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Estado de Minas

Saudades de Rui


postado em 06/12/2008 16:09 / atualizado em 08/01/2010 03:59

Beto Novaes/EM/D.A Press - 27/8/08
Rui Santana desenvolveu trabalho importante junto a jovens artistas
-->Morreu na sexta-feira (5), aos 48 anos, o artista plástico Rui Santana, vítima de câncer. O enterro foi neste sábado, às 9h, no Parque Renascer, em Contagem. Nascido em Juiz de Fora, ele estudou psicologia na Fumec e gravura na Escola Guignard. Rui integra a geração de artistas que despontou a partir dos anos 1980. Fez de tudo: pintura, desenho, gravura, design e artes gráficas. Além de obras de qualidade em todas as linguagens, desempenhou importante papel em oficinas e projetos, como a Bienal de Grafite e aqueles dedicados à criação de murais.

Rui Santana fez com que a pintura saísse dos espaços fechados e chegasse ao grande público. Suas ações, de forte sentido estético e social, fizeram dele o maior distribuidor de arte que a capital mineira já teve. “Perdemos um grande artista e uma pessoa generosa, com enorme capacidade de realização e de trabalhar com jovens, alguns deles vivendo situações de extremo risco social. Rui deu a eles a possibilidade de se expressarem por meio da arte”, afirma Tâmara Braga Ribeiro, diretora do festival Imagem dos Povos. “Rui Santana foi cotidianamente forte, batalhador e feliz”, completa ela.

Essas características estão presentes em todas as atividades desempenhadas por ele – seja como professor ou como psicólogo, atuando com crianças especiais. “Rui fez tudo com entusiasmo, envolvendo-se afetivamente, agregando outras pessoas a projetos que abraçava. Ele era uma festa”, brinca Tâmara, emocionada.

“Ele foi sempre guerreiro. Positivo, sempre luz no fim do túnel. Era campeão, medalha de ouro”, elogiou o artista plástico João Maciel. Editor especializado em história da arte, Fernando Pedro ressaltou a abrangência de atuação do amigo. “Rui é ícone do pensamento que vê a arte de forma ampla, como ação que traz inserção social positiva. Hoje, está muito na moda, mas Rui lutava por isso há 20 anos. Ele muito contribuiu para a vida cultural de Belo Horizonte”, ressaltou.

“A frase de Oscar Wilde – tudo que é humano me concerne – é apropriada para Rui. Tudo que era humano interessava a ele. E tudo era transportado para trabalhos com cinema, pintura, artes gráficas, design e publicidade. Foi um homem verdadeiramente plural, de afeto sorridente”, comentou o empresário Pedro Olivotto.

Até dia 17, poderão ser vistas obras de Rui Santana na Agnus Dei Galeria de Arte, aberta de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, e aos sábados, das 9h às 13h. O espaço fica na Rua Santa Catarina, 1.155, em Lourdes.





Rui Santana também pintou com as mãos da moçada,
que, por meio dele, encontrou na arte o caminho da vida

João Diniz
, arquiteto


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