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Estado de Minas

PM afirma ter apenas reagido à violência de manifestantes

Corporação nega ter avançado contra multidão e garante que policiais usaram bombas de efeito moral e balas de borracha em legítima defesa


postado em 17/06/2013 22:54 / atualizado em 18/06/2013 00:47

(foto: Marcos Michelin/EM/D.A.Press)
(foto: Marcos Michelin/EM/D.A.Press)


Cinco manifestantes presos e três feridos. Este é o balanço oficial apresentado pela Polícia Militar sobre os protestos realizados em Belo Horizonte ao longo desta segunda-feira. Em coletiva, a corporação afirmou que os policiais militares não partiram para cima dos manifestantes, apenas reagiram à agressões de forma a conter a agressividade das pessoas que protestavam. Foi admitido o uso de balas de borracha durante a ação policial, embora houvesse recomendação para não utilizar o armamento. Todavia, a PM garante que todos os projéteis disparados foram direcionados a atingir os alvos da cintura para baixo.


Segundo a PM, os três feridos foram socorridos por policiais militares. A corporação desconhece se houve mais vítimas, conforme inúmeros relatos publicados nas redes sociais e imagens registradas por fotógrafos profissionais e amadores. Uma das vítimas foi identificada como Gustavo Guimarães Justino, de 18 anos, que caiu do Viaduto José de Alencar, sobre a Avenida Abrahão Caram, quando tentava escapar, junto a um grupo de manifestantes, das bombas de efeito moral arremessadas pelos militares.

Ainda segundo a PM, o efetivo policial está preparado para atuar nas próximas manifestações. O tenente-coronel Alberto Luiz, chefe da Comunicação da PMMG, disse que os policiais estão orientados e preparados a não agredir os manifestantes, mas garantir que os protestos transcorram de forma pacífica.

Manifestantes encurralados

Jeans impediu que lesão provocada pela bala de borracha fosse mais severa(foto: Hilton Milanez / Arquivo Pessoal)
Jeans impediu que lesão provocada pela bala de borracha fosse mais severa (foto: Hilton Milanez / Arquivo Pessoal)
O jornalista da Rádio Favela Hilton Milanez, 29 anos, foi uma das vítimas de bala de borracha disparada pela PM. Ele conta que descia a Abrahão Caram junto a um grupo de manifestantes e que ao chegar na Antônio Carlos todos estavam encurralados. “Não tinha para onde correr. Parte das pessoas gritava 'sem violência, sem violência', quando as bombas começaram a vir de todos os lados. A gente tentava se proteger debaixo do viaduto. Tinha muita gente correndo. De repente, senti algo na minha perna e percebi que tinha sido atingido por uma bala de borracha”, conta. Segundo ele, a calça jeans o protegeu. Ele foi atingido na altura do joelho.

Hilton relata que a situação era de desespero no local. No alto viaduto, um grupo estava cercado quando um dos manifestantes veio a cair. Segundo ele, foi muito difícil fugir do cerco feito pela PM, pois o acesso a todas as ruas laterais estava bloqueado. Ele conseguiu passar por um posto de combustíveis e chegar à Avenida Santa Rosa. “Quando voltamos para a Antônio Carlos, na altura do Pampulha Shopping, vimos um rapaz que foi baleado no ombro por um policial de uma viatura que passou pelo trecho onde já não havia nenhum tipo de protesto”, conta.

Área da FIFA


Manifestantes fizeram barricadas com objetos em chama para impedir aproximação policial(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Manifestantes fizeram barricadas com objetos em chama para impedir aproximação policial (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
O confronto teve início por volta das 17h30, na Avenida Antônio Carlos, na altura do Campus Pampulha da UFMG. A Tropa de Choque da Polícia Militar fazia um bloqueio na via para impedir que os manifestantes subissem a Avenida Abrahão Caram. Cerca de 10 mil pessoas marchavam pela via, sendo monitorados pelos militares, desde a Praça Sete, no Centro da capital, onde teve início a concentração do protesto.

Pouco antes da confusão, o Major Gilmar Luciano dos Santos, chefe da Sala de Imprensa da PM, tinha acenado que a corporação permitira que o protesto chegasse próximo ao Mineirão. Porém, destacou que os manifestantes não poderiam invadir o chamado "setor amarelo". Essa seria uma determinação da FIFA, uma vez que a área era reservada a quem adquiriu ingresso para os jogos da Copa das Confederações.

Praça Sete parada

Durante toda a noite, Praça Sete ficou tomado por manifestantes(foto: Marcos Vieirai/EM/D.A Press)
Durante toda a noite, Praça Sete ficou tomado por manifestantes (foto: Marcos Vieirai/EM/D.A Press)
Enquanto ocorria o confronto entre policiais e manifestantes na Pampulha, cerca de 3 mil pessoas se concentraram novamente na Praça Sete. Por volta das 18h00 o tráfego de veículos no cruzamento das avenidas Afonso Pena e Amazonas foi completamente bloqueado. Ao longo da noite, grupos que se dispersaram após a ação policial nas imediações da UFMG se juntaram ao grupo no Centro da capital. A estimativa é de que mais de 8 mil pessoas se aglomeraram na Afonso Pena.

Por volta das 21h30, parte dos manifestantes se dirigiu até a porta da prefeitura. Policiais militares acompanharam de longe a mobilização, que transcorreu de forma pacífica até o fim. A trânsito na Afonso Pena só foi totalmente liberado por volta das 23h30.




Confira vídeo que registra parte do ataque policial contra os manifestantes:



Veja o mapa do protesto que parou a capital mineira

 

 



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