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Fé eternizada

Tradição cristã tem exposição em Congonhas


postado em 02/12/2018 05:03

Presépio Cravo de ferro(foto: Jozane Faleiro/Divulgação)
Presépio Cravo de ferro (foto: Jozane Faleiro/Divulgação)

 

 

Pela tradição cristã, a montagem do presépio deve ser feita no Domingo do Advento – primeiro domingo de dezembro – e a desmontagem no dia 6 de janeiro, quando se comemora a Epifania do Senhor. Minas conserva essa manifestação de fé cristã desde a descoberta do país pelos portugueses ( os presépios montados em Portugal são os mais bonitos e artísticos do mundo). Esta homenagem ao nascimento de Cristo começou pelas mãos de São Francisco de Assis que montou o primeiro presépio em 1223,na cidade de Greccio, para definir com imagens uma história antiga. A partir dai, o costume ganhou o mundo e é claro que chegou a Minas, alimentando a tradição popular em igrejas e residências, das mais ricas às mais pobres. A tradição sustentada pela igreja católica tornou-se, ao longo do tempos, numa das mais importantes manifestações de cultura popular.


É dentro desse princípio de manter viva a tradição que o Museu de Congonhas, que atualmente está sob a gestão de Sérgio Rodrigo Reis, está promovendo a exposição “Presépios do Brasil - Coleção Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP)” que pode ser visitada até 6 de janeiro do próximo ano. Pela primeira vez, uma das mais atuantes instituições de fomento e produção artística do Brasil, a FAOP, se une ao Museu de Congonhas para promover, no interior de Minas, a descentralização cultural. A exposição reúne 22 das mais belas criações premiadas nos 46 anos do Concurso Nacional de Presépios da Fundação de Arte de Ouro Preto.


Na exposição, as técnicas utilizadas pelos artistas são variadas, são peças ricas em materiais, mostrando que não há limites para a criatividade. O arame, por exemplo, é a matéria-prima para o presépio intitulado “O salvador do mundo”, de Valdeir Moreira. E não há limites para o uso da cor e de materiais. Com palha de milho, bambu, galhos secos e uma peneira, Marialda Coury criou o presépio “Inventividade”. A arte do tricô foi utilizada por Maura Barbosa de Castro Marques em “Feliz Natal”. Com um estribo, uma parte de espora de cavalos e pregos, a artista Paula Alves de Lima criou o “Presépio cravo de ferro”. E a pedra sabão, comum na região, sendo muito utilizada no artesanato, sendo até mesmo já banalizada, ganhou destaque especial na exposição, com um conjunto de sete obras que mostram como a pedra pode ser utilizada em prol da criação artística em sua forma bruta ou mais delicada, como a peça de um anjo barroco, que traz o presépio em suas asas, da artista Cor Maria.


Entre as obras, está também o presépio de Maria Amélia Faria, premiado em 2004, que mostra bem o estilo da artista com o bordado, e que incorpora elementos de sua história pessoal, para contar a história do nascimento de Cristo. A peça traz técnica mista, com elementos como linhas, miçangas, recortes de tecidos e postais de artes sacras. Outra obra de encher os olhos de alegria é de Willi de Carvalho, um dos artistas mais inventivos do país, nascido em Montes Claros, que utiliza em seu presépio elementos típicos do folclore popular de Ouro Preto, como a Sinhá Olímpia, outrora moradora da cidade que se vestia com roupas antigas, como se fosse uma fidalga da família real. Na peça, muito colorida, também é possível ver representados uma igreja, oratórios de Minas, estandartes do congado, fitas coloridas - típicas das folias de reis. Na mostra também está um presépio de Artur Pereira, famoso artista de Cachoeira do Brumado, nascido em 1920, autodidata, que trabalhou a madeira maciça, esculpindo um raro presépio monolítico, forma de trabalhar que o tornou conhecido.


Sérgio Rodrigo Reis avalia que a mostra tem o intuito de valorizar e difundir a criatividade do povo brasileiro. “Temos um conjunto de obras, nas quais os artistas incorporam elementos próprios de suas experiências de vida e que promovem inúmeras releituras do tema, tornando cada presépio único. Com a variedade de materiais e estilos, o visitante tem a oportunidade de ativar sua memória afetiva”, acredita.

Peças do presépio Com a criatividade popular, as clássicas peças que compunham o presépio (preasepe=estrebaria) foram sendo completadas por tudo que podia significar amor e fé cristã. Mas as peças clássicas não podem faltar e além do Menino Jesus, Maria de José outras são indispensáveis como a manjedoura com palha (significando a estrebaria) , burro e boi ou ovelhas (animais do curral representando a simplicidade do local onde Jesus nasceu), os anjos (responsáveis por anunciar a chegada de Jesus), a estrela de Belém (que orientou os reis Magos do local do nascimento), os pastores,os três reis Magos (Melquior, Baltasar e Gaspar),portando suas dádivas (incenso, ouro e mira). O restante da montagem do cenário fica a cargo da devoção e imaginação de cada crente.


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