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Estado de Minas Primeira edição

Novos códigos da moda

Temas fundamentais para o mercado serão abordados na primeira edição do projeto Universo Fashion


05/06/2022 04:00 - atualizado 04/06/2022 22:55

projeto Universo Fashion
Temas fundamentais para o mercado serão abordados na primeira edição do projeto Universo Fashion (foto: Franklin de Almeida/Divulgação)


Já se foi o tempo em que a moda girava apenas em torno dos lançamentos de shapes ou da cartela de cores da temporada. O século 21 trouxe outras inquietações para o mercado fashion e um pensamento bem mais amplo em que temas como empreendedorismo feminino, diversidade e inclusão, novos comportamentos na produção e consumo, slow fashion, plus size e corpo positivo, sustentabilidade ganham força, particularmente entre as marcas jovens que vão surgindo.
 
Essas serão algumas das pautas abordadas pela primeira edição do projeto Universo Fashion, que começa em 21 de junho e vai até 1º de julho, envolvendo seis talks e dois workshops ministrados por Aldo Clécius e Rodrigo Cezário, profissionais também responsáveis pela curadoria do evento. Realizado por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte, com patrocínio da MGS, a programação será on-line e gratuita, com inscrições antecipadas para os workshops (até 10 de junho, pelo Sympla).
 
Vinicius Santana
Vinicius Santana, do Ateliê Mão de Mãe, um projeto inclusivo (foto: Divulgação)
 
 
Para o professor e consultor Aldo Clécius, o objetivo é trazer um olhar diferenciado para a moda de temas contemporâneos que ocupam, hoje, importante espaço cultural e contemplam todas as diversidades, da etnia à inclusão social. “Estamos trazendo nomes representativos do cenário nacional, marcas estão fazendo diferente e não querem só vender produtos, mas passar uma mensagem por meio das roupas que criam. Essas pessoas acreditam na moda do século 21 como agente de mudança, o conteúdo cultural vai além dos valores do mercado convencional.”
 
moda agênero
O mineiro Célio Dias, dono da Led, que trabalha com moda agênero (foto: Divulgação)
 
 
Stylist, produtor e consultor, Rodrigo Cezário considera que os empresários do setor estão despertando para novos comportamentos, inclusive os socioambientais. Segundo ele, existem nichos que vão ganhando importância, como a moda plus size e a moda agênero. “Mais do que nunca, é possível perceber que, a cada coleção, se atenuam os limites entre o feminino e o masculino, um reflexo sobre as discussões de gênero que invadiram esse universo”, pontua.
 
Monica Sampaio
Monica Sampaio participa do talk sobre empreendedorismo feminino (foto: Divulgação)
 
 
Os estilistas mais antenados do momento foram convidados para participar do Universo Fashion, como Ângela Brito, uma cabo-verdiana que mora no Rio de Janeiro e trocou a área tecnológica pela criação da marca homônima, aberta em 2014; e Mônica Sampaio, dona da Santa Resistência, integrante do projeto Sanfoka, na São Paulo Fashion Week, cujas peças refletem o DNA do continente africano e a ancestralidade da mulher negra em diáspora. Ambas vão debater sobre suas vivências e o desafio de empreender no Brasil, já que os cargos de poder e gestão na indústria da moda ainda estão nas mãos dos homens. Ambas participam do primeiro talk de 21 de junho.
 
No dia seguinte, o assunto é “Moda sem gênero: Representação da identidade e da diversidade no vestuário”. Como explica Rodrigo Cezário, mediador do debate, “essas questões estão presentes no mundo fashion há bastante tempo, já que a moda sempre foi receptiva a ideias transgressoras, que desafiam os limites da autoexpressão.

