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Estado de Minas AGLOMERADO DA SERRA

PMs presos são vigiados depois de morte em batalhão

Morte de cabo em cela do 1º Batalhão leva Polícia Militar a intensificar vigilância sobre os outros três envolvidos em conflito na serra. Colegas de farda protestam em manifestação


postado em 26/02/2011 07:18

A morte do cabo Fábio de Oliveira numa cela do 1º Batalhão da Polícia Militar, no Bairro Santa Efigênia, Região Leste da capital, vai levar a corporação a intensificar a vigilância sobre os outros três soldados do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam), que também estão presos, desde quarta-feira, acusados das mortes no Aglomerado da Serra. “Vamos tomar todos os cuidados para que o fato ocorrido no 1º Batalhão não venha a alcançar os outros que estão presos, à disposição da Justiça. Agora que temos indícios do que pode vir a acontecer, toda a segurança será mais próxima”, disse o chefe da comunicação social da PM, tenente-coronel Alberto Luiz Alves.

O soldado Adelmo Felipe de Paula Zuccheratte está detido no 5º Batalhão do Bairro Gameleira, na Região Oeste; Jason Ferreira Paschoalino, no 36º Batalhão de Vespasiano, na Grande BH; e Jonas David Rosa, no 39º Batalhão de Contagem, também na região metropolitana. Eles seriam ouvidos na manhã dessa sexta-feira, na Corregedoria da Polícia Militar, mas os depoimentos foram suspensos depois de terem sido avisados da morte do colega. Segundo o advogado Ricardo Guimarães, eles estão psicologicamente abalados pela fatalidade. “Dei a notícia, e eles não tiveram condições de prestar depoimento. A reação foi de desespero. É normal. Quem morreu foi um colega de farda que nunca teve uma conduta, que desabonasse sua ficha”, disse.

O depoimento de ontem seria o terceiro deles na Corregedoria da PM. “Somente a polícia técnica vai dizer se houve realmente suicídio. Conversei com o cabo até por volta das 19h (de quinta-feira) e ele estava tranquilo, conformado, confiante no trabalho da defesa para provar sua inocência”, acrescentou Ricardo. Segundo ele, o cabo não negava ter matado os dois moradores, pois era um fato comprovado. “Houve uma troca de tiros, em tese, e as pessoas vieram a morrer. Agora, o que está sendo apurado é a veracidade dessa informação e cabe à Justiça concluir sobre o que ocorreu”, afirmou o advogado.

Segundo o diretor da Associação de Praças, Policiais e Bombeiros Militares (Aspra), subtenente Luiz Gonzaga Ribeiro, o cabo Fábio estaria recebendo ameaças de morte de pessoas não identificadas, possivelmente bandidos do Aglomerado da Serra. “As ameaças eram por telefone, antes de ele ser preso. Inclusive, ele comunicou o fato à Corregedoria”, disse o subtenente. “Querendo, ou não, o cabo foi condenado pela opinião pública, mas não vou dizer que a prisão dele foi injusta, pois há um inquérito e duas mortes. Do ponto de vista da lei, a prisão era legal”, concluiu Luiz Gonzaga, que teme pela vida dos outros três soldados presos.

Manifestação

Policiais militares participaram, no fim da manhã dessa sexta, de uma passeata promovida pelo Centro Social de Cabos e Soldados, em apoio aos policiais do Rotam acusados pelas mortes no Aglomerado da Serra. Com faixas e cartazes, eles deixaram o 1º Batalhão da PM, na Praça Floriano Peixoto, no Santa Efigênia, e percorreram as avenidas do Contorno e Andradas, até a sede do Batalhão Rotam. “O cabo Fábio foi condenado, injustiçado e agora ele foi executado. Ele foi assassinado pelas declarações dadas pelas autoridades e também pela pressão que foi feita em cima dele”, disse o presidente do Centro Social de Cabos e Soldados, Álvaro Rodrigues. “Vamos acompanhar tudo e saber realmente o que ocorreu com o cabo Fábio”, disse.


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