(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

MPF recebe novos relatos de bullying dentro do Centro Pedagógico da UFMG

Boletim de ocorrência registrou agressão contra dez meninas


postado em 25/11/2011 06:00 / atualizado em 25/11/2011 06:29

Novos relatos de bullying indicam que as denúncias de agressões sofridas por alunos do Centro Pedagógico da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na quarta-feira, não foram as primeiras. No dia 11, pais de outras crianças e adolescentes protocolaram representação pedindo providências ao Ministério Público Federal (MPF) em relação a abusos promovidos por estudantes.

A última denúncia de agressão foi registrada por pais em boletim de ocorrência no 3º Distrito Policial do Bairro Ouro Preto, na Pampulha, relatando que 10 meninas do 5º ano foram agredidas por um grupo de meninos do 6º ano, na quarta-feira. Segundo a Polícia Civil, o caso será comunicado ao Conselho Tutelar e a investigação será transferida para a Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca).


Pais de estudantes sustentam que a direção do Centro Pedagógico evita informar os problemas à Reitoria da UFMG. “Eles têm esses situações como uma coisa normal entre os alunos. Só que meu filho, que tem 12 anos, é agredido verbal e fisicamente”, disse um pai, que pediu para não ser identificado, com medo de que o adolescente sofra represálias.


“Eu deveria ter feito boletim de ocorrência antes, quando ele chegou em casa com hematoma no rosto. Em várias outras vezes, ele chegou com hematomas nas pernas”, acrescenta. Em 5 de setembro, o pai conta que protocolou documento pedindo providências à Reitoria da UFMG, com cópias para dirigentes do Centro Pedagógico e da própria universidade. “Até hoje, não tive resposta.”, disse, ressaltando que também pediu ajuda ao Ministério da Educação e ao Conselho Tutelar.


Na quarta-feira, uma das vítima de agressão foi a filha de 10 anos do bancário Paulo Sérgio de Souza, de 43. “Ela ficou com hematomas devido à violência”, denunciou o bancário. Segundo ele, as agressões foram no horário do recreio, no turno da manhã. “As meninas levaram tapas no rosto, chutes e arranhões. Os pais ficaram sabendo somente à tarde, pois as vítimas foram impedidas de avisá-los. Minha filha telefonou do celular, escondida”, disse o bancário.


A dona de casa Cláudia de Fátima Lima, de 40, conta que foi a primeira vez que a filha de 10 anos foi agredida. Ela também diz que a estudante foi impedida de ligar para casa. “Conseguiu falar comigo mais tarde, na hora do almoço. Estava nervosa e chorava muito. Contou que foi jogada no chão, que bateu com a cabeça e foi chutada. Está com o joelho todo roxo. Chamei a polícia na hora, quando fiquei sabendo”, disse.


A dona de casa conta que foi hostilizada pelos funcionários da escola. “Disseram que eu não estava deixando que eles tomassem as providências”, disse, reclamando que as vítimas não receberam atendimento psicológico. “Uma colega da minha filha não quer mais voltar ao Centro Pedagógico e será transferida. Minha filha também”, afirmou. “Meninos maiores não deixam os pequenos usar o banheiro. Minha filha está traumatizada e se recusa a voltar. Ela sempre foi muito tranquila, nunca se envolveu em confusão, mas quem apanhou não tinha nada a ver com nada”, acrescentou.


No boletim de ocorrência relativo ao episódio, registrado por policiais do 34º Batalhão da PM, consta que a filha da denunciante permaneceu no interior da escola, sob a responsabilidade da vice-diretora, que não quis receber os policiais, alegando estar em reunião com outros professores.

Atividades extras e mais monitores

A UFMG informou nessa quinta-feira que medidas foram tomadas em relação à primeira reclamação de bullying no Centro Pedagógico, embora não tenham sido identificadas testemunhas do fato relatado pelo pai de um aluno. Em relação as agressões denunciadas na quarta-feira, a universidade afirma que elas também serão apuradas.

O diretor de Assuntos Estudantis, Luiz Guilherme Knaur, adiantou que pelo menos mais três monitores passarão a atuar nos horários de recreio e almoço e que estão sendo programandas atividades nos momentos em que não há aulas. “Vamos incluir salas de música, pintura e outras atividades para preencher o tempo. Estamos pensando em uma série de palestras sobre direitos humanos e respeito ao semelhante e vamos convidar uma especialista de São Paulo.”


Luiz Guilherme conta que foi designado para apurar a primeira denúncia tão logo ela chegou ao gabinete. “A apuração em um caso desses é complicada, por haver várias versões. Primeiro, estive com o pessoal do Centro Pedagógico. Ouvi os relatos e entrei em contato com os pais do aluno. Pedi licença a eles para conversar com o menino, na presença do pai, e tivemos quatro ou cinco reuniões”, disse.

 

Professora afastada
A Universidade Presidente Antônio Carlos (Unipac) de Conselheiro Lafaiete, na Região Central de Minas, confirmou ontem o afastamento da professora acusada de humilhar uma aluna grávida. Aos seis meses de gestação, a estudante de 19 anos sofreu um episódio de incontinência urinária durante a aula e teria sido expulsa da sala, além de ouvir comentários considerados ofensivos. Em nota, a Unipac informou que comissão de sindicância constatou ter havido excesso por parte da professora.

 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)