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Estado de Minas

Promessa de radares no Anel Rodoviário é adiada


postado em 15/02/2011 07:30 / atualizado em 15/02/2011 07:57

Além de pintura de faixas, foram trocadas lâmpadas ao longo da via(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Além de pintura de faixas, foram trocadas lâmpadas ao longo da via (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)

A promessa de colocar nesta terça=feira em funcionamento duas novas lombadas eletrônicas e um pardal instalados domingo no trecho mais crítico do Anel Rodoviário de Belo Horizonte não será cumprida pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Por meio da assessoria de imprensa em Brasília, o departamento informou na segunda que ainda não está definido quando os equipamentos entram em operação. A previsão mais otimista é 28 de fevereiro. Com isso, permanece a indefinição da data em que entrará em vigor a redução de velocidade máxima imposta aos veículos de carga, de 70 km/h para 60 km/h.

As medidas foram anunciadas pelo Dnit após o acidente de 28 de janeiro, quando uma carreta bitrem desgovernada e a 115 km/h arrastou 15 automóveis, matando cinco pessoas e deixando 12 feridas, na temida descida do Bairro Betânia, na Região Oeste. As novas lombadas foram instaladas no km 4,5, perto da entrada do Buritis, e no 5,5, no trevo do Betânia e Via do Minério. O pardal fica entre elas, no km 5. No km 3, já há uma lombada funcionando. Mais duas serão montadas no km 1,3 (Olhos D’Água) e no 6,5 (Bairro das Indústrias).

Segundo o Dnit, nesta semana serão feitas a ligação elétrica e os testes com os três equipamentos instalados no domingo. Em seguida, haverá o agendamento com o Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) para aferição. O comandante da unidade da Polícia Militar Rodoviária (PMRv), tenente Geraldo Donizete, confirmou que a previsão de os radares serem ligados hoje. Mas ontem ele ressaltou que faltavam mudanças na sinalização vertical (placas) e a conclusão de estudos técnicos pelo Dnit.

Até que as novas lombadas passem a funcionar, os três radares móveis montados pela PMRv desde a tragédia entre o km 1, no Bairro Olhos D’Água, no Barreiro, e o 7, no Madre Gertrudes, na Região Oeste, trecho considerado mais crítico do Anel, continuarão notificando apenas os caminhoneiros que ultrapassarem 70 km/h. “Não tem como a gente reduzir para 60 km/h sem que tenham terminado a mudança na sinalização. Não podemos cobrar velocidades distintas ao longo da via”, ressaltou.

De acordo com o tenente Donizete, a tecnologia do equipamento usados pela PMRv permitirá que diferenciem os caminhões dos veículos menores. “Isso se o radar for usado no modo automático. Se quisermos fiscalizar apenas veículos de carga ou de passeio, podemos operá-lo no manual”, disse. Quando entrar em vigor a velocidade máxima de 60 km/h para os pesados, a regra será válida para os 26,5 quilômetros do corredor de trânsito mais movimentado da capital, com fluxo diário de 120 mil veículos.

Para os carros pequenos, os limites de velocidade serão diferentes. “Os veículos de passeio poderão trafegar a 70 km/h do km 0 (Olhos D’Água) até o viaduto da Avenida Amazonas (km 8, no Madre Gertrudes). Da Amazonas até o fim do Anel (km 26,5, no Bairro Jardim Vitória, Região Nordeste), o limite máximo permitido permanecerá 80 km/h”, explicou o tenente Donizete.

O reforço na fiscalização mudou o comportamento dos motoristas. “Parece pai vigiando filho pequeno para que ele não faça coisa errada. Agora, além de respeitar a limitação, os caminhões descem em fila, na faixa da direita”, afirmou a soldado Tereza, que ontem operava o radar da PMRv no km 5.

Os motoristas têm opiniões divergentes quanto às novas regras. “Só os radares vão conseguir acabar com os abusos”, previa Daniel Gualberto, de 28 anos. “Se acabassem com os pontos de retenção do Anel Rodoviário, não haveria necessidade de reduzir a velocidade. Se um caminhão descer o Betânia a 60 km/h e perder o freio, a tragédia será a mesma”, avaliou José Cícero Lana Teixeira, de 35.

Muretas sinalizadas e iluminação reforçada

Outras medidas emergenciais, que fazem parte do pacote criado para evitar novas tragédias no Anel, estão sendo colocadas em prática. Ontem, a faixa da esquerda, no sentido Rio de Janeiro/Vitória, foi interditada com cones na descida do Betânia para limpeza e pintura da mureta que separa as duas pistas. O trânsito ficou lento, mas sem retenções. O serviço será feito em toda a rodovia.

Na outra ponta, a Cemig também usou cones para fechar a faixa da direita, no sentido Vitória/Rio de Janeiro, do Jardim Vitória ao viaduto da Avenida Antônio Carlos, no Bairro São Francisco, Região da Pampulha, para troca de equipamentos destruídos em acidentes. O trânsito ficou lento no trecho, na tarde de ontem, com pequeno congestionamento. Até o fim do mês, serão trocados no Anel 38 postes de aço de 14 metros, cada um com duas luminárias, o equivalente a 7% dos 503 existentes. O sistema de iluminação tem ainda 40 torres de 25 a 30 metros de altura. O investimento da Cemig para dar mais segurança aos usuários da via será de R$ 130,9 mil.

Árvores que atrapalhavam a visão dos motoristas na descida do Betânia foram cortadas na sexta-feira. “A sinalização das pistas está sendo reforçada à noite para não atrapalhar o trânsito”, disse o tenente Donizete. De acordo com ele, nova reunião do comitê gestor do Anel Rodoviário está marcada para o dia 22. Ainda ontem, representantes do Dnit e da Prefeitura de BH estiveram no Ministério Público Federal, em Brasília, para discutir a realocação de 2,6 mil famílias que invadiram áreas da União às margens do Anel e terão de ser retiradas para as obras de remodelação da rodovia, previstas para começar em setembro. Em 1º de março, já está agendada visita a terrenos da extinta Rede Ferroviária Federal, no Bairro Ribeiro de Abreu, Região Nordeste, onde podem ser reassentadas as pessoas removidas.


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