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MINAS TREND EM DIAS DE SOL

Atividades culturais atraem pÚblico novo e negócios miram o futuro


postado em 21/04/2019 05:07

(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press. )
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press. )

 

Após o período de transição conceitual registrado na edição passada, a feira de  moda  Minas Trend (MW) parece ter encontrado o caminho a seguir para sua evolução como evento de moda - oferecendo pitadas de entretenimento & cultura,  além de tentar um salão de negócios autossustentável.


Esse novo propósito da feira  abriu suas portas para o público em geral, acelerou sua dinâmica interna com shows/desfiles abertos e ampliou a ideia de oferecer espaços para os   novos criadores. Essa democratização fashion começou na própria estrutura montada no Expominas, com uma ambientação mais clean e didática.

DEMOCRÁTICO


A proposta  visual do pavilhão,  assinada pela dupla Clarissa Neves e Paulo Wainsberg, simbolizou bem a preocupação com a  redução de custos que norteou toda a estruturação do evento. Além de dar mais leveza ao ambiente, entregaram soluções inteligentes de cenografia. Assim, o tema “Em dias de sol” sugerido pelo coordenador artístico do MW, o estilista Ronaldo Fraga, foi traduzido em boias transparentes pelas paredes, uma piscina fake (que virou passarela para os desfiles abertos), uma nova sala de imprensa (mais confortável), salão de palestras compacto e informal, feira gastrô com variadas opções de comidas, restaurante gourmet da Bouquet Garni – sem esquecer da democrática opção  fast food em outro ponto do pavilhão. Enfim, um clima praiano, reforçado por golfinhos saltitantes em globos de acetato, sombrinhas de sol,  choperia, palco e painéis em tons azuis.
Para garantir plateia e acolher melhor quem foi usufruir desse verão imaginário, mudanças foram operadas no acesso ao evento. Assim, a entrada foi desburocratizada e até parte dos ingressos do show de abertura colocados à venda.  Além disso, os desfiles coletivos abertos (inclusive com marcas que estavam no salão de negócios) que a turma fashionista adora curtir, tiveram música com bandas e artistas emergentes – completando esse animado happening.  A expô do Senai/Modatec , no entorno, coroava esse clima com as versões (muito boas) dos seus alunos para a moda-homenagem ao curvelano Alceu Penna e à norte-americana Iris Apfel, neste caso, com direito de a visitante se travestir da nonagenária ícone da moda – e se fotografar como tal. Mais um storie no Insta estava garantida.
Com essa pegada pop-fashion, a música orquestral do Sesi, o show de Zelia Duncan e Jacques Morelenbaum na abertura e o teatro com Nathália Timberg no encerramento fecharam bem a cena cultural da MW.


A feirinha gastrô Aproxima, além de oferecer novas opções de comes & bebes para  quem foi ao evento, também serviu de vitrine para gulodices diferenciadas – como o talharim de pequi e a coxinha de rabada. Delícias!

Nos desfiles exclusivos (para convidados), o lançamento da Skazi com show do Jota Quest  foi o destaque da temporada – cumprindo bem o papel de referencial do novo conceito adotado pelo evento. No brilho da ‘chama criativa que ilumina o futuro da moda’, vale citar a presença do Designer de Autor – grupo de novos talentos que foi da passarela aos estandes, inclusive com nomes despontados no projeto Ready to Go, boa iniciativa pioneira de outras temporadas.

Essa equação de cultura + entretenimento + moda é uma tendência que está sendo adotada por várias ‘semanas de moda’ mundo agora, inclusive pela São Paulo Fashion Week (22 a 27 de abril). O mix palco + passarela + quermesse já rendeu até apoio permanente de um banco de prestigio ao evento paulistano.

Por aqui, a força dessa jornada embrionária pode ser medida pelo vaivém de 15 mil visitantes no local, sendo 3 mil deles ‘visitantes espontâneos’. Quanto mais visitantes, mais chances de patrocínios futuros.

Boa ideia para consolidar essa conexão democrática com o povo da moda, seria abrir o acesso direto do pavilhão ao metrô – que nunca foi aberto durante as feiras de moda.

SALÃO

O grande diferencial do Minas Trend  com as outras semanas de moda do país e do exterior vem do fato de o evento oficial ser atrelado a um salão de negócios – ou, melhor dizendo, é originário dele. O grande desafio é torná-lo autossustentável, isto é, viabilizar sua realização sem investimentos pesados demais por parte do seu promotor oficial -  a Federação das Indústrias de Minas Gerais. O presidente da entidade, Flávio Roscoe, sinalizou esse novo rumo, desde que assumiu o cargo, com a preocupação de estimular o espírito criativo e preservar o objetivo negocial do evento.  O esforço é para que o seu ‘núcleo artístico’ tenha apoios, incentivos fiscais e patrocínios suficientes para complementar o somatório das vendas dos estandes (nesta edição, foram 253 espaços) e cobrir os custos.

Mas o maior desafio, no atual momento,  é  garantir bons pedidos de roupas & acessórios pelos compradores que visitam esses estandes. Nessa edição, o movimento foi definido como satisfatório – considerando-se as atuais dificuldades do varejo fashion e seus estoques paralisados. O problema é que alguns elementos desse quadro não são apenas pontuais – e o maior deles é como conviver com a diminuição de lojistas e aumento exponencial dos chamados marketplaces fashion. Fruto do avanço dos algoritmos na vida cotidiana,  são uma espécie de shopping centers virtuais para vender  diretamente, via celulares, produtos de centenas de marcas de moda. Sem contar a sedução das redes sociais e a eficiência dos sistemas de omnichannel, crosschannel, robots, influenciadores e outras ferramentas usadas para colocar a mercadoria fashion diretamente nas mãos da consumidora.

Nesse contexto, os lojistas precisam ser afagados pela indústria confeccionista, pois seus pedidos minguaram, as margens de lucro caíram, as viagens custam caro, etc., etc., etc.  Assim, sua simples presença na feira já é uma conquista enorme. Por isso mesmo, o treinamento de quem os atende na portaria e a eliminação de burocracia para acelerar sua entrada na feira tornaram-se  pontos tão importantes como o cenário bonito, estande bem decorado, a roupa benfeita e o preço justo.

MINAS

No caso de Minas, entra também em cena algo subjetivo (mas determinante), que é a hospitalidade e afabilidade natural dos que nascem ou vivem entre as nossas montanhas. No vaivém pelos corredores da feira, algumas lojistas de outros estados contavam que, em todas as temporadas de lançamentos, sua primeira parada é, obrigatoriamente, em BH. A razão seria não apenas a moda, mas também ‘para respirar essa tranquilidade, gentileza e intimidade quase familiar que as pessoas daqui passam aos visitantes e levantam o astral’. É uma vantagem considerável, a ponto de refletir no calendário das feiras de moda no resto do país.

Um exemplo disso, é a feira paulistana Casamoda – cuja data de realização estava prevista para a mesma semana do Minas Trend, mas acabou adiada (para o dia 29 próximo) em razão de as lojistas-convidadas manifestarem sua opção prioritária por BH. A outra feira paulistana, chamada Contemporânea, também vai ao ar no final do mês  em endereço novo e prestigiado – o mall JK Iguatemi. Já a carioca Veste Rio preferiu competir com a SPFW e começa exatamente no meio da ‘semana de moda’ paulistana (dia 24) – inclusive com a novidade da instalação de uma sala de desfiles.

Com todos esses ingredientes diferenciados e uma dose generosa de ‘pragmatismo preventivo’,  o Minas Trend evolui numa metamorfose indispensável para se adaptar aos novos tempos da cena fashion brasileira.


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