Prazo mais longo para exploração pela iniciativa privada e recuo quanto à exigência de erguer um hotel e um centro comercial estão entre as novidades do novo edital para a construção da rodoviária do Bairro São Gabriel, na Região Nordeste da capital A novela ganha mais um capítulo na semana que vem. A BHTrans vai apresentar ao prefeito Marcio Lacerda as alterações, depois do fracasso da licitação aberta em novembro, que não atraiu nenhum empreendedor. As mudanças feitas pela Empresa Brasileira de Projetos, ligada ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), tentam tornar a proposta mais atraente aos empresários. Apesar de não bater o martelo quanto à data, o diretor de Planejamento da BHTrans, Célio Freitas, afirma que, uma vez aprovado pelo prefeito, o edital, inicialmente prometido para 15 de abril, poderá ser publicado em três dias.
Freitas mantém segredo quanto ao conteúdo integral do que muda, mas adianta alguns pontos. O prazo da concessão deve aumentar de 25 para 30 anos. E o poder municipal abrirá mão do compromisso do empreendedor em construir, além do terminal rodoviário, um hotel e um centro comercial. “Essa é apenas uma sugestão da prefeitura, pois foram indicadas pela nossa pesquisa de mercado como as mais rentáveis”, afirma o diretor.
Entre as opções de investimento estão serviços de atenção à saúde e nas áreas de entretenimento e ensino. “Estamos melhorando a redação para deixar mais claro que a iniciativa deve ser proposta pelo interessado. Sugerimos o shopping e o hotel, mas ele pode construir uma universidade ou outro empreendimento. De toda forma, a prefeitura tem que autorizar.” Uma questão indefinida é o valor mínimo que a prefeitura deverá receber do empreendedor. “No primeiro edital, o valor era de R$ 29 milhões, mas ainda não sabemos se ele será alterado.”
Quanto à outorga do terreno, ela será dada depois da desapropriação das cerca de 280 famílias, e não na assinatura do contrato, como previsto inicialmente.
Sem interessados
O esforço é para tornar a nova rodoviária um projeto mais atrativo e seguro aos olhos da iniciativa privada, empreitada fracassada na primeira licitação, aberta em novembro. Prorrogado em dezembro por dois meses, a BHTrans concluiu em fevereiro o processo sem nenhum interessado. Em audiência pública sobre a nova rodoviária, logo depois do encerramento da licitação, acompanhada pelo Estado de Minas, empresários afirmaram que faltavam estudos de viabilidade, principalmente do hotel e do shopping center. Também avaliaram ser preciso pesquisar mais a fundo a lucratividade do empreendimento.
O investimento previsto no complexo do terminal rodoviário São Gabriel, que ocupa área total de 70 mil metros quadrados, é de R$ 150 milhões. Inicialmente, o projeto previa dois pavimentos e um espaço multiuso com hotel de 14 andares e centro comercial. Isoladamente orçada em R$ 60 milhões, a rodoviária terá 56 plataformas de embarque e desembarque, além de 500 vagas de estacionamento. A estimativa era de uma receita líquida de R$ 19 milhões ao ano. À beira da saturação, o Terminal Israel Pinheiro, no Centro, ficará somente com ônibus metropolitanos.
O projeto está dentro do pacote de intervenções viárias da Copa do Mundo de 2014. E, apesar dos atrasos, o diretor da BHTrans – indicada oficialmente nessa quarta-feira como órgão competente para conduzir a licitação da rodoviária – afirma que BH contará com o novo terminal até o campeonato de futebol. “Estamos extremamente adiantados. Nossa intenção era inaugurar no fim de 2012. Com esses problemas, estamos prevendo para julho de 2013, quase um ano antes da Copa. E, caso não apareça nenhum interessado novamente, a intenção do prefeito é de fazer uma obra pública”, afirma Freitas.
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PBH muda edital de nova rodoviária para atrair empresários
Sem interessados na primeira proposta, município agora ampliará prazo de concessão
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