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Estado de Minas

Professores de três colégios de BH dão dicas sobre as provas do Enem

A pedido do EM, educadores apontam quais são os principais desafios do exame que começa neste domingo


postado em 04/11/2017 07:00 / atualizado em 04/11/2017 13:17

(foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press)
(foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press)

Três áreas que estarão, pela primeira vez, reunidas num mesmo dia. Nada de números. No primeiro dia de aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), as palavras vão comandar a avaliação. Interpretação vai permear as três áreas, com destaque para a de linguagens. Obediência à norma culta da língua, escrita e a clareza de ideias darão o tom da redação. Fatos históricos, aspectos geográficos, sociais e filosóficos vão direcionar o teste de ciências humanas. Na véspera do início da maratona para a qual 7,5 milhões de pessoas se inscreveram, sendo 660.797 só em Minas Gerais, professores de três colégios de Belo Horizonte dão dicas e apontam os principais desafios das provas.

Neste domingo, a partir das 19h, não perca a divulgação da sugestão de gabarito do Enem 2017 pelo Chromos e Portal Uai

Redação é, sem dúvida, a mais importante, uma vez que num único texto estão em jogo 1 mil pontos. Professora de redação do Colégio Loyola, na Região Centro-Sul de BH, Flávia Volker diz que, embora a mudança da produção de textos, tradicionalmente aplicada no segundo dia de provas, seja fruto de pesquisa feita com os participantes, o desafio do primeiro dia é encarar uma avaliação repleta de textos. Por isso, o ideal é, até lá, fazer provas anteriores na íntegra, na sequência atual do Enem, marcando o tempo.

“O grande desafio é, num momento de tensão, fazer uma redação tendo junto 90 questões fechadas e uma coletânea que traz menos recortes. O enunciado é um texto pequeno, que normalmente traz um gráfico ou infográfico que dá o recorte. O menino que lê bem a proposta ganha muito com isso”, diz a professora. Ela lembra que, normalmente, o tema do Enem vem de uma questão discutida recentemente ou de algo que se analisa como importante para o conhecimento do aluno. Temas mais gerais, como saúde da mulher e desigualdades, e o que figurou na mídia e em debates de redes sociais são fortes candidatos a estar na redação”, diz.

DIVERSIDADE
São apostas questões dos grandes centros urbanos, seja mobilidade ou violência. Também a inclusão, ligada à acessibilidade. Flávia lembra que agora é lei as escolas aceitarem crianças com deficiência, considerando o universo de como conviver com essa diversidade, como incluir no grupo e obter colaboração. “Já caiu mulher, idoso, mas ainda não apareceu questão de grupos indígenas (reserva, não delimitação, uso das terras). Este foi também um ano em que se discutiu muito a situação do trabalhador e a reforma da Previdência.

Flávia Volker ressalta que o público e o privado já foram tema de prova, mas que estamos num tempo em que redes têm sido usadas para manifestar opinião, mas não para fomentar debates. A professora destaca que as competências do Enem – sustentabilidade, direito, vida urbana – costumam navegar pelo que a própria escolha dos textos aborda. “Às vezes, a prova vai para temas muito específicos, como a publicidade infantil. Poderia cair movimento migratório do mundo? Sim. Nunca caiu e também está no foco é a preservação da cultura e do patrimônio histórico.”

Professora de redação do Colégio Loyola, Flávia Volker destaca a importância de ler bem ps enunciados e ficar atento ao tempo de realização das questões (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Professora de redação do Colégio Loyola, Flávia Volker destaca a importância de ler bem ps enunciados e ficar atento ao tempo de realização das questões (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

INTERPRETAÇÃO
Concentrar-se no enunciado para encontrar a resposta correta é também fundamental na prova de linguagens. “O aluno deve entender que se tenho cinco alternativas, todas estão dentro de um universo proposto e o conhecimento prévio dele servirá para facilitar a interpretação, mas jamais será cobrado enquanto questão. Toda pergunta tem uma resposta correta, não é pegadinha”, diz a professora de língua portuguesa do Colégio Unimaster, na Região Oeste de BH, Monika Nascimento Almeida dos Santos. Ter conhecimento do gênero proposto e das intenções comunicativas também é fundamental, segundo Monika.

Para este ano, são esperados textos retirados do ambiente virtual, envoltos na esfera do adolescente, entre eles memes e fragmentos de WhatsApp. “Podem estar na avaliação e não em termos da banalização da linguagem, mas de proposta. O aluno tem que juntar sua bagagem de informação à interpretação contextual.” A professora destaca que interpretação também é cobrada nos conteúdos de literatura e, por isso, os contextos vão ajudar a analisar as propostas de cada um dos autores de época.

Outra dica é ler título e fonte antes de qualquer outra parte. “Os alunos vão direto para o texto. Esses dois elementos antecipam o que será lido. A fonte dirá o estilo de texto que se tem e o título pode revelar uma irona, por exemplo. Sabendo as intenções comunicativas e o gênero, já se sabe o que está sendo pedido”.

A interpretação sempre foi um dos desafios da prova de ciências humanas que, nos últimos dois anos, passou a cobrar dos participantes também mais conteúdo e conceitos, segundo o professor de geografia Aldo Resende, do Marista Dom Silvério. Estar atento aos temas atuais do Brasil e do mundo, geopolítica e a tudo que se relaciona com a sociedade. “A prova de humanas auxilia muito na redação. Quando pensar em prova do Enem, tenha em mente que é preciso estar atualizado e ler bastante. Mas as atualidades cobradas são referentes ao período de junho do ano anterior a junho do ano corrente. Tem aluno que começa a ler revista em agosto”, comenta.


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