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Estado de Minas ESTRADA OCUPADA

Ocupações também em ferrovias mineiras


postado em 27/05/2012 07:41 / atualizado em 27/05/2012 07:54

O problema de invasões se repete nas estradas de ferro. Das 355 ocupações às margens de trilhos de ferrovias brasileiras, 17% estão em Minas Gerais, que conta com 59 áreas ocupadas irregularmente. São trechos operados pela MRS, FCA e Vale. “Essas invasões são, na grande maioria, oriundas da extinta Rede Ferroviária Federal S.A.”, afirma o presidente da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários, Rodrigo Vilaça. “As invasões são prejudiciais para a segurança das comunidades, que correm riscos de acidentes. Além disso, prejudicam o desempenho operacional das ferrovias. Em alguns trechos, é preciso reduzir a velocidade para 20, 10 e até 5 quilômetros por hora”, diz.


Depois de deixar o Barreiro, a estrada de ferro da MRS que leva a Ibirité cruza a parte urbana da cidade e chega ao Jardim Rosário, um bairro cortado pela via e que tem invasões a dois metros dos trilhos. Quando chegou, há 14 anos, a cozinheira Maria Sebastiana Quirino, de 63, fez uma casa para ela, o marido e os quatro filhos. Trocou o terreno invadido por uma casa também em local ocupado, na Favela Vila Ideal. "Aqui, era mato puro. O trem já passava, mas tinha menos viagens. Agora, à 1h da madrugada o apito acorda a gente", lembra. Os anos se passaram, os filhos cresceram e foram construindo mais quatro casas no lote. "Minha mãe reclama que o trem faz tremer tudo quando passa", conta o neto de 9 anos da cozinheira, Enderson Augusto Quirino da Silva.

Do tanque usado por sua mãe para lavar roupas o garoto vê composições da MRS descendo carregadas de minério. Acidentes são comuns. "Vi um cavalo partido ao meio, um boi e dois homens atropelados", conta. Tirando a moradia sem custos, não há muitas vantagens na vida na invasão. O Bairro Jardim Rosário não tem transporte público, escola, esgoto ou comércios. "Aqui fica longe de tudo. Não tem lugar para comprar um palito de fósforo. Se adoecer, pode esquecer. Meu sonho é me mudar", diz a cozinheira.


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