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Estado de Minas Decoração

Ambientes premiados

Ganhadores do 2º Prêmio Estado de Minas de Arquitetura e Design de Interiores contam sua trajetória profissional


03/09/2023 04:00
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Hall de Entrada
Hall de Entrada e Espaço Ferolla, de Lena Pinheiro (foto: Jomar Bragança e daniel mansur/divulgação)


A somatória da beleza, harmonia, equilíbrio, conforto, aconchego e arte resultam em belos espaços de convivência, sejam eles particulares ou públicos. O homem sempre buscou o bem-estar e o sentimento de estar em casa, é inigualável. Quem nunca disse ou ouviu alguém dizer que ama viajar, mas nada como chegar em casa.
 
Suíte Master, Closet e Saleta, de Tânia Salles
Suíte Master, Closet e Saleta, de Tânia Salles (foto: Jomar Bragança e daniel mansur/divulgação)
 
 
Por isso, há séculos, pessoas já se preocupavam em “arrumar” o seu lar. Embora haja divergência entre alguns teóricos, estima-se que a atividade de designer de interiores surgiu no Egito Antigo. Ainda na era antes de Cristo, os egípcios já pensavam nos detalhes da decoração das suas casas, que eram construídas com barro. Já as estruturas pré-históricas construídas 10 mil a 2 mil a.C são consideradas o nascimento da arquitetura. De lá para cá essas duas profissões só cresceram, evoluiram e fortaleceram.
 
Quartos de banho, do Stúdio Tertúlia
Quartos de banho, do Stúdio Tertúlia (Amanda Mendonça e Anna Lara) e Isabela Bethônico (foto: Jomar Bragança e daniel mansur/divulgação)
 
 
Com o excesso de trabalho externo e a vida corrida, as pessoas passaram a ficar mais tempo fora de casa, e esse reduto tão amado se tornou, para muitos, apenas ponto para dormir, até que veio a pandemia em 2020 e o mundo ficou lockdown. Esse período em que ficamos fechados em casa aqueceu novamente o mercado. Os profissionais da área trabalharam como nunca. No pós-pandemia as mostras de decoração retornaram com mais força. O público queria ver novas propostas e ideias que pudessem levar para suas casas. Os profissionais investiram ainda mais em seus espaços e foi então que o Caderno Feminino & Masculino do Estado de Minas decidiu criar um prêmio para valorizar e destacar esse trabalho tão importante, tomando como referência a mostra de decoração mais importante do estado: a CasaCor Minas, que chegou à sua 28ª edição e encerra hoje seu funcionamento na Casa Ferolla, no Santo Antônio.
 
Área gourmet
Área gourmet, Tributo aos 20, de Estela Netto, de onde pode se ter uma visão completa do jardim de Flávia D%u2019Urso (foto: Jomar Bragança e daniel mansur/divulgação)
 
 
Para os diretores da CasaCor Minas, Eduardo Faleiro e Juliana Grillo “A premiação concedida pelo jornal Estado de Minas aos participantes da CasaCor Minas Gerais destaca o reconhecimento e o compromisso do maior jornal do estado aos profissionais da arquitetura, design de interiores e paisagismo de Minas Gerais. Nós da direção, enxergamos esse prêmio como uma celebração aos talentos locais e um estímulo aos novos profissionais. Cada espaço exibido é fruto de intensa dedicação, e esta honraria valoriza aqueles que brilharam em criatividade, inovação e concretização de ideias nesta edição.” Conheçam os ganhadores do 2º Prêmio Estado de Minas de Arquitetura e Design de Interiores:
 
Sala de aperitivos
Sala de aperitivos, de Dunia Zaidan (foto: Jomar Bragança e daniel mansur/divulgação)
 

INSTALAÇÃO DE
DESIGN E ARTE

Os dois banheiros da Casa Ferolla foram feitos em parceria pelo Studio Tertulia e pela arquiteta Isabela Bethônico. Os dois ambientes são tombados e a equipe conseguiu transformá-los de forma criativa em belos espaços como um cenário artístico digno de prêmio, e não deu outra.
Anna Lara e Amanda Mendonça são designers de moda, criaram o Studio Tertúlia e trabalham juntas há 11 anos. Durante muito tempo o trabalho delas era em fotografia, stylin e produção. Ao longo dos anos, se aproximamos de trabalhos que envolvem design, gastronomia, arquitetura e lifestyle. Uma característica marcante na forma de trabalhar da dupla é se envolver em todas as etapas dos projetos. “Trabalhamos com construção de imagem, seja finalizando ambientes em lojas, fazendo o styling de interiores para projetos de arquitetura, editoriais de revistas e para pessoas que querem reorganizar onde moram”, explicam. “Ganhar esse prêmio é um grande reconhecimento do trabalho que desenvolvemos na mostra e convidamos Isabela Bethônico para assinar em parceria os dois quartos de banho. Nosso objetivo foi trazer aspectos contemporâneos sem modificar a estrutura dos espaços, preservando a história da casa. Acreditamos no poder das cores e da produção de ambientes, são ferramentas fundamentais e que podem transformar qualquer espaço.”
 
