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Estado de Minas

Prefeitura enfrenta "corrida de obstáculos" no BRT, em Belo Horizonte

PBH acelera obras para entregar novo sistema de transporte até a Copa, mas esbarra nas desapropriações. Moradores querem indenização maior e mais informações


postado em 25/04/2013 06:00 / atualizado em 25/04/2013 06:42

Ao lado da família, nilson alega que não consegue outro imóvel por R$ 50 mil(foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
Ao lado da família, nilson alega que não consegue outro imóvel por R$ 50 mil (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)

Nascido e criado na Vila Minaslândia, Bairro São Gabriel, Região Nordeste de Belo Horizonte, o desmontador Nilson de Assis, de 29 anos, convive diariamente com uma pressão para deixar a casa onde mora: uma retroescavadeira que já demoliu dezenas de construções para dar lugar a um terminal rodoviário, a poucos metros de uma das paredes do imóvel onde ele mora com a mãe e as irmãs. Pelo menos outras 79 construções serão demolidas para dar lugar ao terminal e ao corredor Pedro I/Antônio Carlos do transporte rápido por ônibus (BRT, da sigla em inglês). As desapropriações desafiam a prefeitura, que pretende entregar as obras no primeiro semestre de 2014, e levam apreensão aos moradores, que também correm contra o tempo para decidirem para onde vão.

“Eles nos ofereceram R$ 50 mil, mas até agora não achamos nenhuma casa nesse valor. E nossa qualidade de vida caiu demais, vivemos praticamente no meio desses escombros, que trouxeram baratas, escorpiões e o mosquito da dengue”, desabafa Nilson, preocupado principalmente com a mãe, Margarida de Oliveira, de 62, que está no barracão há 37 anos.

Hoje, a única vizinha que restou é a escavadeira que trabalha a poucos metros de sua parede. “Não conseguimos dormir pensando no que vai acontecer. Como vamos achar uma casa com apenas R$ 50 mil?”, pergunta.

Presidente da Associação Comunitária da Vila Minaslândia, Maurício Rodrigues acredita que as remoções foram feitas passando por cima dos moradores, devido ao prazo curto para solução dos problemas. “Cheguei a ouvir de um engenheiro que as obras terão que ser feitas em quatro turnos se a prefeitura quiser entregar a rodoviária até o meio do ano que vem. Não somos contra o progresso, mas a prefeitura tem que lembrar que moramos aqui”, diz.

A Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel) informou que a construção da nova rodoviária obrigou a PBH a fazer 287 remoções, incluindo 14 encaminhadas à Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), já que os moradores apresentaram escritura dos imóveis. Das 273 que cabem à Urbel, 179 já foram resolvidas, 64 têm acordos prontos aguardando liberação de dinheiro ou construção de unidades habitacionais e 30 ainda estão em negociação, caso de Nilson e da família. A diretora de Obras da Urbel, Patrícia de Castro Batista, afirma que as 30 remoções ainda negociadas não comprometem o prazo da rodoviária, pois são várias frentes de obra independentes.

SACRIFÍCIO

A diretora nega também que haja qualquer tipo de pressão para liberação dos imóveis. “Não podemos esperar esvaziar tudo para começar os trabalhos. Para isso, o espaço está devidamente demarcado, os entulhos são retirados constantemente e a negociação é feita com base no valor de reprodução dos imóveis. Além disso, temos a opção de 144 apartamentos para quem não quiser ser indenizado, que serão entregues em julho”, garante Batista. Ela completa afirmando que para o benefício de toda a cidade, com a construção da nova rodoviária, a minoria precisa fazer sacrifício. “Sabemos que há desconforto para o morador, mas a melhoria é para toda a capital”, completa.


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