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Estado de Minas

Capital tenta se planejar para evitar problemas com a chuva

Após transtornos causados pela tempestade de terça-feira, Prefeitura de BH anuncia centro de comando emergencial


postado em 14/10/2011 06:00 / atualizado em 14/10/2011 07:26

Corpo do motociclista eletrocutado por fio de alta tensão foi enterrado ontem em Contagem(foto: JACKSON ROMANELLI/EM/D.A PRESS)
Corpo do motociclista eletrocutado por fio de alta tensão foi enterrado ontem em Contagem (foto: JACKSON ROMANELLI/EM/D.A PRESS)
 

Os transtornos e os estragos causados pela tempestade que atingiu BH na terça-feira levaram a prefeitura a anunciar estudos para a criação de um centro de comando e controle, iniciativa conjunta com o governo do estado. Nessa quinta-feira, na primeira reunião, o prefeito Márcio Lacerda e o governador em exercício, Alberto Pinto Coelho, trataram do assunto. Município e estado terão centros de monitoramento para a Copa de 2014, mas a sugestão é integrar os órgãos num mesmo local.

“Nossa ideia é montar um centro de operações de emergência, onde estariam representados todos os órgãos de poder operacional para se mobilizarem de forma conjunta para atender quedas de árvores, engarrafamentos, ruas alagadas e outras situações”, explicou o prefeito.

Segundo ele, há 82 pontos de alagamentos na cidade. Para conter as enchentes, ele afirmou que o município investiu R$ 1,5 bilhão em cursos d’água com a Prefeitura de Contagem e o estado. “Teremos muitos anos de obra para dizer que estamos próximos de 100%, mas o entrosamento do sistema de Defesa Civil vai fazer com que a cidade esteja mais preparada para reagir as contingências da natureza”, disse Lacerda.

A previsão meteorológica é de chegada de massa de ar fria no fim de semana, com pancadas e até chuva de granizo.

Indenização

Nessa quinta-feira, foi enterrado no Cemitério Bom Jesus, em Contagem, o corpo do motociclista Gleison de Souza, de 28 anos, eletrocutado por um fio de alta tensão arrebentado pela tempestade de terça-feira. Parentes dele responsabilizam a Cemig pela morte.

A família pretende entrar com ação indenizatória na Justiça contra a empresa. O rompimento do cabo da rede elétrica ocorreu três horas antes do acidente. Moradores informaram que alertaram a empresa sobre perigo. “Meu sentimento é de dor, mas é mais de revolta. Eles tiveram tempo para retirar o fio da rua e não retiraram”, lamentou o pai da vítima, João Carlos de Souza.

Gleison tinha uma ponte de safena e era aposentado por invalidez. Era casado e deixou quatro filhos.Com o salário mínimo que recebia de pensão, segundo a mulher, a desempregada Alessandra Santos Ribeiro Souza, de 35, ele pagava o aluguel da casa. Para sustentar a família, vendia amendoim torrado em portas de escolas e igrejas.

No velório, numa igreja evangélica de Contagem, Alessandra reclamou que até então não havia recebido apoio da Cemig. A família e a igreja juntaram R$ 4 mil para as despesas com o sepultamento. Alessandra tomou cheques emprestados de amigos e dividiu o pagamento do caixão em três vezes, segundo a amiga Anete Soares.

A revolta maior era da sogra de Gleison, a dona de casa Sebastiana dos Santos Ribeiro. Ela disse que o dinheiro não vai trazer seu genro de volta, mas que amenizará a situação  da família. “Estou revoltada. Perdi um pedacinho de mim. Gleison era como um filho que conheci quando ele tinha 6 anos”.

Responsabilidade

A Cemig informou que está acompanhando o caso e o que a Justiça determinar que é de sua responsabilidade vai cumprir. Segundo a assessoria da imprensa, a assistente social entrou em contato com a sogra da vítima e foi informada que a igreja frequentada pela vítima iria arcar com as despesas do sepultamento. Depois, segundo a Cemig, a família mudou de ideia e cobrou ajuda financeira. A Cemig se dispôs ressarcir os gastos.

De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar, Gleison de Souza pilotava sua moto quando, na altura do número 141 da Rua Monte Negro, colidiu com um cabo da rede elétrica da Cemig, foi eletrocutado e caiu.

O acidente foi às 19h40, diz a PM. “Porém, os moradores alegaram que o cabo de energia estaria rompido desde as 16h e que foram feitas várias solicitações para manutenção da rede elétrica. Até o momento da morte, nenhuma equipe da Cemig esteve no local”, relata a PM em seu boletim de ocorrência. Após o acidente, dois técnicos foram ao local para desligar a rede.
 


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