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Estado de Minas

Agências bancárias de BH ignoram biombo

Mais de 85% das unidades bancárias fiscalizadas pela Prefeitura de Belo Horizonte de 1º de junho a 4 de julho descumpriam lei que prevê a adoção do equipamento de segurança


postado em 07/07/2012 06:00 / atualizado em 07/07/2012 07:14

Cem PMs visitaram instituições financeiras do Centro da capital ontem para orientar clientes e funcionários sobre cuidados na prevenção do crime(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A PRESS)
Cem PMs visitaram instituições financeiras do Centro da capital ontem para orientar clientes e funcionários sobre cuidados na prevenção do crime (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A PRESS)

Das 91 agências bancárias vistoriadas na área central de Belo Horizonte entre 1º de junho e 4 de julho 78 foram multadas por falta de painel opaco, conhecido como biombo, conforme normas de segurança previstas na Lei Municipal 10.200/11, informou a prefeitura da capital. A multa é de R$ 53.280 e vale para cada vez que o fiscal for ao estabelecimento e perceber a falha. O 1º BPM está no terceiro lugar desse tipo de assalto, com 77 ocorrências. E para melhorar esse quadro, a unidade fez ontem uma operação em conjunto com a Polícia Civil para orientar clientes e funcionários de bancos sobre como agir para evitar esse tipo de crime. Como a região recebe uma intensa movimentação de pessoas, normalmente é muito visada pelos bandidos.

Os quase R$ 2 milhões que já foram levados por assaltantes no crime conhecido como “saidinha de banco” na capital, de janeiro a maio, preocupam as autoridades. Apesar de o valor ser 32,7% menor do que a quantia roubada dos clientes de bancos no mesmo período de 2011, quando o montante chegou a R$ 2,8 milhões, as cifras vultuosas ainda representam um total muito alto. Já foram 392 casos neste período em BH, média de pouco mais de duas ocorrências diárias na cidade. Esse número também é menor que o de casos registrados nos cinco primeiros meses do ano passado, mas a diferença é pequena, quando foram 485 assaltos e uma média de três por dia. Os três bancos que insistem em não mudar de postura e estão adotando os biombos em um ritmo considerado lento concentram 330 casos, ou 84% do total.

Nessa sexta-feira, 100 policiais civis e militares saíram da sede do 1º Batalhão, no Bairro Santa Efigênia, Região Leste de BH, e se espalharam pelas quatro sub-divisões da área central. Hipercentro, Savassi/Praça da Liberdade, região dos hospitais e Barro Preto. Os policiais entraram nas agências bancárias no quinto dia útil do mês propositadamente. Como o dia foi de pagamento para milhares de trabalhadores, os militares distribuíram cartilhas e conversaram com as pessoas que aguardavam nas filas dos terminais. “A ideia é que os altos saques sejam evitados, pois os bancos dão opções de movimentações eletrônicas, sem necessidade de sacar muito dinheiro”, afirmou o comandante do 1º BPM, tenente-coronel Welton José da Silva Baião.

A delegada Adriana Monteiro, titular da 3ª Delegacia Centro, garante que dois fatores combinados contribuem para os assaltos logo depois de saques. “O fato de algumas agências ainda não cumprirem medidas de segurança, como os biombos, e a falta de atenção das pessoas são as situações que facilitam as saidinhas”, diz a delegada. Ainda segundo ela, as investigações apontam que são algumas quadrilhas atuando nesse tipo de crime, mas que pessoas do próprio estado fazem parte desses grupos.

Susto

Na Rua dos Goitacazes, 55, em uma agência do Banco do Brasil, a movimentação de policiais assustou as pessoas que estavam dentro do estabelecimento no início da ação. Depois, entendendo que se tratava de uma prevenção à saidinha, as pessoas ficaram mais tranquilas. O estudante Paulo Augusto, de 27 anos, confessou que estava na fila meio desatento, esperando para fazer um saque. “Eu nem pensava nisso direito, mas depois de ler as dicas, achei muito importante para nossa segurança. Vou seguir o que foi orientado”, admitiu o estudante. A professora Luiza Braga, de 61, diz que é muito preocupada com essa situação. “Evito estranhos e sempre olho ao redor quando saio de um banco. No geral, sou bastante atenta. Como cidadãos, temos esse papel importante para ajudar na segurança”, acredita ela.

Apesar de o 1º BPM ainda perder para o 22º (Sul), que está em segundo lugar, com 80 casos, e para o 34º (Noroeste), que lidera o ranking com 91 ocorrências, o comandante do policiamento da capital, coronel Rogério Andrade, disse que a Operação Saque Seguro trouxe resultados positivos para todas as regiões da capital e continua ocorrendo ostensivamente. “O 1º Batalhão fez uma operação distinta hoje (ontem), mas todos estão buscando os resultados. Cada unidade articula suas ações locais para melhorar na prevenção e essas ações acontecem todos os meses”, afirmou o comandante.

Ao final da operação de ontem, com mais de 90 agências visitadas para orientação a clientes e funcionários, nenhuma saidinha de banco foi registrada na Região Central de BH, segundo informou o major Wellerson, do 1º Batalhão. Ele avisou que PM e Polícia Civil planejam repetir a operação na semana que vem.
 


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