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Estado de Minas

Moradores da Grande BH levam, em média, 34 minutos de casa ao trabalho


postado em 19/03/2013 07:00 / atualizado em 19/03/2013 07:12

Maioria dos usuários atribuiu problemas a deficiências no transporte coletivo(foto: Paulo Filgueiras/EM DA Press)
Maioria dos usuários atribuiu problemas a deficiências no transporte coletivo (foto: Paulo Filgueiras/EM DA Press)
O tempo médio de deslocamento de casa para o trabalho na Região Metropolitana de Belo Horizonte é de 34 minutos, mas 13% dos trabalhadores da Grande BH gastam mais de uma hora no percurso, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Outras três capitais brasileiras registram demora ainda maior: em São Paulo e Rio, a estimativa é de 43 minutos, e no Recife de 35, o mesmo intervalo registrado no Distrito Federal.

A pesquisa, feita pelo técnico de planejamento e pesquisa Rafael Henrique Morais Pereira, do Ipea, em parceria com Tim Schwanen, da Universidade de Oxford, teve como indicadores os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O pesquisador fez um comparativo entre 1992 e 2009, que apontou um crescimento de 3% do número de trabalhadores da Grande BH que passaram a enfrentar um percurso superior a uma hora para se deslocarem de casa para o trabalho.

Especialistas, porém, receberam os dados do estudo com desconfiança. “Esse tempo de deslocamento de 34 minutos na Região Metropolitana de Belo Horizonte não reflete a nossa realidade. A pesquisa é bem acanhada e deve considerar um tempo médio de uma área restrita, já que a maioria das pessoas aqui gasta bem mais tempo entre o trabalho e a residência. Em se tratando de região metropolitana, há quem gaste até três horas”, afirmou o mestre em engenharia de transportes Márcio Aguiar, professor de transporte e trânsito da Universidade Fumec.

Paulo Tarso Resende, especialista em transporte e trânsito da Fundação Dom Cabral, destaca que a pesquisa traz números negativos, que podem ter uma dimensão ainda maior se a base de dados for mais abrangente e considerar as regiões com maior dificuldade de deslocamento. “Belo Horizonte se aproxima de uma situação de muita gravidade em relação à mobilidade urbana. Aqui e em outras capitais as administrações públicas estão perdendo a guerra para os congestionamentos de trânsito”, afirmou Resende. Ele espera que o estudo, mesmo que ainda limitado, acenda a luz vermelha para o caos urbano.

ATRASADO
O gerente de recursos humanos Roney Borges, de 37 anos, não se encontra entre os 13% dos trabalhadores que gastam mais de uma hora para chegar ao trabalho. “Se for a pé, gasto 25 minutos. De ônibus, quando consigo embarcar logo de início, são 30 minutos. Só que, para não chegar atrasado, saio às 7h para pegar serviço uma hora depois”, explicou Borges, que mora no Bairro Santa Efigênia, Região Leste de BH, e trabalha no vizinho Bairro Funcionários, na Centro-Sul.

O servidor municipal Francisco José da Silva, de 65, também mora no Santa Efigênia, mas gasta pelo menos uma hora de casa ao trabalho, no Barreiro. “Pego dois ônibus e já teve vez que gastei duas horas para fazer o percurso devido a problemas no trânsito”. A vendedora Elídia Cardoso, de 38, mora em Sabará, na Grande BH, e garante que com menos de uma hora e meia não chega em casa. “Dependo de dois ônibus. Um deles, o Circular 2, demora pelo menos 20 minutos para passar. O percurso é rápido, de 10 minutos, mas aí tem de esperar pelo outro ônibus”, destacou.

Chuva e congestionamentos

A chuva do fim da tarde de ontem foi suficiente para deixar o trânsito caótico na Região Central e em vários corredores de tráfego. Na Avenida Cristiano Machado, na volta para casa, o grande volume de veículos na altura do Bairro União, Nordeste da capital, deixou o trânsito bastante lento. Mais cedo, um acidente entre dois motociclistas provocou a morte de um deles e complicou o trânsito. A situação ficou também complicada no acesso ao Viaduto Castelo Branco, onde um carro estragou.

A Avenida do Contorno, no Bairro Funcionários, em direção à Savassi, na Região Centro-Sul, também ficou congestionada. Com pista molhada, quem pegou também a Avenida Nossa Senhora do Carmo, próximo à Curva do Ponteio, teve de ter paciência no começo da noite. Também ficou bastante confusa a circulação de veículos na Praça da Liberdade, que causou reflexo nas ruas de acesso.

Nas estradas também houve retenção do tráfego, como na BR-040, onde uma carreta bitrem rodou no asfalto e atravessou na pista no sentido BH-Sete Lagoas. Na MG-424, em Pedro Leopoldo, o trânsito parou depois que um grupo de 120 pessoas fechou a rodovia e colocou fogo em pneus. Eles protestavam contra a falta de água.


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