Jardim Arum, de Flavia D%u2019Urso
Jardim Arum, de Flavia D%u2019Urso (foto: Jomar Bragança e daniel mansur/divulgação)
 
 
A arquiteta Isabela Bethônico se formou em 2006 pela UFMG, e apesar de ser sua terceira participação na Casa Cor, essa edição tem um significado especial para ela, porque foi aluna do Ferolla. A jovem não teve dúvidas quando escolheu sua profissão, segundo ela, por “vir de uma família de artistas”. Isabela é sobrinha de Roberto Bethônico e prima de Mabe Bethônico, dois artistas plásticos mineiros de projeção internacional.
 
Lavabo
Lavabo, de Gislene Lopes (foto: Jomar Bragança e daniel mansur/divulgação)
 
 
Bethônico sempre trabalhou sozinha e em 2010 abriu seu escritório de arquitetura, o ISA.B. Arquitetura. “Quando conheci a Freuza Zechmeister, por quem tenho grande admiração, disse a ela que me arrependia por não ter tipo oportunidade de trabalhar para ou com outros arquitetos no início da minha carreira. Ela soltou uma risada e disse: ‘deixa de ser boba, eu também nunca trabalhei com ninguém’. É um pouco isso. O que me move são as histórias e o fazer da arquitetura algo ordinário, a possibilidade de transformar histórias em espaços e espaços em histórias”, conta. “Estou muito honrada por termos sido escolhidas por esse prêmio. Foi um trabalho colaborativo junto ao Studio Tertúlia e tantos outros profissionais como a Dolores e a Marina Tadeu. Sermos escolhidas por um juri técnico tão admirável coroou esse momento importante da minha carreira de novas parcerias e histórias.”

REVELAÇÃO

Dunia Zaidan começou a vida profissional como advogada, área na qual atuou por dez anos no ramo de Propriedade Intelectual. Na rotina da advocacia, se sentia encantada pelas obras que os clientes (artistas, designers e arquitetos) apresentavam para o escritório levar a registro junto aos órgãos competentes. Foi a partir deste encantamento que resolveu dar uma guinada na carreira. Mudou para a Espanha, onde iniciou suas experiências com arte e design. De volta para o Brasil, cursei arquitetura no Izabela Hendrix e se formou em 2020, início da pandemia.
 
Sua participação na Casa Cor se deu acidentalmente. Moradora do Santo Antônio desde quando nasceu, sempre observou a arquitetura do bairro. “Para mim a casa Ferolla era a estrela. Quando ouvi que a CasaCor seria lá e que estava aberta para profissionais interessados, não resisti e fiz uma visita apenas com o intuito de conhecer o interior da casa. Entretanto, o resultado foi outro: saí de lá com o contrato de participação assinado”, conta. “Ganhar o Prêmio Estado de Minas de Arquitetura e Design de Interiores também foi algo totalmente inesperado. Estar ao lado de profissionais que sempre admirei e receber uma premiação de jurados tão qualificados me emocionou profundamente. São essas surpresas que a vida nos dá que faz tudo valer a pena.”

MELHOR DESIGN DE INTERIOR

Lena Pinheiro é designer de interiores, por escolha. Ela fez vestibular para arquitetura e para decoração, e optou por ser designer de interiores, porque desde de criança, os detalhes arquitetônicos, decorativos e arte, sempre despertaram nela um olhar diferenciado. Já teve loja de design infantil, de móveis junto a decoração com tecidos exclusivos e adornos diferenciados. Depois abriu escritório de projetos residenciais, comerciais, e chegou onde está, com um nome sólido, respeitado e que é referência. Para ela, o melhor de sua profissão é tornar o local de vida dos clientes o mais prazeroso possível. Sobre o prêmio ela disse ser “uma alegria imensa e o prazer de fazer um trabalho maduro, reconhecido e admirado pelo público e principalmente pela Mídia. Obrigada ao Estado de Minas, obrigada Casa Cor Minas 2023”.

