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Estado de Minas Dia das Mães antecipado

O tão esperado sim

Após vários adiamentos, casamentos são retomados com força total e muitas mudanças


08/05/2022 04:00 - atualizado 07/05/2022 23:07

modelo boho
Luiza Faria usa modelo boho chique da Vivaz (foto: rodrigosack/divulgação)
 

 

Todo casamento, ou pelo menos a grande maioria deles, é planejado com muita antecedência. As reservas de local são feitas com o mínimo de um ano antes, ou corre-se o risco de não conseguir a data desejada. Isso dá uma ideia do cenário aterrorizante que a pandemia causou para as centenas de milhares de noivas de todo o país, quando, em março de 2020, o mundo entrou em colapso e foi decretado o lockdown geral. Vivemos dois anos entre “clausura” residencial e curtíssimos períodos de liberdade cerceada. Acendia-se uma luz no fim do túnel e algumas noivas achavam que seria possível fazer o casamento, provavelmente em um formato diferente, remarcavam, e novamente tinham que adiar. Algumas cerimônias foram adiadas até três vezes. Muitos casais decidiram ir morar juntos e deixar a oficialização para mais tarde, ou por ansiedade para viverem a dois, ou mesmo por questões econômicas, pois já haviam se comprometido com o imóvel. Enfim, seja lá qual motivo foi, o fato é que desde meados do segundo semestre de 2021 os casamentos começaram a ser retomados, muitos deles já com a presença de filhos do casal, e a grande maioria em um novo formato.

 

Vestido fluido
Vestido fluido da Tetê Unique (foto: W Gontijo/Divulgação)
 

 

O sonho do vestido

 

Um dos elementos importantes de um casamento é o vestido da noiva. Todas as convidadas gostam de chegar cedo à cerimônia para pegar um bom lugar para ver a entrada da noiva e reparar, de perto, no vestido.

 

Toda mulher sonha com seu vestido desde que pensa, pela primeira vez, em se casar, ainda pequena, quando está brincando de boneca. Provavelmente, a imagem inicial vai mudar com a idade, e, claro, com a época do casamento, mas sempre foi a principal peça do casamento.

 

Ops! Não foi bem assim. Segundo a expert em vestidos de noivas Tetê Rezende, por alguns anos, as noivas deixaram o tão sonhado vestido em segundo plano. “Teve uma época em que na planilha de orçamento do casamento a maior parte ia para a animação. As noivas traziam vestidos do exterior, quando o real estava mais valorizado. A realização do sonho, o querer surpreender havia sido sublimado”, conta, ressaltando que esse posicionamento tão incomum mudou.

 

Segundo Tetê, as noivas colocaram o casamento novamente como a realização de um sonho, provavelmente por causa de toda a mudança pela qual as pessoas passaram nesses dois anos de pandemia. “Elas não querem mais abrir mão do sonho, perceberam que não têm como reviver o tempo que passa, e com isso querem realizar desejos e sonhos. Isso trouxe de volta o valor de usar o vestido com o qual sonhou.”

 

Tete e a irmã Patrícia, que comandam a Tetê Rezende Unique, estão em contato direto com centenas de noivas de todo o país e afirmam que as noivas falam que o vestido será o do sonho, mesmo sendo um casamento para dez pessoas, porque o que fica do casamento – além do noivo, claro –, é o vestido e as fotos, que sempre vão reavivar a memória. E apesar de a maioria dos casais já estarem morando juntos, o noivo é quem não quer abrir mão da festa. “É muito fofo ver como eles estão animados para celebrar”, diz Patrícia.

 

Vestido de noiva tem moda, mas como a noiva olha tudo com muita antecedência, a virada de estilo muda em torno de dois a três anos. Há algum tempo que a predominância tem sido o hippie chic, o boho, por causa do alto número de casamentos diurnos e ao ar livre, tanto no campo quanto na praia. Agora, entram as mangas fofas, sem exagero, ressalta Patrícia. E tecidos mais fluidos, mas os mais clássicos, de alfaiataria, também permanecem.

 

Outra questão que tem influenciado muito são as redes sociais. Elas veem amigas e influencers usando um vestido, acham lindo, elas querem aquele, e não importam muito se cai bem nelas ou não. E temos que usar nosso jogo de cintura para orientá-la. Um ponto positivo é que aquela moda do vestido agarrado no corpo, marcando tudo, passou. Pode ter um justo, até rabo de peixe, mas com um corte bom que dê conforto, para poder dança e aproveitar a noite.

 

O véu continua firme. Segundo as profissionais, é como se fosse a chancela final de que ela é a noiva, e muitas agora estão pedindo o véu cobrindo o rosto, o que tem surpreendido a dupla, que também atende noivos e se encantam com o alto grau de vaidade dos homens. “Os noivos são fofos, vêm na maior empolgação, escolhem o terno e escondem das noivas. Dizem que se eles não podem ver o vestido, elas também não podem saber do terno. O único palpite que eles não podem nem discutir é o tom da gravata, porque elas definem de forma que combine com pai e padrinhos”, comenta Tetê. 

 

Coelão
Coelão março 2022 da Vivaz (foto: bárbara dutra/divulgação)
 

 

Importados, por que não? 

 

A La Vita é representante exclusiva das marcas espanholas Rosa Clara e Pronovias, e tem também sua marca própria. Há 12 anos, as amigas Paula Aviva e Lívia Mafuz se uniram e abriram o negócio, que é sucesso.

 

As duas maiores marcas de vestidos de noiva do mundo lançam, uma vez por ano, em Barcelona, suas coleções de verão e inverno. São mais de 300 vestidos e cabe a Lívia conferir de perto, fazer a curadoria e selecionar os 60 modelos que vai trazer para Belo Horizonte.

