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Estado de Minas MUDANDO A VIDA DE TODOS

Xodós inusitados

A chegada de um bichinho altera a rotina da casa e dos moradores. Quando é um animal diferente, vira sensação por onde anda


postado em 12/09/2015 00:08 / atualizado em 12/09/2015 09:43

Isabela e Pururuca param nas ruas para tirar fotos com admiradores quando saem para passear(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Isabela e Pururuca param nas ruas para tirar fotos com admiradores quando saem para passear (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)

A chegada dela despertou a curiosidade de toda a vizinhança. Durante seus passeios pelo bairro, chega a ser abordada com pedidos de fotografia. E esse charme não se limita somente às ruas do Floramar, na Região Norte de Belo Horizonte. Com quase 2 mil seguidores no Instagram, a miniporca Pururuca desfila na web toda a simpatia que conquistou a família de Isabela Martins desde sua chegada, há oito meses.

Como toda celebridade, Pururuca gosta de ser bem tratada e exige que suas refeições sejam dadas na hora certa. “Ela acorda às 5h da manhã e começa a gritar, a dar escândalo. Só para quando dou ração. Aí ela fica tranquila. Ela come três vezes ao dia, além de uma fruta ou legume no intervalo. Se passa da hora, ela começa a gritar”, conta a responsável por cuidar da temperamental porquinha, a estudante de engenharia de minas Isabela Martins, de 23 anos. Ela explica que sempre gostou de miniporcos e seguia vários perfis no Instagram.

Presente do namorado para Isabela, Pururuca mudou a rotina de todos os outros moradores da casa, inclusive do Coquinho e do Negão, cães de estimação da família. Negão tem que ficar em um espaço separado, porque não dá sossego para o novo xodó da família. Além da alimentação na hora certa, a porquinha necessita de alguns cuidados especiais, para não se aborrecer, e é tratada como uma filha. A estudante compartilha produtos de cuidados pessoais com a Pururuca. Todo dia, para não ressecar a sensível pele do bichinho, Isabela aplica hidratante. Para os passeios, protetor solar na porquinha. Durante o frio, ela toma banho no chuveiro com Isabela. São dois banhos por semana, e ela adora.

“Porco requer mais cuidado e paciência. Na realidade, eles são hiperativos e só pensam em comida. Participo de um grupo de pessoas que compartilham suas experiências com miniporcos. E é cada história... É um que abre a geladeira e come tudo, outro que destrói sapato”, comenta Isabela. A Pururuca, por exemplo, gosta de derrubar as cadeiras da mesa de jantar com o focinho. Também já destruiu a porta do quarto em que passa as noites.

SURPRESA Isabela gosta de deixar claro que porco não é sinônimo de sujeira, como é comum se pensar. “De nojento, eles não têm nada”, afirma. Ela diz que, além de não exalar tanto cheiro como um cachorro, a porquinha não solta pelo e faz suas necessidades em um só lugar. Como qualquer bichinho de estimação, é preciso limpar o xixi diariamente.

A mãe de Isabela, Márcia Martins, ficou surpresa com a notícia da chegada da Pururuca. Ela, que lembra da criação de porcos de sua mãe, admite que teve algumas preocupações em relação à nova moradora da casa. “Quando ela chegou, pensei que ia dar muito trabalho, que ia ficar com cheiro forte. Os dois cachorrinhos dão muito mais trabalho que ela”, observa. Para Márcia, o mais trabalhoso de viver com a porquinha vem do afeto. “Ela é muito carente, e dar carinho é nosso maior trabalho. Mas a gente gosta, se apega. Quando vou trabalhar, fico pensando em como ela está”, comenta.

E o amor dá o tom para a relação da porquinha e sua dona. “Há vezes que não dou muita atenção e ela chora igual a uma criança e só para depois que faço um carinho na barriga dela. E, mesmo com todo o trabalho que ela me dá, não consigo mais ficar longe. Quando viajo, sinto muita falta”, se derrete Isabela, que garante estar preparada para uma longa relação com a Pururuca. A expectativa de vida de um miniporco é de 18 anos.

Tamanho não é documento


Já a família da professora do curso de jornalismo do UniBH Lorena Tárcia teve de se adaptar aos caprichos da Henrieta, minicoelha de sua filha mais nova. Ela, o marido e as duas filhas já tiveram os mais variados bichinhos de estimação. Gato, cachorro, passarinho e até um pato já morou com eles. Mesmo assim, a experiência com a coelhinha é completamente diferente e todos estão aprendendo a lidar com ela, que foi adotada em dezembro do ano passado.

“Costumo dizer que é um bichinho aleatório. Porque, com outros animais, principalmente cachorro, a comunicação é mais fácil. Eles entendem mais a gente. Estamos aprendendo a lidar com a Henrieta. É muito engraçado, porque é um bicho que não fala nada, não emite som. Isso é um risco, porque, se ocorrer alguma coisa, podemos não ouvir.”

Mesmo com as dificuldades iniciais de comunicação, a família está se acertando com a pequena roedora, que, segundo Lorena, “é mais dona da casa que a gente”.

APEGO
O trabalho, porém, não impediu que a coelhinha se apegasse rapidamente a toda a família. Durante um período em que Lorena e as duas filhas viajaram, Henrieta sentiu a ausência delas e parou de comer. Passava o dia inteiro embaixo da mesa da sala de jantar. Ela só voltou ao normal depois que todas estavam em casa novamente. “Ela é carinhosa, uma fofa”, conclui Lorena.

Minianimais

Mais nova moda no mundo dos animais de estimação, os minianimais começam a chamar a atenção no Brasil. Para se ter uma ideia, um porco comum chega a atingir um metro e pesar até 300 quilos. Sua versão miniatura tem, em média, 45cm e chega a um décimo do peso do 'original'. O mais bem-sucedido entre eles é o miniporco. Celebridades como Miley Cyrus e Paris Hilton vivem postando fotos com seus porquinhos nas redes sociais.

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