MELHOr ÁREA GOURMET

A arquiteta Silvia Carvalho se formou na UFMG com um trabalho de graduação onde se dedicou muito. Emagreceu seis quilos. Tamanha energia rendeu formatura com nota 100 e indicação ao Opera Prima. “No mesmo dia fui contratada pelo escritório que já estagiava e fiquei por lá dois anos. Trabalhávamos com arquitetura corporativa e eu era muito próxima do arquiteto fundador. Viajava com ele para Salvador e outras cidades acompanhando os diversos projetos que desempenhávamos juntos. Até que em 2009 comecei a ter uma grande demanda em paralelo, e achei que era hora de um voo solo”, relembra.
 
O que ela mais gosta na profissão é criar. Acha divertido como as ideias vão fluindo e conectando. “Arquitetura é cenário de vida e tem o poder de transformá-la. Amo pensar nessas possibilidades e imaginar como as pessoas vão interagir e se apropriar de cada espaço que projeto. Nossa profissão é multidisciplinar e essas trocas são muito ricas. E amo uma obra, é uma transformação positiva de vida”, diz.
 
Silvia fez a Varanda Degustação e Adega, e é considerada especialista em adegas. Segundo ela, seu guru é um tio querido que tem como hobby colecionar vinhos. Ele possui mais de 8 mil garrafas e é uma verdadeira enciclopédia humana no assunto. Começou a fazer adegas em 2015 e tomou gosto. Para completar, anualmente viaja para alguma região vinícola com seu marido, e hoje tem sua própria adega walk-in. Na segunda participação na Casa Cor, em 2019, ganhou um prêmio em Milão pelo A design Award. “De lá pra cá fizemos muitas adegas e espaços para degustação e confraternização”.
“Para mim, ganhar o Prêmio Estado de Minas de Arquitetura e Design de Interiores representa muito. Significa que estou em um caminho e também que colho agora o que já plantei antes. Um superincentivo e um alento para a alma diante de uma atividade tão intensa que significa fazer um espaço na Casa Cor. Quando ganhei quis chorar. Sou dessas bem emotivas e acho que viemos ao mundo para podermos evoluir. E esse prêmio significa pra mim evolução”.

PAISAGISMO

A paulistana Flávia D’Urso mora em Belo Horizonte há 16 anos. Formanda em Arquitetura e Urbanismo, se especializou em paisagismo e fez pós-graduação em Meio Ambiente. Seus projetos paisagísticos implementam o design biofílico – que é uma sub área da neuroarquitetura –, se baseando em seus princípios e estratégias, estudados rigorosamente pela equipe. “O design biofílico proporciona aos usuários do espaço o contato direto ou indireto com a natureza. Esse contato traz bem-estar e qualidade de vida em diversos sentidos, tanto físicos quanto mentais, em curto e longo prazo”, explica.

BANHEIRO

Gislene Lopes participa da CasaCor Minas há anos e faz questão de dizer que ama participar da mostra e que precisa participar, reforçando que todo profissional precisa estar na mídia. Começou sua participação recém-chegada de Montes Claros, para se fazer conhecida, quando era designer de interiores. Hoje, Gislene já é arquiteta e continua tendo essa mostra como referência de importância para todos os profissionais participantes.
 
Este ano Lopes se superou fazendo um apartamento inteiro. “Amo fazer CasaCor, é o momento onde posso criar “sem limites”, como se fosse para mim. Consigo mostrar para o cliente um projeto diferenciado. Transformei um apartamento que era de quatro quartos em três porque o projeto do prédio é diferenciado, com proposta de várias plantas. Isso proporcionará uma diversidade de público, já que tem apartamentos de diferentes tamanhos. Estou amando a parceria com a Arthos e a F2, cuidei do projeto e do apartamento como cuido do projeto de um cliente”, conta.
 
Gislene ganhou o prêmio pelo Lavabo do apartamento. “Ganhar o Prêmio Estado de Minas foi uma surpresa porque não sabia dele. E foi criado de maneira que consegue premiar vários profissionais. Achei isso muito bacana, porque todos os participantes se empenham, investem, fazem um trabalho de qualidade, e esse reconhecimento é muito importante para cada um de nós. O lavabo é o brilhante do apartamento, todo mundo apaixona por ele e que saber qual é o revestimento, se é pintura ou madeira, e é um mármore. Fiquei muito feliz com o resultado em todos os sentidos. Ele ser premiado é a comprovação de que todos esses comentários e reações são legítimos”.

