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Estado de Minas

Região da Savassi teve 51 crimes violentos no último mês

Bando invade loja, rende funcionários e clientes, rouba cofre e pertences pessoais e foge, apesar do cerco policial que fechou trânsito e mobilizou até helicóptero. Foi o ponto alto de uma rotina diária de assaltos que amedronta pedestres, motoristas e comerciantes


postado em 07/12/2012 00:12 / atualizado em 07/12/2012 11:38

(foto: Euler Junior/EM/D.A Press)
(foto: Euler Junior/EM/D.A Press)

Grande movimentação de veículos, vaivém de pessoas, presença intensa de policiais militares e guardas municipais em área nobre, uma das mais movimentadas da cidade. Em plena luz do dia, era de se esperar que esse conjunto de circunstâncias inibisse a ação de criminosos. Mas nada disso impediu que quatro homens entrassem na manhã de ontem em uma loja que comercializa peças e acessórios para motocicletas, na Savassi, submetessem 21 pessoas que estavam no local a momentos de pânico, mobilizassem um grande aparato policial e travassem o trânsito em grande parte da Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Apesar de aparentemente improvável , o assalto de ontem está longe de ser um caso isolado: apenas no último mês, foram registrados 51 crimes violentos na área de policiamento que compreende a Savassi, média de 1,7 ao dia, a maioria assaltos.


No ataque de ontem, foram 17 funcionários e quatro clientes rendidos, todos colocados em um pequeno cômodo no segundo andar, enquanto o bando limpava o cofre do estabelecimento, além de levar bens pessoais e dinheiro dos reféns. Segundo as pessoas que estavam dentro da loja, pelo menos dois criminosos portavam armas. Apesar do cerco que mobilizou até um helicóptero e espalhou reflexos pelo tráfego, todos conseguiram fugir, em uma investida que chama a atenção para a sensação de insegurança comum a pessoas que circulam pela região ouvidas pela equipe de reportagem.

A ação dos bandidos aconteceu na Rua Rio Grande do Norte, 1.460, já na pista marginal ao trecho da trincheira que segue sob a Avenida do Contorno e sai na Avenida Nossa Senhora do Carmo. As câmeras de segurança do estabelecimento apontaram que os criminosos chegaram às 9h07 da manhã e saíram às 9h21, cerca de 10 minutos antes da chegada da primeira viatura policial que esteve no local. A informação inicial passada aos militares era de que os bandidos ainda estariam na loja. Logo depois, foi levantada a possibilidade de que os quatro estivessem escondidos no imóvel ao lado, que pertence à Padaria Savassi. Por isso, a aproximação dos policiais foi feita de forma cautelosa, evitando um confronto que pudesse gerar troca de tiros. Porém, nenhum criminoso foi visto nem dentro da loja nem no imóvel vizinho.

Segundo o subtenente Robson Geraldo de Oliveira, da 4ª Companhia do 1º Batalhão, o bando entrou pedindo dinheiro e perguntando onde estava o cofre. “Os reféns foram levados para um pequeno cômodo e uma pessoa, que era cliente, chegou a levar uma coronhada na cabeça, porque não estavam cabendo todos no espaço”, afirma o militar. Ainda segundo o policial, o cerco à loja contou com mais de 50 homens tanto da PM quanto do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil, além de outros policiais civis da área. O helicóptero da PM auxiliou na procura dos suspeitos, sem sucesso.

Arma na cabeça De acordo com a ocorrência gerada pela PM, os assaltantes conheciam a rotina da loja, pois procuraram o tempo todo por uma mulher loura que trabalhava no setor financeiro. Com o acesso ao cofre liberado pela funcionária, o bando conseguiu pegar R$ 6,5 mil em dinheiro, além de R$ 1 mil no bolso da mulher e cheques. De outro funcionário foram roubados R$ 2 mil. A quadrilha ainda pegou celulares e objetos pessoais dos presentes. Ainda com lágrimas nos olhos, uma das funcionárias, que disse trabalhar há 17 anos na loja, lembrou os momentos de pânico. “Eles mandaram todo mundo colocar a mão para cima. Chegaram a colocar uma arma na minha cabeça. Achei que ia morrer. Também bateram na responsável pelo financeiro”, relatou.
Vendedora de uma loja de equipamentos de motos do mesmo dono, situada em frente ao local do assalto, Telma Rodrigues, de 37 anos, ainda estava sem reação. Foi ela quem atendeu a ligação de uma das reféns pedindo socorro. “Ela estava assustada, disse que havia dois homens armados e pediu que a gente acionasse a polícia”, conta. Segundo Telma, imediatamente uma das unidades da loja onde fica a central de imagens do circuito de segurança foi acionada. “Eles viram pelo computador a localização dos bandidos”, afirma. “Assim que a polícia chegou, nos orientou a ficar todos abaixados, por causa do risco de troca de tiros e balas perdidas”, contou.

A suspeita da PM é de que o telhado da Padaria Savassi, ao lado da loja roubada, tenha sido a rota usada na fuga pelos bandidos, que teriam cruzaram os lotes até, provavelmente, alcançar a Rua Paraíba. “Assim que soubemos do assalto, a polícia pediu que entrássemos nas nossas instalações. Não escutamos absolutamente nada no telhado, apenas gritos dos próprios policiais. A PM revistou tudo, mas não encontraram ninguém aqui”, afirma uma das proprietárias do empreendimento, Márcia Savassi.

A megaoperação montada pelas polícias para tentar cercar os assaltantes refletiu no trânsito de importantes avenidas da capital, que sofreram um verdadeiro efeito cascata. Com o fechamento da Rua Rio Grande do Norte, uma das principais ligações entre a Savassi e a Zona Sul, a região parou, com engarrafamentos nas avenidas Getúlio Vargas, Cristóvão Colombo, do Contorno e Afonso Pena e em ruas próximas. Foram cerca de 20 minutos de fechamento total da Rio Grande do Norte, poucos metros antes da trincheira que termina na Avenida Nossa Senhora do Carmo, suficientes para dar um nó no tráfego que levou horas para ser desfeito.

Veja a movimentação policial no assalto a loja de moto:


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