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Estado de Minas

Família de vítimas cobram punição para tragédia em que menor dirigia van

Adolescente de 17 anos, que voltava de festa e admitiu ter bebido, bate van escolar com oito passageiros ao se distrair com beijo na namorada na MG-424. Duas pessoas morrem na hora


postado em 10/10/2011 07:16 / atualizado em 10/10/2011 10:46

Van destruída em canteiro no quilômetro 1 da MG-424 após o acidente(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press. Brasil)
Van destruída em canteiro no quilômetro 1 da MG-424 após o acidente (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press. Brasil)

Familiares e amigos dos jovens envolvidos no acidente na rodovia MG-424 temem que ninguém seja punido pela tragédia que deixou dois mortos e sete feridos na madrugada de sábado. Os pais de Isabel Cristina Neves de Souza, de 16, que aguarda vaga para o Centro de Terapia Intensiva (CTI) em Belo Horizonte, querem saber o porquê de D.A.F.F., apesar de ter 17 anos e não ter carteira de habilitação, conduzir a van. “Espero que apurem quem emprestou o veículo. Como um adolescente sai com carro daquele tamanho sem ninguém ver? Ninguém pega um carro escondido. Alguém tem que ser responsabilizado”, afirmou o pai da menina, o auxiliar administrativo Leonardo Alves de Souza.


A menina estava na van juntamente com o namorado D.A.F.F. e Eduarda Aparecida Matoso, de 13, que foram levados para o Hospital Risoleta Tolentino Neves, onde continuam internados. Na tarde de ontem, amigos e familiares da menina, que foram ao hospital em busca de notícias, estavam revoltados com o fato de o condutor ser menor de idade e com a possibilidade de ele estar dirigindo alcoolizado. “A festa era sexo, droga e álcool. Estava bombando, como dizem. O motorista estava totalmente alcoolizado. Quem dirige um carro alcoolizado sabe que tem uma arma nas mãos”, disse Leonardo Álves de Souza, pai de Isabel.

Dos três jovens que foram para o Risoleta Neves, Isabel apresentava o quadro mais delicado. A jovem teve uma laceração no braço esquerdo, perda da pele e do tecido muscular. Por isso, foi submetida a cirurgia para fazer enxerto. Para a reconstrução vascular no braço, foram retiradas veias da coxa da jovem. O temor dos familiares era de que a menina pudesse perder o braço ou que a cirurgia se complicasse. A mãe da jovem, Cristina Neves dos Santos, chorava muito e, por várias vezes, teve de ser amparada por amigas da filha que estavam lá.

Famílias separadas

Em lados separados no pátio do hospital, os familiares de D.A.F.F. e de Isabel Cristina não se falaram. Apesar de os jovens estarem envolvidos na tragédia e serem namorados, a ideia de que o acidente pudesse ter sido causado por imprudência do menor ao volante separava as famílias e impedia que fossem solidárias entre si. Os familiares de D.A.F.F. se negavam falar sobre o que havia ocorrido. “Ele é menor de idade e não pode dirigir. Estão falando que ele estava dirigindo, mas pelo estado do carro, o motorista não escapava. No estado que a van ficou, fica difícil acreditar que ele estivesse dirigindo”, afirmou Élder Gonçalves de Freitas, de 48, tio do rapaz.

Do outro lado, o pai de Isabel não eximiu de responsabilidade quem entrou no carro com o motorista. “Quem estava no carro sabia do risco”, disse. A jovem M.C.C., de 18, que estava na festa, confirmou que havia bebida, mas disse que não viu consumo de droga. “Quando saí da festa, eles ainda estavam lá. Depois, quando passei na estrada, vi o acidente, mas nem imaginei que eram eles. Fiquei sabendo hoje (ontem) de manhã”, disse.

M.C.C. afirmou que os amigos disseram que D.A.F.F. havia bebido na festa. De acordo com ela, era uma festa de aniversário em um sítio no bairro Jardim Encantado, em São José da Lapa. As amigas de Isabel que estavam na festa não entenderam porque a van estava próxima a Vespasiano, uma vez que a festa era em São José da Lapa. “Ele estava levando alguém embora”, acredita M.C.C.

Acidente

Uma sucessão de infrações às regras de trânsito provocou acidente que matou duas pessoas e deixou sete feridas na madrugada de domingo em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Um menor de 17 anos que havia conseguido as chaves de uma van escolar e admitiu ter consumido bebida alcoólica perdeu o controle do veículo na MG-424 quando beijava a namorada, saiu da pista e bateu em uma árvore. O grupo de nove pessoas voltava de uma festa no sítio na Vila Ical para São José da Lapa e cruzou vias urbanas e uma rodovia estadual sem ser incomodado pela fiscalização na ida ou na volta.

O acidente ocorreu por volta das 4h30, no km 1 da MG-424, no Bairro Jardim da Glória e matou Jimim Walker Soares Vandes, de 17, e Bruna Danielle Corrêa Santos, de 18. Os feridos, socorridos por ambulâncias do Samu e do Corpo de Bombeiros, foram encaminhados para três hospitais: Risoleta Neves, Odilon Behrens e Pronto-Socorro João XXIII.


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