Polícia apura últimos passos de empresária assassinada em BH

A Polícia Civil continua investigando o crime contra a empresária Karina Mayer Almeida,32, encontrada morta dentro de casa no último sábado. Os investigadores querem saber quais foram os últimos passos da vítima e como estava o relacionamento dela com o noivo Bruno Henrique Araújo, principal suspeito. Equipes da Delegacia de Homicídios Centro-Sul, sob a coordenação do delegado Breno Pardini Cezário, estão coletando informações na manhã desta segunda-feira. Familiares da vítimas, bombeiros que efetuaram as busca pelo suspeito e a pastora, amiga do casal, devem se ouvidos.

“Vão ser levantadas a circunstâncias da vida dela, os últimos passo e a situação do relacionamento. É natural que procuremos família dela para informações entrarem na investigação”, explica o delegado.

Karina completaria 33 anos no dia 11 de maio e estava de casamento marcado com Bruno para o dia 13 do mesmo mês. Porém, familiares informaram que ela adiou a cerimônia por causa do ciúme doentio do noivo e porque o relacionamento não estava bom. Os parentes acreditam que ela tenha decidido terminar o noivado causando revolta em Bruno.

A empresária foi achada morta dentro do apartamento onde morava sozinha, no Bairro Nova Granada, Região Oeste de Belo Horizonte. O corpo da mulher estava sobre a cama de pijama, com um fio de um ferro de passar roupa amarrado ao pescoço. Ao lado havia uma garrafa de calmante natural quebrada, o que indica que o assassino pode ter dopado a empresária para evitar luta corporal durante o crime. Havia também um bilhete com citações bíblicas e a referência à uma pastora, amiga de Karina e Bruno, que saberia o contexto de problemas vividos pelo autor do crime.

“Vamos aguardar o levantamento da equipe para checar o relacionamento dessa pastora. Talvez ela tenha condições de externar a situação psicológica de ambos (vítima e noivo). Não descarto a possibilidade de ser ouvida”, afirma Cezário.

Suspeito

O principal suspeito do crime fugiu e há possibilidade de que ele tenha cometido suicídio ou forjado a própria morte. A moto de Bruno foi encontrada pela polícia, abandonada às margens de um viaduto em Nova Lima. Sobre o veículo havia uma camisa, com o documento de identidade dele no bolso. Os policiais cogitaram a possibilidade de que ele tenha pulado no rio que passa em baixo do viaduto. O Corpo de Bombeiros foi chamado para ajudar nas buscas pelo rapaz, mas não o encontraram. Ele pode ter sido levado pela correnteza do rio, porém a polícia suspeita que o homem tenha montado o cenário no viaduto para forjar a própria morte e fugir.

O delegado disse que vai checar a primeira linha de investigação cuja autoria recai sobre Bruno. Cezário não descarta a possibilidade do suspeito estar foragido, porque o corpo não foi encontrado. “Se essa linha continuar, naturalmente podemos pedir a prisão desse indivíduo. Se não tem corpo, não podemos trabalhar com a morte dele, então consta como foragido”, afirma o delegado. Novas buscas no rio podem ser solicitadas pela polícia.