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Estado de Minas

Equipe do Samu é detida por negar socorro em favela


postado em 09/11/2008 20:42 / atualizado em 08/01/2010 04:04

O que era uma operação de rotina de uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Belo Horizonte, no fim da tarde desse domingo, resultou em acusação de crime por omissão de socorro. Duas técnicas de enfermagem e um motorista do Samu 2610 foram parar na 1ª Delegacia Distrital, no Bairro Santo Antônio, depois que se recusaram a subir no Aglomerado do Morro do Papagaio, no Bairro São Pedro, Região Centro-Sul, ao se sentirem intimidados por criminosos. O aposentado Gabriel Rocha Silva, de 78 anos, com problemas respiratórios, acabou socorrido por militares do 22º Batalhão da PM, que em seguida deteve os integrantes da equipe médica.

Confira a reportagem da TV Alterosa:




De acordo com o sargento Charles Mendes Ferreira, da VP 14908, a equipe do Samu foi à sede do 22º BPM e, dizendo-se intimidados, pediram aos policiais que buscassem o paciente. “Sem as condições adequadas para esse tipo de socorro, dissemos a eles que faríamos a escolta do grupo até a casa do paciente. Mas a coordenadora médica instruiu a equipe para não subir no aglomerado, indiferente o número de carros e militares que fossem disponibilizados na escolta”, afirmou o sargento.

O aposentado Gabriel Silva, que teve de esperar mais de 30 minutos para o socorro, até que fosse resolvido o impasse, foi levado para o Hospital Odilon Bherens pelos PMs, que seriam empenhados na escolta. “Quando chegamos no local, vimos que o paciente tinha condições de ir sentado no carro, apesar da gravidade de seu caso. Seguimos então para o hospital. No retorno ao batalhão, a equipe do Samu ainda estava no local e demos voz de prisão por omissão de socorro”, explicou Charles Mendes.

O genro do aposentado, o supervisor de segurança Eduardo Resende, de 41 anos, conta que chegou a descer à unidade policial para convencer o pessoal do Samu de que não havia situação de risco. “Pedi que fossem até a casa de meu sogro, pois não tinha nenhum clima de ameaça. Mas eles não quiseram entrar no morro. Em setembro, uma equipe do Samu socorreu minha sogra, com derrame, à noite, e não teve qualquer problema”, garantiu Resende.

O coordenador do sistema do Samu, o médico Anselmo Dornas Moura, classificou o episódio como “um mal entendido” e informou que a equipe da ambulância 2610 chegou a subir no aglomerado. Porém, na Avenida Principal, altura do número 900, ao perguntarem sobre como chegar no beco em que mora o paciente, algumas pessoas teriam sugerido que seria melhor eles irem embora, pois não existia o tal endereço. As técnicas de enfermagem e o motorista garantiram que havia homens armados circulando livremente no local.

O delegado Eduardo Lacerda, do plantão da 1ª DD, depois de analisar a ocorrência, decidiu liberar a equipe do Samu. Segundo ele, o crime de omissão de socorro se enquadra no Artigo 89 da Lei 9.099/95, dos Juizados Especiais. Sendo assim, o delegado lavrou um termo circunstancial de ocorrência, para ser enviado ao Juizado Especial Criminal, que vai apurar o caso, com a convocação de todos os envolvidos para audiência.


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