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Estado de Minas

"Foi um milagre sem explicação", afirma avó de bebê salvo por bombeiro

Bombeiro usa caneta para salvar menina que ficou sem sinais vitais por 10 minutos. Internada no HPS, criança passa bem


postado em 26/12/2012 00:12 / atualizado em 26/12/2012 08:26

Flávia Ayer

'Foi um milagre sem explicação. Estamos rezando o tempo todo e continuamos muito tensos, ela é a caçula da família', afirmou a avó de Camila, Maria Luiza dos Passos, de 61 anos,(foto: Euler Junior/EM/D.A Press.)
'Foi um milagre sem explicação. Estamos rezando o tempo todo e continuamos muito tensos, ela é a caçula da família', afirmou a avó de Camila, Maria Luiza dos Passos, de 61 anos, (foto: Euler Junior/EM/D.A Press.)

Há quem defina como milagre, outros como um presente de Natal. Depois de se afogar num balde e ficar 10 minutos sem respirar, a pequena Camila Gabriela dos Passos, de 11 meses, se recuperou pelas mãos do sargento Moisés Dias de Paula, do Corpo de Bombeiros. Num improviso iluminado, ele usou um tubo de uma caneta para que ela voltasse a respirar e, assim como no nascimento, Camila, que estava sem os sinais vitais, começou a chorar. O episódio ocorreu anteontem, em Ouro Preto, na Região Central do estado e a menina foi levada de helicóptero ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS), em Belo Horizonte. Ela está internada no Centro de Terapia Intensiva Infantil e, segundo médicos, o quadro dela é estável.

De prontidão ontem no HPS, a família da criança está convicta de que Camila nasceu de novo em pleno Natal. “Foi um milagre sem explicação. Estamos rezando o tempo todo e continuamos muito tensos, ela é a caçula da família”, afirmou a avó de Camila, Maria Luiza dos Passos, de 61 anos, ao lado da filha, Kátia, de 31, mãe da menina, que completa 1 ano no dia 12. Por meio de mímicas, Kátia, que é surda-muda, confessou não ver a hora de ter a criança novamente nos braços. A avó conta que a neta estava na casa de uma tia-avó que deixou um balde de água no chão. “Em questão de minutos, Camila foi mexer na água e mergulhou de uma só vez”, relata Maria Luíza.

Um tio tentou fazer massagens cardíacas na menina, que ficou sem respirar por cerca de 10 minutos até a chegada dos bombeiros. Quando entrou na casa, o sargento Moisés lembra apenas de ter visto uma criança praticamente falecida sobre a mesa. “Não tinha pulso, estava com saliva avermelhada na boca e com a pele arroxeada e fria”, conta o sargento. A equipe tentou várias manobras para recuperação da criança, que também teve uma crise convulsiva.

“Temos uma série de equipamentos, mas a respiração não voltava. Ela estava com dentinhos travados e tentei liberar a traqueia com meu dedo, mas me mordeu. Usei então o tubo de uma caneta e, assim que coloquei, ela começou a chorar e a se contorcer”, diz Moisés. A equipe dos bombeiros não conteve a emoção de ver a criança de volta à vida. “Chorei muito e esse foi o meu maior presente de Natal. Minha mulher tinha me dito que não poderia me dar um presente, mas ele veio de forma muito especial, o melhor do mundo”, ressalta.

Emoção Aos 44 anos, 20 deles no Corpo de Bombeiros, o sargento, pai de dois filhos, de 14 e 6 anos, disse ter sido este o caso mais marcante em que já atuou. “A angústia de ver uma criança daquela forma impressiona. Fico feliz de ter sido útil e honrado minha farda”, afirma o militar. A criança foi encaminhada a uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Ouro Preto e, às 16h de segunda-feira, chegou de helicóptero ao pronto-socorro da capital.

Diretor de emergência do HPS, Tarcísio Versiani afirma que a o atendimento pré-hospitalar e o curto intervalo entre o episódio e o tratamento foram dois fatores decisivos para a saúde de Camila. Com quadro estável, a menina está entubada e a expectativa dos médicos é retirar os equipamento em 48 horas. “Ela teve uma parada cardiorrespiratória, além de crises convulsivas. Ainda é precoce para afirmarmos se ficará com alguma sequência neurológica, mas aparentemente não”, afirma Versiani.


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