ESPAÇO DE USO PÚBLICO

O vencedor nesta categoria foi o Restaurante e o banheiro que atende ao restaurante, ambos os espaços assinados pela arquiteta Betânia Nascimento, que transformou a área da garagem do prédio que está sendo construído no local, em dois ambientes muito elegantes.
 
Sua escolha pela arquitetura foi a admiração pela beleza dos lugares projetados por arquitetos. Betânia sempre foi observadora dos detalhes e amante do belo, apesar de ainda não saber exatamente o que era a arquitetura na época, hoje percebe que sempre foi apaixonada por ela. Natural de Ponte Nova, veio para a Capital para estudar, e logo depois de formada retornou para sua cidade para ficar perto da família, mas mesmo antes de se formar já fazia projetos para parentes e amigos. Abriu seu escritório em Ponte Nova em 2013 e não parou mais. Em 2021, abriu escritório em Belo Horizonte para ampliar seus atendimentos, deu supercerto.
 
O que mais gosta na profissão é o processo criativo, pensar cada detalhe do projeto e imaginar tudo pronto. “Tenho habilidade em passar para o “papel” os sonhos dos clientes, transformar em espaços incríveis tudo que é falado na reunião de briefing. “Ganhar o Prêmio Estado de Minas representa muito para mim, senti que estou no caminho certo e o prêmio renovou minhas energias para fazer cada dia melhor. Ser reconhecida pelo meu trabalho é o que me faz feliz, ser premiada pelo Estado de Minas foi um dos meus sonhos realizados”, afirma.

MENÇÃO HONROSA

Dois ambientes receberam, por parte dos jurados, o prêmio de menção honrosa. Foram ambientes bem votados, que se enquadravam em várias categorias e também muito bem pontuados pelo público. São eles: Área Gourmet Tributo aos 20, de Estela Netto e Suite Master, Closet e Saleta, de Tânia Salles.
 
A arquiteta Estela Netto está comemorando 20 anos de carreira. Ela sempre se interessou por “arte, arquitetura e pela forma como o homem especializa seu desejo e sua forma de ver o mundo”. Começou a trabalhar quando ainda cursava arquitetura na PUC, e o que mais gosta é do trabalho em equipe. Sobre o Prêmio Estado de Minas, Estela diz: “Felicidade é a palavra. Você perceber que está traçando um caminho em que seu trabalho faz sentido na vida do outro e que sua categoria, seus pares e seu mercado reconhecem sua trajetória”.
 
No mercado há 44 anos, a decoradora Tânia Salles já trabalhava antes mesmo de se formar desenhando móveis para uma loja. Ama a profissão e se sente realizada. Em 1081, seu pai abriu uma loja de móveis na qual trabalhou dividindo seu tempo com seu escritório. Essa experiência trouxe conhecimento da área comercial e empresarial, inclusive do cliente. Isto, por sinal, é uma forte característica da profissional que sempre pensou no custo-benefício dos projetos, respeitando o orçamento, mas conseguindo realizar o sonho do cliente. Ela foi a primeira profissional a fazer um apartamento modelo em Belo Horizonte, convidada por José Roitchman, da Macro, e Ítalo Gaetani para decorar a novidade em um de seus empreendimentos. Isso tornou Tânia bastante conhecida, porque as pessoas queriam saber quem era o decorador. Depois se tornou decoradora da Construtora Lider, assinando os apartamentos modelo e decorando, junto com Scheyla Carneiro Costa, os halls de todos os prédios, e os detalhamentos das áreas comuns, outra ação que projetou ainda mais a profissional.
 
“Nenhum dos profissionais da área de arquitetura e de design de interiores pode esquecer nunca, que nossa profissão não seria nada se não fosse Anna Marina Siqueira e o Caderno Feminino do Estado de Minas. Ela sempre apoiou, divulgou e informou a importância do profissional da área de arquitetura e de designer de interiores de trabalhar junto com o cliente para orientá-lo mostrando que a casa precisa ser bonita, mas que existe todo um lado técnico que é necessário. Foi um divisor de águas para nossa profissão”, ressalta.
 
Minha participação mostra porque estamos no mercado até hoje, e que mesmo em um imóvel tombado é possível criar um ambiente atual, acolhedor, aconchegante, prático e funcional”, explica. “Ganhar esse prêmio é coroar tudo isso, mostrar e reconhecer que todo esse trabalho em equipe deu certo, que continuamos no caminho certo, no mercado, atuais, acompanhando a tendência”.


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