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Estado de Minas

Dnit recuperará 963 quilômetros de estradas em Minas


postado em 29/12/2011 07:02 / atualizado em 29/12/2011 09:51

O programa do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) que pretende recuperar 32 mil dos 55,6 mil quilômetros da malha viária nacional, o Pro-Crema, deixou de fora dos editais do próximo ano rodovias mineiras importantes e castigadas pelo tráfego pesado e pelas chuvas, como a BR-040, a BR-356 e a BR-050. Pelo primeiro lote de licitações, dos 5.649,58 quilômetros a serem restaurados no país, ao custo de R$ 3,6 bilhões, 963 quilômetros (17%) serão destinados a Minas Gerais, o que requer investimento de R$ 500 milhões (13,7%). Nessa conta entrarão 346 quilômetros da BR-365; 97 quilômetros da BR-381 e o restante será aplicado nas BRs 153, 259, 367 e 474.

A situação pior é a da BR-040. No trecho entre Belo Horizonte e Sete Lagoas – que já apresenta o pavimento muito deteriorado e recebe apenas operações tapa-buraco –, o contrato de conservação entre os kms 510,8 e o 524,9 se encerra neste ano e precisará ser licitado novamente. No sentido Rio de Janeiro, a situação da pista é ainda mais crítica. O asfalto da pista dupla, sem acostamentos ou separação entre as vias, já está muito desgastado, com trincas em longos trechos entre a capital mineira e Conselheiro Lafaiete, cidade da Região Central. Buracos grandes ao longo desse caminho obrigam motoristas a ziguezaguear pela estrada, muitas vezes, precisando invadir a contramão. Grande parte desses obstáculos se concentra em locais como a saída para São João Del Rey, a entrada de Ouro Branco e os municípios de Itabirito e Conselheiro Lafaiete.

Nessa quarta, os quatro integrantes da família de Marcelo dos Santos, de 48 anos, foram vítimas dos buracos da BR-040 e quase se envolveram num acidente mais grave durante viagem de férias de Itabira para o Rio de Janeiro. Ao tentar desviar de uma série de buracos, o motorista perdeu o controle do Fiesta que dirigia, rodou e atingiu a borda da rodovia com a traseira do veículo. “Achei que a gente fosse morrer. Logo que o carro parou conferi para ver se todos estavam bem”, conta Marcelo dos Santos.

“A estrada está em situação terrível. Não tem um dia que não aconteça um acidente grave, caminhão furando pneu, carros batidos. Venho de Congonhas para cá (Itabirito) e a estrada é puro buraco. Uma vergonha para quem paga impostos puxados”, afirma a atendente Marildes Uberaba, que trabalha numa transportadora que tem uma borracharia frequentada diariamente por acidentados em Itabirito.

O Dnit informa que um novo contrato para a BR-040 será preparado em 2012. O departamento também afirma que programas de manutenção continuarão ativos e novas etapas do Pro-Crema, a serem projetadas no ano que vem, têm como objetivo a recuperação de 6,5 mil quilômetros de vias mineiras.

No entanto, especialistas afirmam que as estradas precisam de intervenções definitivas e não de mais operações tapa-buraco a cargo das empreiteiras que vencem os contratos e ficam encarregadas de manutenção por cinco anos. “A forma como são feitos os contratos propiciam estradas ruins. A empresa ou investe o que tem na estrada e depois dá uma manutenção péssima, ou então faz uma obra ruim e dá muita manutenção. A BR-040, por exemplo, precisava ser ampliada, pois é muito perigosa, sem acostamentos, separação de pistas ou sinalização decente”, avalia o mestre em engenharia de transportes pelo Instituto Militar de Engenharia do Rio de Janeiro (IME) Paulo Rogério da Silva Monteiro. “As estradas no restante do país são muito importantes, mas as mineiras recebem tráfego do Brasil inteiro e por isso precisam de mais investimentos”, afirma Monteiro.


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