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Estado de Minas TREMOR MONITORADO

Montes Claros terá núcleo de sismologia para analisar abalos na região

Estudo sugere reforço em estrutura de residências


postado em 14/03/2013 06:00 / atualizado em 14/03/2013 06:42

 Parte de casa desabou em Montes Claros após tremor em 2012: falha geológica é apontada por estudos como causa de abalos(foto: Solon Queiroz/Esp. EM 19/12/12)
Parte de casa desabou em Montes Claros após tremor em 2012: falha geológica é apontada por estudos como causa de abalos (foto: Solon Queiroz/Esp. EM 19/12/12)


Depois de série de tremores, Montes Claros, no Norte do estado, terá um núcleo de sismologia para aprofundar estudos sobre os abalos. O centro, implantado a partir de acordo entre a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), reforçará o trabalho de monitoramento na região: desde junho do ano passado, após tremor de 4.2 graus na escala Richter em maio, nove estações sismográficas foram instaladas pela UnB e pela Universidade de São Paulo (USP). Também está em processo de instalação uma estação sismográfica da Unimontes, que importou os aparelhos do México. A compra de dois sismógrafos, por R$ 150 mil, foi viabilizada pelo governo de Minas por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

A instalação do núcleo de sismologia foi acertada em reunião do chefe do observatório sismológico da UnB, Lucas Vieira Barros, e o reitor da Unimontes, João dos Reis Canela. O centro aprofundará estudos sobre o Norte de Minas – na região, um abalo de 4.9 graus na escala Richter, em 2007, provocou a morte de uma criança de cinco anos no distrito de Caraíba, município de Itacarambi. Outras áreas do estado, porém, serão monitoradas. “Vamos monitorar também a Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde é registrada sismicidade em alguns municípios, como Betim e Nova Lima”, disse Barros, lembrando que, em fevereiro, a terra tremeu também em Morada Nova e mais dois municípios da região Central do estado (Biquinhas e Paineiras).

Falha geológica

O chefe do observatório da UnB confirmou que primeiros estudos feitos na Região Norte apontam como causa dos tremores uma falha geológica de dois quilômetros de extensão e profundidade de um a dois quilômetros, situada entre a Vila Atlântica e o Parque Estadual da Lapa Grande, perto da área urbana de Montes Claros. Os estudos da UnB e da USP, no entanto, indicam que há poucas chances de que tremores de mais 5 graus na escala Richter ocorram perto da cidade.

“Uma análise estatística de todos os tremores no Brasil mostra que quando há um tremor de magnitude 4, há uma probabilidade entre 15% e 22% de que ocorra outro tremor maior durante os 12 meses seguintes ao primeiro”, diz trecho do documento. “Nesses poucos casos em que tremores maiores voltam a ocorrer, a maior parte ocorre nas primeiras semanas e a chance de ocorrência cai exponencialmente com o tempo. Considerando que o tremor maior de Montes Claros ocorreu 10 meses atrás, pode-se estimar a chance de ocorrência de um tremor mais forte como sendo perto de 1%.”

Apesar das chances reduzidas de fortes tremores, técnicos recomendam que a população de áreas próximas dos epicentros (Vila Atlântica) tenham cuidado redobrado com a estrutura de suas casas. “Mesmo com pequena possibilidade de ocorrência de um tremor maior, as vibrações no solo poderiam atingir acelerações de até 15% de gravidade (força gravitacional). Por esse motivo, recomenda-se que as casas frágeis (afetadas pelo tremor de 19 de maio) sejam reforçadas”, conclui o documento.


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