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Estado de Minas Arte final

Patrocinadores podem ajudar a conter o racismo no futebol


28/05/2023 04:00
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O dito popular serve para o direcionar o caminho que resta para banir o racismo nos estádios de futebol. O caso do atacante brasileiro Vinícius Júnior na Espanha provocou reação global. E, finalmente, deve começar a doer no bolso dos agressores direto e indiretos. O jogador do milionário Real Madrid voltou a ser vítima de ataque racista, na derrota de sua equipe para Valencia (1 a 0), pela LaLiga Santander. A competição é considerada a segunda mais importante do planeta (atrás da inglesa), com valor estimado em 4,8 bilhões de euros. As agressões são recorrentes e quase sempre terminam com meros pedidos de "desculpas", como observou o próprio jogador em desabafo em suas redes sociais. Mas, desta vez, a agressão ecoou pelo planeta e provocou reações em todos os seguintes sociais, envolvendo personalidades, governos e entidades como ONU - Organização das Nações Unidas.

FATURAMENTO A erradicação desse comportamento envolve setores como Educação e Justiça, entre vários outros de igual importância. Porém, no atual estágio, os patrocinadores podem ser o fiel da balança para conter o racista - ao menos no futebol. O esporte representa, em alguns países, percentual expresso do PIB - Produto Interno Bruto (no Brasil, a estimativa seria de 0,72%). A LaLiga gera mais de 185 mil empregos e um negócio direto e indireto que equivale a 1,37% do PIB da Espanha, de acordo com números do relatório comercial da competição divulgados no site espanhol 2Playbook Intelligence. O levantamento de 2020/2021 apontam 894,5 milhões de euros gerados por 800 patrocinadores, 90 lojas oficiais e outros negócios. 
 
Na última temporada, ainda de acordo com a publicação, o faturamento nas vendas de produtos oficiais renderam 137,5 milhões de euros aos clubes. Em seu balanço, a LaLiga registrou o total de receitas de 4,84 bilhões de euros. Junto ao balanço, a entidade divulgou que trabalha com a expectativa de retornar à primeira posição em termos relativos nas "próximas temporadas", superando a Premier League. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da LaLiga em 2021/2022, tanto antes (23,9 milhões de euros) quanto depois das transferências de jogadores (280,8 milhões).

PRESSÃO ECONÔMICA Grande parte desse movimento vem dos patrocinadores diretos. E a pressão começou forte, encabeçada pela Puma e banco Santander, que foram as primeiras a se manifestarem. A Microsoft e Panini também estão sendo cobradas a se posicionarem contra a inércia da LaLiga. Já o Valencia, clube envolvido na questão racional, tem como patrocinadores gigantes como Cola-Cola e Amstel. Essas marcas também estão sendo cobrados pelos ataques racistas ao brasileiro. "Patrocinando racismo"; "inadmissível patrocinarem uma liga racista como a LaLiga, é uma vergonha"; "Até quando vão apoiar cenas de racismo no futebol?"; "Vocês apoiam o racismo?"; "Como vocês têm coragem de patrocinar La Liga?", são alguns questionamentos que bombardeiam as redes sociais dos grandes patrocinadores. Um momento que não deve parar, até que uma relação de respeito seja estabelecida nos estádios.

QUEM BANCA Saiba quais são os principais patrocinadores da LaLiga:  Puma - Empresa alemã de artigos esportivos; EA Sports - Empresa de jogos eletrônicos de esportes; Microsoft - Empresa de softwares; Cervezas San Miguel - Cervejaria espanhola; Sorare - Jogo de fantasia; BKT - Multinacional indiana de fabricação de pneus; Socios.com - Plataforma de engajamento de fãs baseada em blockchain; Panini - Fabricante de figurinhas e cards colecionáveis. 

SEM MUNDIAL Outra grande punição pode ser o impedimento da Espanha pleitear a realização da Copa do Mundo de 2030. O país pretende oficializar uma candidatura tripla ao lado de Portugal e Marrocos, mas diante da situação pode ser descartado. Especialmente porque o presidente da LaLiga, Javier Tebas, é criticado por ser conivente com os ataques racistas no futebol. Ele chegou a insinuar em um poste que o atacante exagera nas acusações de negligência do campeonato nos casos de racismo. "Não se deixe manipular e tenha certeza de entender bem as competências de cada um e o trabalho que estamos fazendo juntos", escreveu Tebas.
 
Portanto, diante da avalanche de críticas e pressões, e da possibilidade de perder milhões e milhões de euros em patrocínio direto, a palavra "macaco" deve ser "controlada" nos estádios espanhóis. Pode não ser o fim do racismo no futebol, porém, o poder econômico pode ser de fato esse "agente" controlador do ímpeto dos agressores. 


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