Os sinais de recuperação da economia brasileira ainda são lentos, mas observados com grande expectativa por todos os setores da sociedade. No setor publicitário, o aquecimento do comércio de fim de ano sempre renova as esperanças e ajuda na recuperação de parte das perdas ao longo do ano. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) prevê que o varejo brasileiro terá seu melhor Natal dos últimos seis anos, com crescimento de 4,8% em relação ao ano passado. A estimativa de faturamento é de R$35,9 bilhões. Em Belo Horizonte, especificamente, a expectativa do crescimento é de 3,62% em relação ao no passado, de acordo com pesquisa realizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH). O faturamento pode chegar a R$3,39 bilhões na capital mineira.
Os números na corrida final de temporada são animadores. Mas é bom o setor publicitário tomar cuidado e conter a euforia. Pesquisa divulgada pelo GroupM, empresa global de mídia e publicidade com operações em mais de 100 países ao redor do mundo, incluindo Brasil, prevê desaceleração mundial no crescimento da publicidade a partir do ano que vem. Mesmo em 2019, o relatório do GroupM estima que o setor irá fechar com crescimento de 4,8%, portanto, abaixo dos 5,7% de 2018. Até 2014, o crescimento deverá oscilar ainda mais - entre 3 e 4%. Em 2020, a expectativa fica em 3,9% e, em 2021, cai para 3,1% de crescimento.
O motivo do declínio, de acordo com o relatório assinado por Brian Wieser, presidente global de business intelligence do grupo, está no enfraquecimento da economia mundial. Ele estima que o bolo total do mercado seja equivalente a US$ 628 bilhões, em 2020, excluindo investimentos em mala direta e diretórios, o que elevaria esse valor para US$ 700 bilhões.
Os EUA continuam sendo o maior mercado de publicidade global, com US$ 246 bilhões em gastos. Porém deverão fechar com redução de 7,6%, em 2019, e previsão de 5% em 2020 e 3,4% em 2021. O estudo indica que a publicidade na internet assumiu de vez a liderança no faturamento do mercado global, devendo fechar 2019 com US$ 294 bilhões. A projeção para 2020 é de US$ 326 bilhões em receita de anúncios digitais, representando 52% do total global.
NO BRASIL O investimento em publicidade no Brasil chegou a R$ 8,2 bilhões no primeiro semestre de 2019, segundo dados do Conselho Executivo das Normas-Padrão, entidade que reúne os principais anunciantes, veículos de comunicação e agências de publicidade do país. Internet e mídia exterior foram os meios que mais cresceram em relação ao mesmo período de 2018. O meio internet liderou com crescimento de 50,9% (R$ 1,1 bilhão, que representa 14,4% do total), no primeiro semestre.
Nas projeções para as mídias levando-se em conta os meios de veiculação, o maior crescimento aparece nos dispositivos móveis, que, em 2020, ficarão com 29% de todo o montante investido mundialmente em publicidade. Entretanto, a parte do bolo abocanhada pelo mobile será inferior apenas à da televisão, que responderá por 31,4% dos investimentos. Veja o estudo global completo no link: www.groupm.com/markets/united-states