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Um lar para chamar de seu

Adoro viajar e adoro retornar para minha casa. %u2018Lar é onde está o coração%u2019


postado em 17/03/2019 05:12

Meu filho mais velho saiu de casa aos 17 anos e nos sete anos subsequentes morou em sete lugares diferentes.  Alugou quarto em casa de família, dividiu alojamento em moradia estudantil, até que pode escolher os amigos com quem iria morarque variavam a cada ano, pois enquanto uns se mudavam de cidade outros se formavam e mudavam de vida. Conheci a maior parte das moradias que ele dividiu, assim como os amigos com quem criou um vínculo muito forte, uma espécie de família substituta, pois a maioria como ele vive longe dos pais.

Como morava alugado, com móveis e utensílios domésticos que não escolheram e nem sempre agradavam, nunca vi nenhum deles muito interessado na manutenção e limpeza da casa, tirando, claro, o mínimo para se viver com dignidade. Sempre que me aventurava a me juntar a eles, tirava horas do dia para fazer faxina à brasileira, o que sempre agradou a todos, me incluindo; afinal, sou mãe. Cheguei a quase dissolver o piso de um banheiro causando uma catástrofe devido à minha antiga mania de jogar água aos montes. O problema é que esta estratégia é inadequada para lugares onde não existem ralos e os pavimentos não são de concreto, além do uso excessivo de um bem não durável cada dia mais escasso.

No final do ano passado, aproveitando o estímulo que o governo local dá para os residentes adquirirem a casa própria, além da preocupação em poupar um pouco do salário enquanto não tem prole para o preocupar, meu filho decidiu entrar para a categoria dos proprietários. Enquanto fazíamos um mutirão familiar para reformar o imóvel escolhido, fui me dando conta do quanto ele estava apaixonado com tudo aquilo.

Em pouco tempo percebi que o maior problema de algumas pessoas não é o trabalho que uma casa dá, mas investir em algo com o qual não se identificam. Como escolheu e comprou uma casa vazia, precisou comprar cada agulha. Passou meses pesquisando, indo a lojas nas quais até então nunca havia tido o interesse de entrar. Pediu ao pai para lhe explicar tudo o que sabia sobre furadeira, hidráulica, marcenaria. Passava aperto toda vez que era preciso mexer na parte elétrica, preocupado em deixar no escuro os vizinhos que de longe apoiavam todo o movimento de reforma.

De tudo o que mais me chamou a atenção foi o gosto que desenvolveu em relação às plantas. Primeiro se mostrou interessado em comprar uma suculenta, pois alguém lhe disse que era fácil de manter e ótima opção para dentro de casa. Agora ela já procriou e divide espaço entre as de outras categorias que, confesso, desconheço a espécie porque, apesar de amar jardins, nunca me interessei em me dedicar a eles. Aqui em casa planta é “coisa de homem”. Tenho outras preferências.

Adoro viajar e adoro retornar para minha casa. “Lar é onde está o coração”, diz uma plaquinha que mantenho em meu ateliê de escrita e costura. E acho que meu filho acabou de descobrir isso ao ter um cantinho para chamar de seu, onde pode experimentar e tirar suas próprias conclusões quanto a tudo aquilo que acha que deve fazer parte de sua vida.


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