(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas PAIXÃO E RISCOS EM DUAS RODAS

Motociclistas compensam risco de acidentes com paixão pelo veículo

Para motociclistas, sensação de liberdade, economia e rapidez de deslocamento no trânsito são mais fortes que o perigo de acidentes e os problemas com os motoristas


postado em 15/05/2011 07:58 / atualizado em 15/05/2011 08:11

Catherine Vieira tem carro, mas só o usa esporadicamente. Para ela, a moto é o veículo ideal para circular em Belo Horizonte (foto: Renato Weil/EM/D.A Press)
Catherine Vieira tem carro, mas só o usa esporadicamente. Para ela, a moto é o veículo ideal para circular em Belo Horizonte (foto: Renato Weil/EM/D.A Press)
A bancária Catherine Vieira Caldas, de 31 anos, tirou carteira de motorista há uma década. Do Bairro Céu Azul, na Região de Venda Nova, onde mora, até o Buritis, Oeste de Belo Horizonte, onde trabalha, ela gastava pelo menos uma hora e meia de carro. Cansada de enfrentar congestionamentos diários, Catherine decidiu, há quatro anos, fazer novo exame de direção, dessa vez para motociclista. De moto, ela passou a gastar no máximo 40 minutos de casa ao trabalho. Além de reduzir o tempo no deslocamento, a bancária agora anda pelas ruas da capital admirando a paisagem e curtindo a sensação de liberdade sobre duas rodas. Mesmo atenta aos riscos, ela já foi vítima de acidente. “Bati a moto em um carro que entrou na minha frente sem sinalizar para mudar de faixa. Mas isso foi no início, quando eu tinha apenas três meses de carteira de motociclista, com pouca experiência”, disse.

Deixar o automóvel na garagem para se livrar das retenções no caótico trânsito de BH é apenas um dos fatores que levam ao crescimento desenfreado da frota de motocicletas na cidade. Enquanto o número de carros de passeio aumentou 41,56% de 2006 a abril desse ano, passando de 673.301 para 937.890, o de motos cresceu 76,58% no mesmo período, pulando de 95.224 para 168.156, segundo o Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG). “Facilita o deslocamento, mas há outras vantagens. A moto é mais fácil de estacionar e mais econômica. Isso conta muito em uma época de preços elevados dos combustíveis. Carro agora só para passear nos finais de semana”, afirma Catherine.

Para trabalho

Pesquisa feita pela BHTrans aponta que 40% dos 182.153 motociclistas de Belo Horizonte são motoboys, ou seja, têm a moto como ferramenta de trabalho. Outros 35% também usam o veículo de duas rodas para trabalhar, mas são de outras categorias, como os representantes comerciais. Catherine está entre os 19% que optam pelas motos para se deslocar de casa para o trabalho e/ou escola. O restante (6%) usa esse tipo de veículo apenas para o lazer. Motoboy há 12 anos, Rodrigo Higino de Souza, de 33, sente na pele os reflexos do crescimento da frota de motos. “De um ano para cá, está difícil até encontrar estacionamento gratuito no Centro de BH. Costumo ficar meia hora esperando alguém sair para eu ocupar a vaga”, lamentou.

De olho nesse mercado, Guilherme Henrique de Almeida, de 37, abriu há três anos e meio um estacionamento para motocicletas em frente à entrada do Viaduto Santa Tereza, no Centro. Ele também passou a deixar o carro na garagem e usar a moto nos seus deslocamentos. “Com o tempo que eu perdia no caminho dá para tomar café sossegado com minha família, ganhando qualidade de vida. O preço de uma vaga mensal de moto é R$ 65 na área central, enquanto a de carro chega a R$ 300. O negócio é lucrativo. Por aqui passa uma média de 150 motos por dia”, afirmou.

  • Tags
  • #

receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)