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Estado de Minas

Pedestres enfrentam obstáculos para andar na Savassi

Obras de revitalização da Savassi atropelam o Código de Posturas, porque não garantem a circulação de pedestres com segurança e acessibilidade, devido a obstáculos diversos


postado em 10/12/2011 07:34 / atualizado em 10/12/2011 08:55

Há 10 dias o movimento de máquinas e funcionários foi reduzido na Praça Diogo de Vasconcelos, na Savassi, quando a prefeitura decidiu paralisar as obras de revitalização de um dos principais centros comerciais da cidade por causa do movimento de fim de ano. Mas nem mesmo o tratamento feito no local para isolar áreas com tapumes e grades foi suficiente para esconder os perigos que chegaram com o canteiro de obras aberto em março. Quem vive, trabalha ou passa a pé na região precisa conviver com perigos, como tábuas com pregos virados para cima, caixas subterrâneas abertas, muitos buracos, além de arames e mangueiras que podem causar acidentes. Fios de energia elétrica também estão no meio do caminho de quem faz a travessia nos quarteirões fechados da praça. E, se já não bastasse esse pacote de problemas, há uma reclamação unânime entre pedestres: falta de sinalização indicativa para travessia, o que obriga pessoas a caminhar na rua ao lado dos carros ou se aventurar num canteiro central esburacado.

Depois de mostrar as armadilhas nas calçadas, na edição de ontem, o EM foi à Savassi flagrar os problemas. Como resposta ao desrespeito com o cidadão, a prefeitura havia afirmado que a responsabilidade com a calçada é do proprietário do imóvel. Mas, na Savassi, onde o poder público assumiu a revitalização da Praça Diogo de Vasconcelos, a própria prefeitura atropela o Código de Posturas do Município (Lei nº 8.616/2003). No trecho referente às operações de construção, manutenção e conservação, o artigo 11 do capítulo I determina: “A utilização do passeio deverá priorizar a circulação de pedestres, com segurança, conforto e acessibilidade, em especial nas áreas com grande fluxo de pedestres”, assim como é a Savassi.
Descumprimento à legislação que, na avaliação da arquiteta Luciana Guizan, de 30 anos, pode se converter em sérios transtornos. “Não está seguro passar a pé pela Savassi. Ainda mais agora, véspera de Natal, quando o comércio da região ‘pega fogo’. Uma obra grandiosa assim está superdeslocada nesta época do ano”, disse Luciana, enquanto passava pela Avenida Cristóvão Colombo.

De modo geral, o que se percebe na Savassi é que depois da paralisação dos motores das máquinas a maior preocupação da empreiteira responsável pela obra foi cercar a área onde as intervenções puderam ser mantidas. Trata-se das quatro partes centrais dos quarteirões da praça, fora de áreas de circulação da maior parte das lojas. No entanto, calçadas em frente aos estabelecimentos guardam os resquícios das alterações feitas pela construção civil. E o pior: o canteiro central da Avenida Getúlio Vargas, onde, conforme a prefeitura, o pedestre não está autorizado a passar, está repleto de buracos e perigos. Ainda assim, o local não foi fechado com gradis ou tapumes.

Sem planejamento


Para a funcionária pública Cleuza Maria Costa, de 56, que diariamente cruza a região, o que se vê em todo o trecho destinado ao pedestre no coração da Savassi é um reflexo da falta de planejamento. “Durante toda a obra, o pedestre foi o maior prejudicado. Faltou pensar como seria a passagem por aqui para quem está a pé. No canteiro central, por exemplo, o risco de cair ou torcer o pé é grande”, afirmou Cleuza, referindo ao trecho entre a Praça Diogo de Vasconcelos e a Rua Alagoas. No local, o canteiro havia sido desmanchado para abertura de um desvio. O asfalto feito à época foi quebrado, mas não deixou de ser a única rota para transeuntes que querem passar de um lado para o outro da avenida. Segundo ela, o perigo é ainda maior à noite, quando a iluminação é ruim.

Da loja em frente a este trecho, a vendedora Fernanda Graziele Magalhães, de 34 anos, acompanha os transtornos. “Todos os clientes estão reclamando que a Savassi ficou péssima para andar a pé. Um lugar que era de passeio hoje está cheio de buracos, com calçadas e meio-fio danificados. Um problema que reflete diretamente nos negócios”, queixa-se.

E para quem mora na Savassi o quesito falta de segurança tornou-se preocupação constante. “Desde que as obras começaram, em março, ficou supercomplicado passar por aqui. As mudanças de trânsito não foram acompanhadas por medidas de segurança para que a travessia seja segura. Isso dá uma sensação de que a prefeitura não está preocupada com o cidadão”, reclamou a estudante Lilian Cavalcanti Simal, de 22 anos, moradora da Rua Tomé de Souza.

A assistente de odontologia Lucy Maria de Souza, de 53, faz coro à reclamação. “As condições de segurança estão péssimas. Será que a prefeitura não percebe que a gente pode se machucar, cair e até mesmo quebrar um pé ou uma perna?”, disse Lucy, que trabalha na Rua Levindo Lopes e passa diariamente pela Praça Diogo de Vasconcelos.

Prefeitura promete melhorias

A Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) informou que o tratamento para isolar as obras nos quarteirões foi priorizado, mas admitiu que o serviço ainda não foi feito nos canteiros centrais da Avenida Getúlio Vargas. Conforme o órgão, a coordenação da obra seria acionada para que cobre da empreiteira melhorias na segurança para o pedestre. “Vamos pedir operação pente-fino para retirada de restos de material de construção e fechamento de buracos e caixas subterrâneas. Também será feito o fechamento das áreas do canteiro central em que o pedestre não pode passar e, no início de janeiro, os canteiros serão refeitos”, informou o órgão por meio de sua assessoria de imprensa.

No dia da paralisação da obra, a prefeitura afirmou que 70% das intervenções já foram concluídas. Por causa do pedido dos comerciantes de retirada do canteiro de obras e diminuição no ritmo dos trabalhos, novo cronograma deve ser apresentado a moradores e lojistas na quinta-feira. Não está descartada a possibilidade de atraso na conclusão.

CORRIDA DE OBSTÁCULOS NA SAVASSI

» Buracos em geral

» Buracos cobertos por madeira

» Caixas subterrâneas abertas

» Tábuas com pregos expostos

» Falta de sinalização indicativa de travessia

» Fios de energia elétrica em local de passagem

» Arames e mangueiras espalhados

» Falta de proteção em áreas não indicadas para passagem de pedestres, como canteiros centrais


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