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Estado de Minas SUFOCO À PAULISTA

Quase 100 mil veículos a mais em BH

Pela primeira vez na história, cidade começa o ano com densidade de automóveis por metro quadrado semelhante à registrada na capital de SP. Número de carros de passeio supera 1 mi e tráfego deve subir 20% com a chegada de fevereiro. Especialista alerta para risco de colapso


postado em 20/01/2012 06:00 / atualizado em 20/01/2012 06:38

 

 Número de carros de passeio supera 1 mi e tráfego deve subir 20% com a chegada de fevereiro. (foto: Renato Weil/EM/D.A Press)
Número de carros de passeio supera 1 mi e tráfego deve subir 20% com a chegada de fevereiro. (foto: Renato Weil/EM/D.A Press)

 

Faltam duas semanas para o fim das férias escolares e os ingredientes para o caos já estão prontos para entrar no caldeirão do trânsito de Belo Horizonte. A cidade começará fevereiro com quase 100 mil carros, motos, caminhões e ônibus a mais circulando pelas ruas e avenidas, número correspondente ao aumento da frota em dezembro do ano passado em relação a 2010. São 1.438.723 veículos, de acordo com dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), e um transtorno que se equipara ao da maior metrópole da América do Sul. Pela primeira vez, a capital mineira tem concentração de veículos a cada mil metros quadrados praticamente idêntica à da cidade de São Paulo.

Enquanto em BH a proporção é de 4,34 veículos por 1 mil metros quadrados, na capital paulista chega a 4,38. Em 2010, eram 4,04 veículos por 1 mil metros quadrados em BH e 4,23 em São Paulo. Às estatísticas desanimadoras se soma o fato de que, ano passado, a capital mineira rompeu a marca de 1 milhão de carros de passeio. Para piorar, o número de veículos nas ruas aumentará em cerca de 20% dentro de 15 dias, quando a cidade retoma seu ritmo devido à volta às aulas.

Tudo isso vai desembocar em um verdadeiro canteiro de obras, já que os principais corredores de tráfego estão passando por intervenções visando à Copa do Mundo’2014. Nas avenidas Cristiano Machado, Antônio Carlos e Pedro I, máquinas e operários preparam terreno para o transporte rápido por ônibus (BRT, na sigla em inglês). Na Avenida dos Andradas, a Prefeitura de BH trabalha na expansão do Bulevar Arrudas até a Via Expressa. Este ano também terão início as obras da Via 710, que ligará a Avenida dos Andradas à Cristiano Machado, a construção da nova rodoviária, no Bairro São Gabriel, Região Nordeste da capital, além do início da implantação dos estacionamentos subterrâneos em sete áreas da capital.

Na opinião de especialistas, houve uma antecipação do cenário de piora no trânsito. Pesquisa feita entre 2005 e 2010 pela Fundação Dom Cabral apontava que, se não se investisse em transporte coletivo, BH se igualaria a São Paulo no quesito congestionamento em prazo máximo de oito anos. No período do levantamento, foi constatado que os motoristas gastavam 15% a mais por ano em engarrafamentos, no trajeto de ida e volta. Mas a grande surpresa veio com os dados da concentração de veículos.

“A situação é grave. Em BH, um terceiro elemento se soma ao aumento da frota e à falta de investimento em transporte coletivo: a quantidade de prédios está estrangulando os corredores de trânsito, criando uma pressão violentíssima”, adverte o especialista em transporte e trânsito da Fundação Dom Cabral Paulo Resende. “Aliado a isso, há obstáculos cada vez maiores para alargar as avenidas e a consequência é a dificuldade em lidar com o aumento do número de veículos. Trata-se de uma perigosa combinação de uso e ocupação de solo desenfreados, estrangulando as avenidas. BH é um sistema circulatório tomado por gorduras e ocorrerá, em breve, um aneurisma”, compara.


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