulha Shopping, vimos um rapaz que foi baleado no ombro por um policial de uma viatura que passou pelo trecho onde já não havia nenhum tipo de protesto”, conta.
Área da FIFA

Pouco antes da confusão, o Major Gilmar Luciano dos Santos, chefe da Sala de Imprensa da PM, tinha acenado que a corporação permitira que o protesto chegasse próximo ao Mineirão. Porém, destacou que os manifestantes não poderiam invadir o chamado "setor amarelo". Essa seria uma determinação da FIFA, uma vez que a área era reservada a quem adquiriu ingresso para os jogos da Copa das Confederações.
Praça Sete parada

Por volta das 21h30, parte dos manifestantes se dirigiu até a porta da prefeitura. Policiais militares acompanharam de longe a mobilização, que transcorreu de forma pacífica até o fim. A trânsito na Afonso Pena só foi totalmente liberado por volta das 23h30.
Confira vídeo que registra parte do ataque policial contra os manifestantes:
Veja o mapa do protesto que parou a capital mineira