 

“As marcas atendem ao mundo todo. Com isso, elas criam modelos adequados a todo tipo de clima, e sempre temos os modelos que atendem bem ao nosso clima tropical e aos casamentos ao ar livre e na praia, como tem ocorrido muito aqui no Brasil”, diz Lívia.

 

O estoque é bem diversificado com modelos com ou sem manga, tomara que cai ou não, em seda, tule, micado, com tecidos mais fluidos e tanto no estilo boho – que está em alta – quanto no minimalista.

 

A dupla tem atendimento personalizado e equipe especializada para fazer os ajustes sob medida. Os tecidos que caem mais no gosto das mineiras são a renda, o tule (campeão), e os vestidos com capas, que estão em alta, além dos minimalistas com tecidos como o crepe, micado e musseline.

Depois de três a quatro aluguéis, os vestidos vão para o bazar da Lavita, todos em excelente estado, uma ótima oportunidade para quem deseja ter um modelo Pronovias ou Rosa Clara por um preço que cabe no seu bolso. 

 

Ana Laura Machado
Ana Laura Machado usa vestido exclusivo de Thais Teixeira da Costa (foto: Ana Junqueira/Divulgação)
 

 

Coleção como referência 

 

A Vivaz, comandada por Elizabeth Faria e pelas filhas Camila e Isabela, tem a moda na veia. Depois de anos trabalhando com moda festa, abriram o segmento noivas, com sucesso.

 

Elas lançam duas coleções de noiva por ano, com 30 a 40 modelos cada, inspiradas em tendências. Uma ótima referência para as futuras noivas do que está up to date no segmento. “Como temos a moda festa, e não trabalhamos mais com o atacado, apenas com o varejo, passamos a ter um contato muito direto com as clientes, e isso nos traz um feedback muito direto e constante do que elas querem e gostam. Nos pautamos por isso também na hora de criar”, conta Camila.

 

E o trio não para por aí. Para atender bem uma noiva também fazem vestidos exclusivos e podem adaptar os modelos da coleção. A noiva chega na Vivaz, vê a coleção e pode escolher um dos vestidos, mas pode também misturar a saia de um com a blusa de outro e tudo isso no tecido ou bordado de um terceiro. Tudo é possível para que a noiva alcance o seu sonho.

 

A coleção tem um mix de estilos, desde os mais clean, minimalistas, aos de alfaiataria, que não têm muita pedraria, são mais foscos. E os bordados, com linhas mais gráficas, até os com volume, com babados, ou os mais lânguidos, em crepe, sem deixar de lado os tão desejados boho.

 

Segundo Camila, as noivas escolhem o modelo muito de acordo com seu corpo, sem muita regra. “Algumas querem um modelo mais fechado porque vão casar em igreja e o padre não aprova muito decote; outras são mais formais. Tem noiva que não liga para a tendência, quer criar o sonho, e é isso que fazemos aqui”, diz. 

 

Exclusivos sob medida 

 

Muitas noivas não abrem mão de ter uma peça exclusiva, diferente de tudo que está nas araras ou em catálogos, e são essas que escolhem fazer seu vestido em um ateliê. Uma das costureiras de mão cheia nesse quesito é Thais Teixeira da Costa, que além de ter muito bom gosto, tem um corte e uma modelagem raros de se ver, é criativa e borda com mãos de fada.

 

Para quem não sabe, Thais morou em Portugal e em Rondônia, e foi ela quem trouxe para cá os vestidos de festa e de noiva bordados no tule, em 1980, quando retornou para Belo Horizonte. Fez três desfiles, dois deles no Automóvel Clube de Minas Gerais, para mostrar suas criações, que deixaram as mulheres enlouquecidas. Como tudo que é bom e novo, logo surgiu outra profissional fazendo o mesmo trabalho. Foi a deixa para ela mudar de estilo. Nunca gostou de mesmice. E agora, depois de anos, retomou um pouco esse trabalho artesanal.

 

Mas nunca abandonou a técnica, porque quando ela imagina uma coisa, ela não desiste. Foi assim com uma noiva. Ela sonhou com uma renda, rodou mundo e não achou. Não teve dúvida, ela fez a renda no tule e rebordou depois. Não precisamos dizer que o vestido virou uma joia mais que exclusiva.

 

As jovens chegam lá querendo tudo diferente do que estão encontrando, outras chegam sem saber o que querem, porque não gostaram de nada, e outras ainda encontraram o que gostaram na alta-costura internacional, porém, infelizmente, com preços que ultrapassam a casa dos R$ 200 mil. E são nessas situações que a artista entra em cena.

 

“Um Elie Saab ou um Zuhair Murad são maravilhosos, mas os preços são exorbitantes, principalmente com o real tão desvalorizado. É possível no prêt-à-porter, mas a adaptação simplifica muito nos bordados e não vale a pena. Quando fazemos aqui, valorizamos tudo o que elas querem. Nosso trabalho envolve arte, leva tempo, mas realizamos o sonho”, conta Thais, afirmando que gosta muito de trabalhar com tule por ser uma tela em branco na qual é possível fazer qualquer tipo de arte. “O tule é ideal para nosso tipo de clima, é leve e a brasileira gosta de leveza.”

 

A grande satisfação de Thais é ver a realização total da noiva e os comentários depois, nas redes sociais. E ela ainda tem – para quem quiser – um serviço de suporte pós-casamento, para higienização e restauração do vestido (se necessário), para a noiva poder guardá-lo limpo e em perfeito estado. 


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