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Estado de Minas

Refúgio paradisíaco se transforma em palco de tragédia na Grande BH

Paraíso ecológico na Serra do Cipó, em Jaboticatubas, vira palco do sofrimento causado pelo acidente que matou quatro crianças na tarde de domingo


postado em 06/11/2012 06:00 / atualizado em 06/11/2012 06:39


Lugar tranquilo, de paisagem bucólica, a Serra do Bené, em Jaboticatubas, a 63 quilômetros de Belo Horizonte, na região da Serra do Cipó, foi transformada em palco de tensão e tristeza. Desde as 6h dessa segunda-feira, o Corpo de Bombeiros (Cobom) vasculhou matas, despenhadeiros e leitos de córregos até encontrar, quase três horas depois, os corpos de Beatriz Calábria e Luíza Sydney Quintino dos Santos, ambas de 9 anos, desaparecidas desde a tarde do domingo. Eles foram localizados nas pedras do Rio Bom Jardim, a mais de um quilômetro do local em que uma enxurrada arrastou a caminhonete com nove pessoas, incluindo cinco crianças. Além delas, morreram a irmã de Luíza, Laura Sydney Quintino dos Santos, e Miguel Julião Reis, ambos de 4 anos, encontradosno domingo .

Mais de 20 homens participaram do resgate, que contou também com um helicóptero e um equipamento de tracionamento. “Um dos corpos foi localizado pela aeronave e estava num local em que não havia acesso por terra”, informou o comandante da operação, tenente Wellington Azevedo Ramos, do 3º Batalhão do Cobom. Consternados, moradores das comunidades Bom Jardim e Vila Felipe acompanharam as buscas.

A pedagoga Simonica Torres, de 35, moradora da Vila Felipe, conta que quando chove a água costuma descer com bastante força cruzando as estradas, mas nunca havia presenciado nenhuma morte no local. “A água desce muito forte porque aqui tem muita pedra e a água não infiltra”, conta.

Próximo ao Rio Bom Jardim, o psicólogo Rogério Pedrosa, de 43, que ajudou no resgate das vítimas, ainda tentava se refazer do trauma de domingo. Amigo desde a época da faculdade do também psicólogo Breno Calábria, o motorista da caminhonete, Rogério foi quem apresentou a região de Jaboticatubas ao colega, que tinha uma casa na Vila Felipe. “Ele tinha sítio aqui há uns oito anos e vinha quase todo mês”, comenta. No domingo, Rogério se encontrou com o grupo formado por três casais e cinco crianças, próximo à Cachoeira do Bené.

“Eles estacionaram o carro na minha casa, que fica perto da cachoeira. Na volta, foram as mulheres, as crianças e o Breno. Os outros dois maridos ficaram lá em casa conversando”, lembra. “O problema é que o toró pegou a turma no meio do caminho. Quarenta minutos depois, a mulher de um deles chegou toda machucada e aí fomos buscar socorro”, conta, abalado.

Risco

Nessa segunda-feira, com a água já baixa, a alguns metros dos destroços da caminhonete, era possível encontrar toalhas, chinelos e biquínis infantis espalhados sobre as pedras, perto de um despenhadeiro por onde a água correu. Há mais de 12 anos na região, Rogério diz ter passado pelo trecho do acidente alagado apenas uma vez. “Eu me arrisquei a passar e fiquei surpreso com a força da água”, conta.

O tenente Fabrício Corrêa Valério, do Batalhão de Emergências Ambientais, disse que o carro transportava passageiros acima de sua capacidade e alertou sobre o risco de trombas-d’água em regiões próximas a rios e córregos. “É preciso conhecer bem o local, se informar se houve chuva na cabeceira do rio, além de evitar trafegar próximo a essas regiões na hora do temporal”, ressalta.


MORTES NA TEMPORADA

Desde o início do período de chuva deste ano

    SANTA LUZIA

    
Marcos José Antônio de Oliveira, de 46 anos na noite de domingo.

    JABOTICATUBAS 

   
Laura Sydney Quintino dos Santos, de 4 anos, Miguel Julião Reis, de 4, Beatriz Viana Calábria, de 9, e Luiza Sydney Quintino dos Santos, de 9, em correnteza de córrego, na tarde de domingo.

    BRUMADINHO  

 
César Farias de Almeida, de 40 anos, depois de desabamento de muro de arrimo, em 2 de novembro.

    ITAGUARA  

 
Plínio César Costa de Oliveira, de 16 anos, atingido por um raio durante tempestade na zona rural, em 30 de outubro.

    SÃO TOMÉ DAS LETRAS    


    Flávio Muiz de Abreu, de 23 anos, atingido por raio em festa rave, em 12 de outubro.

    PASSOS    


Yan Lucas Corrêa Santos, de 17 anos, durante ventania que derrubou a estrutura metálica da quadra de esportes de uma escola, em setembro.

COMO SE PROTEGER


Dicas para evitar acidentes e mortes


 Evite andar por locais alagados, porque há risco de queda em bueiros, choques com cabos soltos ou de ser levado pela correnteza.

 Não atravesse pontes ou pistas submersas por córregos ou riachos

 Não se exponha em descampados nem se abrigue sob árvores durante tempestades, porque há risco de queda de raio

 Se estiver em local com risco de desabamento, saia imediatamente em dias de chuva intensa

Espere a chuva passar ficando em local seguro.


FONTE: Corpo de Bombeiros


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