Célio Dias, diretor criativo e idealizador da L
ed, label que já nasceu no conceito agênero, será um dos debatedores. Seus princípios, ideias e visão de mundo são traduzidas por meio da marca, que ele abriu em 2014 e, entre outros feitos, venceu o concurso Ready do To, em 2016, além de estar sempre presente nas passarelas do SPFW. A mesma mesa terá Flor Maranhão: ele faz questão de se identificar como pessoa transgênera, não binária, e tem pós-doutorado em história, ciência da religião e interdisciplinaridade em ciências humanas.

Inclusão O baiano Isaac Silva, dono da grife homônima – que virou febre entre influenciadores, fashionistas e artistas por suas referências afro-brasileiras e indígenas, apresentando coleções na SPFW –, e seus conterrâneos Patrick Fortuna e Vinícius Santana, ambos do Ateliê Mão de Mães, discutirão o tema “Diversidade e inclusão da moda contemporânea”. Na ocasião, segundo o professor Aldo Clécius, contarão como incorporam esses conceitos em seus trabalhos. O Atelier Mão de Mães foi aberto por Vinícius com o intuito de fazer renda para a própria família e valorizar a mão do artesão, inclusive a da mãe. Hoje, mais de 35 mulheres soteropolitanas estão envolvidas no projeto.
 
O mercado percebeu, não faz muito tempo, um nicho na oferta de grades maiores para mulheres que não se enquadravam nos tamanhos P, M e G. A moda plus size ganhou terreno com o movimento body positive, ou seja, a aceitação do corpo fora do padrão. “Será a vez de abordar aspectos como representatividade, padrões de beleza e body shaming (vergonha do corpo), explica Cezário.
 
Para isso, ele convidou a empresária, comunicadora e ativista Flávia Durante, que produz, em São Paulo, o Pop Plus, a maior feira de moda e cultura plus size da América Latina, desde 2012. E a mineira Sílvia Neves, a primeira modelo negra nessa categoria a ter expressão no Brasil. Em 2014, foi coroada a primeira Miss Brasil plus size sênior.
 
Em 29 de junho, a conversa girará em torno dos novos comportamentos de produção e consumo com a intenção de promover uma reflexão sobre as formas de inserir a moda no perfil de um novo consumidor consciente, em um contexto de desenvolvimento sustentável.
Dois craques no assunto participarão do debate: o designer Walter Rodrigues, coordenador do Núcleo de Pesquisa e Design e consultor criativo do Inspira Mais – salão de design, inovação e sustentabilidade para materiais de moda – e curador do projeto Design Vision, do Instituto Focus Têxtil. Ele fará companhia a Jackson Araújo, comunicólogo especializado em comportamento de moda, ativista da racionalização criativa para a sustentabilidade e diretor do Festival Trama Afetiva, plataforma de pesquisa em design regenerativo.
 
A programação do Universo Fashion inclui ainda um assunto que vem despertando a atenção: a decolonização da moda. A principal atração é Soduhi, fundador e criativo do Soduhi Studio, indígena do povo uaícahanã, que vive no Alto Rio Negro, no Amazonas.
Os talks contarão com tradução em libras e serão realizados sempre às 19h, ao vivo, no canal do YouTube do projeto: www.youtube.com/UniversoFashionBH. É só entrar e assistir gratuitamente.

WorkshoPS Quer saber como ter um guarda-roupa cápsula e sustentável? O Universo Fashion apresenta esse workshop, ministrado de 21 a 24 de junho pelo professor Aldo Clécius. O objetivo, segundo o responsável pela oficina, é questionar os hábitos de consumo de moda e o quanto isso impacta a rotina das pessoas e o planeta.
 
Os interessados em produção de moda poderão aprender tudo sobre o assunto com Rodrigo Cezário, de 28 de junho a 1º de julho. Ele compartilhará seu know-how e ensinará na prática como realizar a produção de imagens de moda, abordando todas as fases do processo, como pré-produção, produção do ensaio fotográfico e pós-produção.
 
As inscrições são gratuitas pelo www.sympla.com.br/universofashionbh. São 30 vagas para cada workshop.
 
 


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