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Estado de Minas

Amigos e parentes de estudante morto no Belvedere pedem rigor nas leis de trânsito


postado em 01/10/2012 08:35 / atualizado em 01/10/2012 08:39

(foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)
(foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)

“Não espere perder um amigo para mudar sua atitude”. A mensagem, entre outras exibidas no fim de semana em manifestação por cerca de 300 amigos e parentes do estudante Fábio Pimentel Fraiha, de 20 anos, morto em um acidente na madrugada do dia 15, tentava alertar os motoristas a não dirigir depois de beber. Os manifestantes protestaram contra a impunidade nos crimes de trânsito e percorreram 3,5 quilômetros, da Praça da Liberdade, no Bairro Funcionários, Região Centro-Sul, ao local do desastre, no trevo do Bairro Belvedere, onde prestaram uma homenagem à vítima.

Fábio morreu na hora, ao ter seu Ford Focus atingido violentamente pela Land Rover dirigida pelo estudante de odontologia Michael Donizete Lourenço, de 22, que apresentava sinais de embriaguez, segundo a polícia, mas na hora recusou-se a fazer o teste do bafômetro e só oito horas depois fez exames no Instituto Médico Legal. Imagens de uma câmera de vigilância entregues à polícia mostram a Land Rover e outro carro em alta velocidade antes do acidente.

Mãe de Fábio, a servidora pública Ana Cristina Franco Pimentel conta que a manifestação foi organizada por amigos do estudante. “Queremos chamar a atenção de todas as pessoas para que esse tipo de tragédia pode ocorrer. A pessoa sai de casa sabendo que não pode associar bebida e direção, e ainda assim faz isso, sabe que está cometendo uma infração, um crime de trânsito. Ela sabe que não vai acontecer nada”, acrescentou, ao defender punições mais severas. Ela preferiu não falar sobre seus sentimentos em relação ao motorista da Land Rover, temendo qualquer injustiça, mas defende que todo mundo deva ser responsabilizado pelos seus atos. “Ele atropelou a nossa família inteira. Conseguiu acabar com a minha família toda”, lamentou.

Para o pai de Fábio, o empresário Júlio César Fraiha, de 49, o movimento idealizado pelos amigos do filho, em adesão a tantos outros movimentos já existentes, no sentido de recrudescimento de medidas punitivas para motoristas homicidas, tem como objetivo demonstrar a indignação da sociedade civil e a mudança de atitude no trânsito, o que pode garantir um futuro melhor para todos. “Essa geração, da qual o meu filho fazia parte, pode e deve buscar modificações grandes e profundas, não só na conduta das pessoas, mas na visão política dos governantes. Antes de mais nada, falta vontade política para mudança de situações extremas e trágicas como essa”, disse.

Solidariedade no sofrimento

Parentes de outras vítimas do trânsito prestaram solidariedade à família de Fábio. A professora e cantora Lívia Tucci, de 57, perdeu a mãe, de 81 anos, em acidente de trânsito e fez questão de participar do protesto. “Sei realmente o que se passa no coração desses pais”, disse, lembrando que a mãe foi atropelada no dia 10, em Palhoça (SC). Segundo ela, a mãe respeitava as leis e sempre passava na faixa de pedestre, onde foi atropelada por um motoqueiro. “Temos que fazer alguma coisa para mudar as leis de trânsito. Há pessoas que ainda acham que dentro de um carro podem tudo”, disse.

Há um ano e 10 meses, o professor Geraldo Robson Mateus, de 58, perdeu a filha, Ana Luíza Vasconcelos, de 26, em acidente de trânsito na BR-262, no trevo de Divinópolis, Centro-Oeste de Minas, e também participou da manifestação. “Minha filha vinha com o noivo de Uberlândia para o chá de panela dela, que ia se casar um mês depois, e os dois foram surpreendidos com um carro na direção contrária, fazendo ultrapassagem em alta velocidade. Morreram a minha filha e a noiva do outro rapaz que bateu”, disse Geraldo, que também pediu mais rigor na legislação.

O estudante Bernardo Junqueira, de 19, conta que até hoje não consegue se acostumar com a perda do amigo Fábio. “Temos de mudar as leis e fazer com que as pessoas que bebem e matam no trânsito paguem pelo crime na prisão. É triste saber que três dias depois de matar o Fábio, o motorista pagou fiança e está solto, livre para fazer tudo de novo”, disse. Segundo Bernardo, muitos amigos dele também bebiam e dirigiam antes da morte de Fábio, mas depois do acidente tomaram consciência do erro. “Minha recomendação é para que todos peguem táxi”, acrescentou Bernardo.


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