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Estado de Minas Moda no Palácio

Liberdade para criar

Desfile abre o Minas Trend destacando criações autorais dos estilistas mineiros dentro do tema Barroco Tecnológico


09/04/2023 04:00 - atualizado 09/04/2023 00:50

Croqui Victor Dzenk
Victor Dzenk


A riqueza das igrejas, mantos de santos, pinturas dos tetos das edificações, a arquitetura, a riqueza da prata, personagens relevantes, os cartões-postais de Belo Horizonte e muitas outras histórias em torno do barroco mineiro serão contadas por meio das criações de um time de estilistas que exibe seus looks conceituais no desfile Passarela da Liberdade, nesta segunda-feira, 10 de abril, 19h, nos jardins do Palácio da Liberdade, na abertura do Minas Trend.

Por trás de cada traje, há uma pesquisa particular nascida na autoralidade dos designers, que transportarão o tema para a atualidade com uma estética contemporânea e com uma versão tecnológica para representar esse período tão rico das Gerais, ocorrido entre os séculos 18 e 19.

O evento tem a chancela do governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, Cemig e Fiemg, e será realizada pela Associação dos Criadores e Estilistas de Minas Gerais – A.Criem, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura. Cerca de 45 estilistas veteranos e jovens talentos foram convidados para participar dessa ação inovadora.

Croqui Graça Ottoni
Graça Ottoni


O elemento que costura todas as propostas do desfile é uma cartela de cores que destaca a dramaticidade dos vermelhos, prata e seus derivados, rosas e laranjas. “Estamos trabalhando com uma visão mais expansiva da tecnologia”, enfatiza o stylist Pedro Moura, responsável pela edição do Passarela da Liberdade.

No lugar do ouro, vem a prata, daí que os metalizados aparecem nos sapatos e na beleza. Flores surgem nos pescoços e roupas, os shapes são exuberantes, com formas mais arredondadas, volumes grandes ganham ombros, as saias estão enormes”, ressalta.

Croqui Larissa Villanova
Larissa Villanova

Exageros 

Então se preparem: haverá muita diversidade e opulência: Rafael Rodarte, por exemplo, se inspirou nos vestidos do final do século 18, trazendo uma versão atualizada do pocket hoops, muito usada naquela época, em uma peça vermelha de volume exagerado, impactante e feminina.

Fernando Silva concentrou seu olhar na arquitetura de Niemeyer sob a ótica dos ipês rosas que enfeitam a praça da Liberdade, em um trabalho em que não faltarão bordados manuais, berloques de pérolas, cristais e plumas de avestruz.

O shape de Cláudia Pimenta tem como referência as roupas de baixo do século 18, associado ao barroco livre e Victor Dzenk aposta nas rosas do altar da igreja São Francisco de Assis.

Novo talento, Norberto Resende também vai na viagem religiosa das igrejas, encontrando inspiração nos véus e nos mantos das santas. A alusão à lapidação de pedras preciosas está no print da capa e as montanhas de Minas surgem em sua modelagem e costuras. E Alexandre Siqueira,por sua vez, investe nos pastilhados e sobreposições das vestes das esculturas sacras do período.

O universo dos mineradores na busca da prata aparece no trabalho de upcycling em jeans de Bia Pereira. Para Rose H., adepta do upcycling, o conceito do traje gira em torno da dualidade entre o céu e o inferno e na satisfação dos prazeres da carne. E Rochele Gonçalves explora um traje com efeitos tridimensionais, explorando texturas, volumetria e muito handmade com direito a pedras swarovsky e chatons cravados.

Brilho, relevo e materiais modernos estão na proposta de Fernanda Santos. Graça Ottoni investe nos patchworks que caracterizam seu trabalho em vestido com volume exagerado. As irmãs Marcela e Carolina Malloy e Bruno Nascimento apresentam o vestido Rosário, em volume de tafetá, enriquecido com rosas artesanais barrocas. Esses são apenas alguns exemplos da riqueza de criação presente no Passarela da Liberdade.

Croqui Rafael Rodarte
Rafael Rodarte

Associação 

Com curadoria do presidente da A.Criem Antônio Diniz e dos diretores Victor Dzenk e Renato Loureiro, o objetivo do desfile é destacar o trabalho dos criadores, valorizar a sua importância e responsabilidade nas equipes de estilo, evocando a potência criativa de cada um. “Será uma oportunidade para que todos exercitem a sua veia autoral, já que, no nosso ofício, somos condicionados a criar coleções que expressem o conceito das marcas para as quais trabalhamos dirigidas para públicos específicos”, pontua Diniz.

A associação foi oficializada no início da pandemia com a intenção de apoiar os estilistas em suas demandas, da oportunidade de empregos às questões legais. “Estamos plantando uma sementinha para o futuro”, ele garante.


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