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Estado de Minas

Orientador tem medo de voltar à escola

Marco Túlio conseguiu escapar ileso de três tiros disparados por um aluno de 17 anos da escola onde ele trabalha. Crime aconteceu no sábado


postado em 26/09/2011 07:20

O auxiliar de serviços gerais Marco Túlio Miranda Dias, de 38 anos, conseguiu escapar ileso de três tiros disparados por um aluno de 17 anos da escola onde ele trabalha como orientador, no sábado de manhã, no Bairro Serra, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, mas não consegue se livrar do medo das ameaças de morte feitas pelo menor.

Marco Túlio, que também mora no bairro, buscou proteção na casa da mãe, em Ribeirão das Neves, Região Metropolitana de Belo Horizonte, e está pensando em não voltar para o emprego, na Escola Estadual Professor Pedro Aleixo, localizada na Avenida Bandeirantes, 2.300. O auxiliar de serviços gerais pretende ir à escola hoje pedir providências à diretora. “Não posso ser transferido da escola, pois eu sou designado. Só há transferência para quem é efetivo. Mas também não adiantaria, pois o aluno sabe onde moro. Eu teria que sair do bairro também”, lamentou Marco Túlio.

Ele foi atacado depois de advertir o adolescente, que matava aulas no pátio, na manhã de sexta-feira. Por volta das 8h de sábado, o menor, armado com um revólver calibre 38, foi à casa de Marcos. “Alguém batia insistentemente na minha porta e eu não abri. Por fim, resolvi abrir e era ele. Não vi que estava armado e fechei a porta. Nisso, escutei os tiros. Duas balas atravessaram a porta e uma ficou alojada”, disse a vítima, que no momento foi puxada pela mulher e salvo dos tiros. “Estou com medo de voltar para a escola e também para a minha casa. Vou passar um tempo com a minha mãe até a poeira baixar. Minha mulher foi para a casa da mãe dela e também está apavorada”, disse.

Depois dos disparos, o adolescente fugiu e não foi visto mais no bairro. Durante boa parte da manhã de sábado, policiais militares percorreram a região, procurando o agressor, mas não conseguiram localizá-lo. Hoje, integrantes da 127ª Companhia do 22º Batalhão da PM vão à escola para levantar o endereço do adolescente.

O caso será encaminhado à Polícia Civil para apuração. “Tudo que envolve a vida de alguém é preocupante, principalmente quando é por motivo fútil ou banal”, disse o soldado Welbert Silvestre, que registrou a ocorrência. Marco Túlio concorda. “Estou correndo risco de vida”, disse. Segundo ele, o menor que tentou matá-lo faz parte de um grupo violento, que não aceita regras, não obedece aos professores, não vai às aulas.

Repetição

Casos de violência escolar registrados nos últimos dias em todo o país reforçam o medo do auxiliar de serviços gerais. Quinta-feira, um aluno de 10 anos atirou na professora e se matou em seguida, em São Caetano do Sul (SP). Sexta-feira, um menino de 12 anos ameaçou duas adolescentes com uma arma de fogo na Escola Estadual Doutor Paulo Diniz Chagas, no Bairro Gameleira, Região Oeste de BH, dizendo que queria namorá-las. O garoto não é aluno da instituição e levou a PM à casa do seu tio, dono da revólver, que foi preso por porte ilegal. No Colégio Municipal Marconi, no Bairro Santo Agostinho, Região Centro-Sul da capital mineira, duas alunas de 12 anos brigaram e uma delas teve ajuda da mãe para agredir a rival.


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